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O dia em que Maradona ameaçou atirar nos irmãos Gallagher

Diego Armando Maradona não era apenas uma lenda do futebol argentino, ele era uma estrela do rock, capaz de intimidar os incorrigíveis irmãos Gallagher do Oasis, ameaçando matá-los, numa noite quente em Buenos Aires.

Quando os irmãos Gallagher notaram Diego Maradona chegando em um bar em Buenos Aires, onde estavam comemorando o fim da turnê sul-americana do Oasis em 1998, as lembranças voltaram. Em 1986, o homem apelidado de “El Pibe de Oro” (O Garoto de Ouro) frustrou as esperanças de toda uma população ao eliminar a seleção da Inglaterra nas quartas de final da Copa do Mundo sob o calor escaldante da Cidade do México. Cinco minutos curtos foram suficientes para que o argentino se tornasse uma lenda, marcando o primeiro gol com a mão – a famosa “mão de Deus” – antes de sair do meio-campo para eliminar metade do time adversário e marcar um gol considerado por muitos torcedores ser o objetivo do século.

O tipo de memória que deixa sua marca, principalmente quando você tem 19 e 14 anos e é tão apaixonado por futebol quanto Noel e Liam Gallagher, torcedores do clube inglês Manchester City desde a infância. Mas quando você está no mesmo bar que um jogador de futebol lendário como Diego Maradona, não importa. Os irmãos infantis do rock inglês deixaram seus egos de lado e com alguns amigos foram encontrar Maradona, ele mesmo em boa companhia. Em entrevista concedida à mídia britânica, Liam Gallagher contou, entre os inúmeros “fuckings” que pontuam suas frases, como apenas os dois irmãos tiveram permissão para tirar uma foto.

Entre os modelos e as linhas de pólvora ilícita espalhadas pelas mesas, os dois irmãos se depararam com Maradona, olhos esbugalhados, suando profusamente, fazendo jogadas de futebol com tampinha de garrafa. Depois de uma foto rápida, os dois membros do Oasis foram convidados a deixar a festa. Um parente de Maradona os acompanhou até a porta e sussurrou ameaçadoramente: “Diego me disse que se você chegar perto de uma de suas mulheres, ele vai mandar fuzilá-lo. Encontrei Maradona não uma vez, mas 2x e ele foi o verdadeiro, assustador, mas bonito (…) Jogador de futebol de rock and roll adequado, nenhum filho da puta jamais chegará perto dele” Liam Gallagher lembrou recentemente de prestar uma homenagem final ao “Pibe de Oro” no Twitter.

Tão explosivo com uma bola nos pés quanto um copo na mão, Diego Armando Maradona era de fato o tipo de pessoa que poderia levar um tiro. Ele era um “anjo de cara suja” elevado à categoria de divindade quando chegou a Nápoles em 1984, onde 75.000 espectadores vieram cumprimentá-lo no estádio San Paolo. Em Nápoles, Maradona andou sobre a água, trouxe aos torcedores dois títulos nacionais e um título europeu, tornando sublime uma equipa anteriormente muito mediana. Em troca, seus companheiros de equipe lhe deram sua urina para que ele passasse nos testes de drogas.

Porque além do campo de futebol, as facetas mais sombrias da personalidade de Maradona ganhavam terreno. O ídolo do povo napolitano se perderia em festas selvagens – não muito diferentes daquelas desfrutadas pelos irmãos Gallagher alguns anos depois. Um padrinho da máfia local, Carmine Giuliano, ofereceu proteção ao mesmo tempo em que lhe fornecia prostitutas e cocaína. Devastado pela chegada de um filho de um relacionamento extraconjugal, que ele se recusou a reconhecer, Maradona foi suspenso por quinze meses pela liga italiana em 1991, após testar positivo para cocaína em mais um teste de drogas.

A lenda vacilou, mas nunca quebrou. Capaz de perdoar qualquer coisa, os fãs de futebol sem dúvida justificarão que os demônios do jogador ajudaram a definir os contornos de sua lenda: “Se Andy Warhol ainda estivesse vivo, sem dúvida teria colocado Maradona em suas serigrafias, ao lado de Marilyn Monroe e Mao Tse-tung”, ri o cineasta Emir Kusturica, que dedicou um documentário a ele em 2008. De fato, os líderes napolitanos fizeram uma mudança histórica, que o estádio San Paolo, em homenagem ao santo padroeiro da cidade de Nápoles, será renomeado em homenagem a Maradona. Prova de que quando seu tempo acabou, o garoto de Buenos Aires se tornou mais uma divindade do que nunca, para quem os anjos terão apenas que abrir algum espaço.

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