The End So Far desenha novo Slipknot e aposta em experimentações medianas
Muitos zombaram quando nove maníacos mascarados de Iowa invadiram o circuito Ozzfest. Eles puderam provar que seus críticos estavam errados e o grupo se tornou uma das bandas mais influentes dos últimos 20 anos. Alguns crossovers ofuscaram a capacidade de introduzir marcas extremas no mainstream em um Cavalo de Tróia nu metal, mas o Slipknot não é nada, se não persistente. Mesmo depois de perder o baterista e fundador, Joey Jordison, o baixista Paul Gray (que ambos descansem no poder), e mais tarde dispensar desonrosamente Chris Fehn, The Gray Chapter (2014) e We Are Not Your Kind (2019) confirmaram que a história da banda estava longe de terminar. Sem dúvida, a perseverança continua implícita em The End, So Far, pena que de forma tão enfraquecida, plastificada e genérica.
Não é um álbum do Slipknot sem uma introdução estranha, mas desta vez isso acontece através dos pianos pesados, batidas de rock de andamento médio e linhas de baixo saltitantes em “Adderall”. Se não fosse pela voz de Taylor, o ambiente eletroacústico não soaria fora de lugar dentro dos reinos do gótico ou pós-rock mequetrefe. Dá credibilidade ao disco, o quociente experimental de “The Dying Song (Time to Sing)”, por retornar à violência clássica como resto de material sobra de We Are Not Your Kind; embora sua vibração geral não seja particularmente distinta quando comparada à singles como “Unsainted”.
A única vergonha sobre “The Dying Song” é que “The Chapeltown Rag” a supera em todos os sentidos, exceto por seus refrões comparativamente agradáveis. Essa narrativa conecta uma opressão religiosa à mente do serial killer Peter Sutcliffe, levando a música da frenética introdução breakcore de Sid Wilson a um ato final devastador de lentidão. Isso também se transfere para “Yen”, que funciona bem como uma “Vermillion” de The End, So Far. Agarrada em melodias sensuais, mudanças dinâmicas só são aumentadas por adições de marimba e distorção atmosférica do sampler Craig Jones.
Em seu material anterior, o grupo tem sido assunto de uma natureza cada vez mais segmentada – tudo isso pode ser rastreado até All Hope Is Gone, de 2008. Parece que o Slipknot fez esforço para dar ao álbum um som intencionalmente cru – imitando o estilo áspero de outros trabalhos, mas de maneira prejudicial. Nem tudo soa ruim, a bateria é o melhor acerto aqui, o que se deve principalmente a performance fantástica de Jay Weinberg. Os antigos fãs podem encontrar conforto no ataque rápido de ‘Hivemind’, rock estridente de ”Medicine For The Dead” e o macarrão de guitarra de ‘H377’, entretanto, até eles mostram a banda flexionando seus músculos.
A decisão de dispensar o produtor Greg Fidelman, que trabalhou nos dois últimos discos, em favor de Joe Barresi, o homem por trás de The Stage do A7X e Year Of The Black Rainbow do Coheed and Cambria, veio do súbito desejo de experimentar. Como Taylor avisa sobre a velha guarda da peça núcleo “Warranty”: “Não foi para isso que você chegou até aqui?” A canção também caminha nessa linha equilibrada. Ira e rancor são suas forças motrizes com efeitos legais, quebras e caos geral. Em “Warranty”, porém, esses picos estrondosos são suavizados pelo meio, que vê um coro tocando o açúcar teatral no topo. Em contraste, a maior curva – e faixa de destaque arriscada – é “Acidic”. Diferente de tudo o que já ouvimos do Slipknot, ela se mistura o mais próximo possível do blues e heavy metal, com uma energia dos anos 90 semelhante a Faith No More e Soundgarden. É nítido que “De Sade” e “Herloom” tem mais em comum com outro projeto de Corey, Stone Sour, graças aos seus vocais limpos e ênfase nas guitarras, pelo menos até sermos arrastados de volta ao território da blast beat. O mau hábito do grupo está em esticar as faixas bem depois que todas as ideias foram esgotadas; quando composições são tão mansas, é difícil justificar o ritmo.
Com a dramática “Finale” resolvendo a gentileza de encerrar o álbum, The End So Far, no fim das contas, é o que não precisávamos da banda agora. Não é como se o Slipknot não estivesse acompanhado a audiência, eles estão promovendo a própria marca de whisky; e essa raiva nem sempre vai além do nível básico. Taylor é um frontman atencioso que reconhece sua base de fãs como uma mistura de desajustados, e sempre apelou para a privação compartilhada deles. Mesmo como mestres do fan-service, o grupo não é condescendente com seu público. Por mais que eles deem, há um sentimento subjacente de que poderiam dar mais, que a síntese que os fez, em última análise, limita para onde vão em seguida.