O Brasil que Bethânia canta | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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O Brasil que Bethânia canta

Quando os pés descalços de Maria Bethânia pisaram no palco do Vivo Rio, o público foi ao delírio. “Um Índio”, do irmão Caetano Veloso, foi a primeira canção da noite. As mãos trêmulas da cantora deixaram clara a importância daquele espetáculo para ela e para a plateia, no primeiro show solo da artista com público presencial desde o início da pandemia.

 

​“Pantanal”, canção de Marcus Viana, veio logo em seguida. Regravada por Bethânia para a abertura da novela das 21h, a interpretação foi a comprovação do que seria aquela noite: toda força, potência e sensibilidade de Maria Bethânia à mostra e à disposição do público, que cantou a plenos pulmões e lágrimas por toda noite.

​A banda que acompanhou Bethânia, composta por nomes clássicos nos shows da cantora, como Jorge Hélder, Paulo Dáflin, João Camarero, Marcelo Costa e Zé Manoel, ganhou novos contornos com a presença da percussionista Lan Lanh, que arrancou suspiros e aplausos da plateia quando apareceu e trouxe toques especiais aos arranjos das músicas.

 

​Clássicos na voz da artista, como “Negue”, “Rosa dos Ventos”, “Começaria Tudo Outra Vez” e “Reconvexo”, estiveram presentes no repertório, percorrendo o Brasil, o cancioneiro popular e a nossa gente. Assistir Bethânia ao vivo é um privilégio! Sua voz, seus gestos e seu sorriso transformam e enchem de esperança.

​O momento atual do Brasil que vivemos e o toque político não ficaram de fora. Bethânia deu o tom ao trazer “Saudação à Primavera”, de Cecília Meireles, “Mulheres do Brasil”, de Joyce Moreno, e “Marcha da Quarta-Feira de Cinzas”, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes, inspirando a plateia que, no interlúdio do show, bradou: Fora, Bolsonaro! Quando Maria voltou ao palco, o coro do público cantou “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”. Ao final, Bethânia sorriu e disse: “Eu adoro quando vocês se expressam”.

​O segundo ato não deu descanso à plateia, que cortou os pulsos ao som de “Bar da Noite”, de Bidu Reis e Haroldo Barbosa e “Prudência”, do vocalista do trio O Terno, Tim Bernardes. As duas canções fazem parte de “Noturno”, último álbum da cantora, lançado no ano passado.

​A grande surpresa da noite foi a interpretação de “Galos, Noites e Quintais”. Foi a primeira vez que Bethânia cantou Belchior e não poderia ter escolhido canção mais significativa do que essa e seu verso: “Hoje eu canto muito mais”.
​Quando Maria Bethânia encerrou o show, com “Tá Escrito”, do grupo Revelação, a plateia, em êxtase, puxou o samba-enredo campeão da Mangueira de 2016, em homenagem à artista. Estava óbvio que o show não iria se encerrar ali. Bethânia voltou ao palco na toada do público e cantou o samba-enredo deste ano da Estação Primeira, emendando com marchinhas e clássicos do Carnaval, que transformaram a casa de shows numa grande avenida.

​O segundo bis foi com Gonzaguinha, “O que é o que é”, chave de ouro para encerrar o espetáculo e mandar para casa um público de alma lavada e impressionado com a força de Bethânia.

 

Setlist do show Fevereiros:
– Um Índio – Caetano Veloso, 1976
– Pantanal – Marcus Viana, 1990
– Rosa dos Ventos – Chico Buarque, 1970
– Yayá Massemba – Roberto Mendes e José Carlos Capinan, 2003
– De Onde eu Vim – Paulo Dáflin, 2021
– Felicidade – Antônio Almeida e João de Barro, 1953
– Brisa – Paquito sobre poema de Manuel Bandeira, 1996
– Gostoso Demais – Dominguinhos, 1986
– Marcha da Quarta-Feira de Cinzas – Carlos Lyra e Vinícius de Moraes, 1962
– Galos, Noites e Quintais – Belchior, 1976
– O Ciúme – Caetano Veloso, 1987
– Na Primeira Manhã – Alceu Valença, 1980
– Balada de Gisberta – Pedro Abrunhosa, 2007
– Maria Vai com as Outras – Toquinho e Vinícius de Moraes, 1971
– Canção da Manhã Feliz – Luiz Reis e Haroldo Barbosa, 1962
– Alegria – Arnaldo Antunes, 1995
– Mulheres do Brasil – Joyce Moreno, 1988
– Bar da Noite – Bidu Reis e Haroldo Barbosa, 1953
– Prudência – Tim Bernardes, 2021
– Negue – Adelino Moreira e Enzo Almeida Passos, 1960
– Lama – Aylce Chaves e Paulo Marques, 1952
– Meu Nome é Ninguém – Haroldo Barbosa e Luiz Reis, 1962
– Começaria Tudo Outra Vez – Gonzaguinha, 1976
– Volta Por Cima – Paulo Vanzolini, 1962
– Meu Amor é Marinheiro – Alan Oulman sobre versos de Manuel Alegre, 1974
– Purificar o Subaé – Caetano Veloso, 1981
– Vento de Lá – Roque Ferreira, 2007
– Imbelezô Eu- Roque Ferreira, 2004
– Santo Amaro / Quixabeira / Reconvexo / Minha Senhora / Viola Meu Bem
– Tá Escrito – Xande de Pilares, Carlinhos Madureira e Gilson Bernini, 2009
– Angenor, José e Laurindo – Moacyr Luz, Leandro Almeida, Pedro Terra e Bruno Souza, 2022
– Ala-la-ô – Haroldo Barbosa e Nássara – 1941
– A Filha da Chiquita Bacana – Caetanos Veloso, 1975
– Chuva, Suor e Cerveja – Caetanos Veloso, 1971
– A Água Lava Tudo – Paquito, Jorge Gonçalves e Romeu Gentil, 1955
– Frevo Molhado – Jaime Alem, 2007
– O que é o que é – Gonzaguinha, 1982

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