The Doors - L.A Woman, o último ato de um blues crepuscular. | Moodgate
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The Doors – L.A Woman, o último ato de um blues crepuscular.

The Doors – L.A Woman, o último ato de um blues crepuscular.

Não há resposta definitiva para essa hipótese, mas é inegável que a pressão e as adversidades podem ter um impacto significativo na criatividade de uma banda. The Doors é certamente um dos mais notáveis exemplos do rock, e o seu último álbum, com todas as circunstâncias presentes na época, é um testamento de sua habilidade em criar música memorável mesmo em meio a desafios e dificuldades. No entanto, é importante lembrar que a genialidade não é necessariamente proporcional à degradação e que existem muitos exemplos de artistas que criaram obras-primas sem se submeter a essas condições extremas.

Diante desse cenário, é compreensível que “L.A. Woman” tenha sido visto como um desafio para os Doors. Embora a trilha sonora do álbum seja marcada por uma sensação de liberdade, há uma tensão subjacente, refletindo as lutas internas de Jim e da banda. Ainda assim, o álbum é um sucesso e é considerado por muitos como um dos melhores da carreira do grupo. As músicas “Riders on the Storm” e “L.A. Woman” tornaram-se clássicos e ajudaram a consolidar a lenda dos Doors. Apesar das adversidades, a banda conseguiu produzir uma obra importante e duradoura que transcende suas lutas pessoais.

Jim Morrison, Ray Manzarek, John Densmore e Robby Krieger.

“L.A. Woman” é amplamente considerado um dos melhores álbuns do The Doors e uma das obras-primas do rock psicodélico dos anos 70. A gravação foi marcada por uma renovação criativa do grupo, apesar do clima sombrio e desafiante que pairava sobre eles na época. A autoprodução permitiu que eles experimentassem com novos instrumentos e técnicas, resultando em uma sonoridade única e intensa. A adição de Jerry Scheff e Marc Benno ajudou a complementar a sonoridade já distintiva do grupo, e Jim Morrison foi capaz de se concentrar nas letras poéticas e intensas que eram sua marca registrada. “L.A. Woman” é um álbum memorável e éterno, que continua a inspirar novos artistas e a deslumbrar os fãs de todas as gerações.

A primeira faixa de “L.A. Woman” é uma demonstração do talento musical e da visão artística da banda. A voz de Jim Morrison é carregada de emoção e raiva, e a música é uma mistura de blues noturno e psicodelia. A habilidade dos músicos em combinar ritmo, teclado e guitarra cria um som intenso e poderoso. A produção analógica também destaca a qualidade sonora do álbum. Em resumo, “The Changeling” é uma faixa poderosa e intensa que estabelece o tom para o resto do álbum.

A faixa “LA Woman” é uma despedida épica e intensa, cheia de blues elétrico e uma performance vocal incansável de Morrison. É uma celebração da cidade de Los Angeles e de suas mulheres, mas também um adeus ao estilo de vida que o grupo e o cantor tinham antes. A construção da música é brilhante, começando suave, mas ganhando intensidade com a guitarra incansável. Ao final, o grupo alcança um pico emocionante e poderoso, celebrando a vida e a paixão que os músicos têm pela música e pela cidade. É uma faixa emblemática do álbum e uma despedida adequada para um dos artistas mais influentes da época.

“Crawling King Snake” é uma versão do blues clássico, enquanto “The WASP (Texas Radio and The Big Beat)” é uma ode aos rádios que caminham pelas estradas do Texas, difundindo a música que anima a juventude americana. A faixa seguinte, “Riders on the Storm”, é uma das mais emblemáticas da carreira dos Doors. Com uma letra evocativa e uma atmosfera sombria e envolvente, a canção retrata uma jornada pelo deserto, com um relâmpago aceso no horizonte e uma tempestade se aproximando. O álbum termina com a intensa “The Ghost Song”, uma peça final enigmática e assustadora, com Morrison invocando o espírito do blues e da música do delta.

A música “Riders on the Storm” é a última gravação dos Doors e retrata a viagem final, a morte. Com uma chuva forte ao fundo, Jim Morrison faz suas últimas recomendações e convoca a Mulher ao amor. Os instrumentos de Manzarek e Krieger se complementam em um jogo musical, enquanto a guitarra chega ao fim de sua força. Morrison não termina a mistura e logo depois vai para o exílio em Paris. Três meses depois, ele é enterrado no Cemitério Père Lachaise, marcando o fim da gravação dos Doors.

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