“Rock para levantar todo mundo e momentos de tristeza silenciosa”, Shawn James promete compartilhar seu amor pela música em shows no Brasil
Criando raízes no lendário sul de Chicago, a autêntica mistura de blues, folk e soul do músico Shawn James é uma verdadeira bebida única dos cantos da América. Com escritas cheias de alma, coragem para o inconformismo criativo e característica arrepiante, o artista vive da genialidade musical. A combinação de corais gospel com os quais cantou na infância, além do estudo sobre gênero clássico e ópera, refletiram no som único de seu trabalho como peças em um mosaico.
A Place In The Unknow é o quinto e mais recente álbum de Shawn James, que também reúne outros projetos de destaque como Shadows, Deliverance, On The Shoulder Of Giants e The Dark In The Lights. Sua música alcançou milhões de pessoas, além de marcar presença no programa do Discovery Channel Yukon Men, no seriado norte-americano Shameless e se tornar número 1 no Spotify Viral Charts com Through The Valley, canção tema do jogo The Last of Us Parte II, interpretada pela personagem Ellie.
Shawn James traz paixão verdadeira às canções e transporta o mesmo sentimento para seus shows ao vivo, onde não existe hesitação e nada é contido. Com passagens por Curitiba, Rio de Janeiro e datas esgotadas em São Paulo, o cantor garante surpresas aos fãs brasileiros, além de dividir curiosidades sobre seu último lançamento A Place In The Unknow.
Como funciona seu processo de criação para unir gêneros musicais variados em um só artista?
É sempre um pouco diferente dependendo do gênero. No acústico tudo costuma ser feito apenas com minha voz e violão, enquanto o material completo da banda requer mais foco nos tons de guitarra e outros aspectos. Eu realmente não consigo definir como, mas é sempre diferente. A única coisa em comum é que toda vez será sobre aquilo que nos faz sentir algo forte.
De que maneira você desenvolveu um estilo próprio? Crescer no sul de Chicago foi uma forte influência no seu trabalho?
Acho que comecei imitando artistas dos quais gostava e, eventualmente, me tornei uma mistura de muitos estilos e gêneros diferentes. Leva tempo. Tocar ao vivo e compor mais me ajudou a entender quem eu queria ser e o que tinha a contar. Crescer em Chicago com certeza influenciou na forma como faço música porque existe uma certa áurea na cidade meio difícil de descrever. É um trabalho duro, com os pés no chão, um pouco complicado, mas cheio de coração e coragem. Não desistimos fácilmente.
O ato de escrever se transforma à medida que amadurecemos e vivenciamos diferentes cenários, quais mudanças você percebeu em suas composições, desde os primeiros discos Shadows (2012) e Deliverance (2014)?
Naquela época eu estava apenas colocando tudo de mim em performances e 150% das vezes não existia muita dinâmica, agora penso mais nos altos e baixos das emoções para criar sons únicos. Não vejo nada de errado com esses álbuns, mas posso enxergar como amadureci e percorri um longo caminho. Acredito que agora sei o que quero dizer e como dizer melhor do que nunca.
A Place In The Unknow carrega mensagens poderosas sobre guerra e superação, além de uma melodia com grooves mais pesada que em projetos anteriores. Quais foram as suas principais inspirações durante a produção do álbum?
Eu tinha certeza sobre criar um disco de rock para A Place In The Unknow. Acho que realmente focar na bateria e nos grooves influenciou muito meu estilo criativo. Bandas como Witchcraft, Black Sabbath, Motörhead e muitas outras também ajudaram a me inspirar. No final, sinto que esse álbum tem o impulso de avanço que eu queria alcançar já há algum tempo.
Como você se sentiu ao ouvir pela primeira vez sua música ligada a uma personagem intensa e profunda como Ellie em The Last Of Us II?
Minha mente explodiu. Quando descobri a história de The Last Of Us, imediatamente fez sentido terem escolhido “Through the Valley”. É quase como se tivesse sido escrita 100% para ela. É uma loucura isso tudo se alinhar e acredito que a letra encaixa perfeitamente na jornada e luta da Ellie. Me sinto honrado de ter minha canção incluída em uma história tão épica.
É a sua segunda passagem pelo Brasil, agora com shows pelo Rio, Curitiba e ingressos esgotados em São Paulo, de que forma você descreveria a sensação de tocar para os brasileiros?
Foi uma das melhores coisas que experimentei em mais de 10 anos de história com turnês. Os coros são alguns dos mais altos que já ouvi ao vivo! A paixão e a entrega das pessoas realmente são outro nível e mal posso esperar para voltar e experimentá-las novamente. Embora estejamos separados pela distância e barreira do idioma, nos entendemos e nos apreciamos. É uma coisa linda que eu nunca pensei que teria.
O que os fãs podem esperar para as apresentações desse ano?
Uma mistura de tudo! Sons tranquilos e pesados, um momento acústico e também com a banda completa. Rock para levantar todo mundo, momentos de tristeza silenciosa e reflexão interna. Mal podemos esperar para ver vocês em breve e compartilhar experiências inesquecíveis juntos.
De olhos abertos e ouvidos atentos, não deixe de conhecer mais sobre o trabalho de Shawn James. Separamos algumas faixas especias que têm o poder de lavar a alma e não devem ficar de fora da setlist dos seus shows no Brasil.
Alexandre Leitão
Entrevista profunda e extraindo o melhor em termos de informações sobre a carreira e o novo trabalho do artista!!! Parabéns!!!
Carlos Augusto Novaes
Muito legal. A gente nem imagina como é o processo de criação de um artista. Faz ser mais interessante ainda a sua arte.