Jamiroquai: 30 anos de “acho que já ouvi”

Mesmo se apresentando no Brasil por volta de seis vezes, a banda britânica Jamiroquai não é tão conhecida dos brasileiros. Eles tocam um som dançante com influências de jazz, funk, rhythm and blues, disco e soul, sempre com uma pegada pop, que acabou por criar uma identidade própria, conhecida por “acid jazz”.

Quem assistia aos tempos áureos dos videoclipes na MTV com certeza já ouviu clássicos como: “Cosmic Girl“; “Virtual Insanity“; “Canned Heat” e “Space Cowboy“. Escutando algumas dessas músicas, a geração de hoje em dia possivelmente vai dizer “conheço isso de algum lugar”. No meio do cenário pop atual, a banda já não faz tanto sucesso assim entre os jovens, mas possui um público muito amplo e fiel.

Com uma proposta dançante e totalmente fora do contexto da época, a banda surgiu em 1992, sempre liderada pelo vocalista Jason Luís Cheetham, conhecido pela alcunha de “Jay Kay”. Por conta de muita extravagância e algumas polêmicas, o vocalista acabou por se tornar a grande marca da banda, a ponto de muitas pessoas acharem que o nome do próprio músico era “Jamiroquai”.

Na verdade, o nome da banda deriva de uma tribo nativa norte-americana “Iroquoi”, com a qual Jay Kay dizia se identificar filosoficamente devido às características de coragem e perseverança. Por conta disso, um dos grandes símbolos do grupo é um cocar, que o vocalista sempre procurou usar em seus shows.

A banda já explorou diversos gêneros musicais, sendo alguns desses discos bastante experimentais. Apesar de muitas mudanças em sua formação inicial (mas sempre com Jay Kay nos vocais), as características do grupo sempre foram mantidas, com o som marcante do contrabaixo dando o swing dançante.

Jay Kay e sua banda já lançaram oito álbuns de estúdio até hoje, com destaque para “Travelling Without Moving”, de 1996, que vendeu mais de oito milhões de cópias em todo o mundo e entrou para o Guinness World Records como o álbum de funk mais vendido da história. O último disco da banda, chamado de “Automaton” foi lançado em 2017, sete anos após “Rock Dust Light Star”, e mostra um ritmo mais “futurista”, bem longe dos grandes sucessos anteriores.

Jamiroquai é um clássico, e não existem no mundo muitos artistas de sucesso fazendo esse tipo de som animado e extremamente dançante, sem se preocupar com grandes vendas ou em lançar um novo sucesso. Mas enquanto a banda inglesa continuar na ativa, o “acid jazz” sempre existirá e, talvez, a banda seja a última chama acesa desse gênero que animou o mundo na última década do século XX.

Texto: Téo Arrabal