MITA 2023 no Rio de Janeiro: Um Mar de Emoções Celestiais com Florence + the Machine, NX Zero e HAIM
Avassalador e celestial. Esses são dois adjetivos em a Moodgate gostaria de definir o segundo dia do MITA, no Rio de Janeiro. Com apresentações memoráveis, o festival mostrou ter acertado na escolha da line-up: Florence + the Machine triunfou, transportando o público presente no Jockey Club à uma atmosfera emblemática e encerrando em alto nível o primeiro final de semana do evento. O público do evento também vibrou com o grande retorno do NX Zero. HAIM, The Mars Volta e Scracho também se apresentaram nos dois palcos.
O gostinho de quero mais ficou no ar para o público presente, e São Paulo que se prepare, pois o segundo final de semana do festival promete. Com a cobertura da Moodgate feita por Joel Rocha e Caio Bandeira, é certo que o dia final do MITA no Rio de Janeiro já entrou pra história. Preparados para conferir como foi esse mood?
Florence + the Machine
De uma coisa é certa: Florence Welch e sua banda fizeram história no segundo dia do MITA no Rio de Janeiro. De volta ao solo brasileiro, a artista e seu grupo britânico de indie rock incendiaram o festival com uma aura avassaladora e celeste. Como um furacão de emoção e poder, eles dominaram o palco Corcovado, mergulhando o público em um mar de energia contagiante. O show começou um pouco antes do previsto, às 20h16, com um start radiante, prontos para entregar uma performance que transcendeu todas as expectativas.
Logo no ínicio da performance, Florence apresentou Heaven Is Here, King e Free ao público brasileiro, músicas do seu úlitmo álbum, Dance Fever, lançado em maio de 2022. E, não deu outra: a audiência sabia de cor as músicas e vibrou em cada batida. Confira nesse registro feito durante a apresentação de Free:
A conexão com o público e a intensidade da cantora regeram uma plateia que não conseguia se conter e a acompanhou com a mesma explosão. Quando a vocalista desceu até o público e interpretou algumas de suas canções de perto, a platéia presenciou algo único e indescritível: o poder da música e a paixão que ela desenvolve. Lindo.
Mas não para por aí. O show contou com diversos hits da cantora, como Dog Days Are Over, Hunger, Never Let Me Go e What kind of Man, passando por todos os álbuns e revivendo os 15 anos de carreira de sucesso da Florence + the Machine.
NX Zero
Um momento absolutamente arrebatador e emocionante que ficará eternamente gravado nos corações dos presentes no MITA foi o incrível show do NX Zero, o primeiro após o hiato de 5 anos. Escolhendo o festival como palco para o glorioso recomeço da sua turnê Cedo ou Tarde, a banda presenteou o Rio de Janeiro com uma experiência acima das expectativas.
Em meio a todo um sentimento de nostalgia, a banda conseguiu dar mais vigor e amadurecimento às músicas com muita produção na estrutura do palco. O setlist contou com treze canções que foram a síntese da história do NX Zero como Só Rezo, Além de Mim e Cedo ou Tarde com participação, em telão, do Chorão. Era nítido a felicidade nos olhos do Gee Rocha, que não parava de sorrir, a energia exalada em cada música pelo Di Ferrero, o olhar fixo do Caco para a platéia sem acreditar no momento, o Fi percorrendo o palco e o Weskler detonando na bateria sem pena. Uma energia surreal não só da banda, mas também da plateia que cantava com os pulmões e o coração pulsante.
São tantas razões e emoções naquela tarde maravilhosa no Rio de Janeiro. — Caio Bandeira
The Mars Volta
Ao anoitecer, a banda introduziu o seu show de forma psicodélica e pesada com Roulette Dares (The Haunt Of) com uma iluminação impressionante que transportou todos os presentes para outro plano. A frente do palco estava lotada com os fãs assíduos e incrédulos com a presença do The Mars Volta depois de anos de hiato e, do meio para o final, todos já estavam dançando, impressionados. A apresentação contou com oito músicas no setlist, incluindo clássicas como The Widow e L’Via L’Viaquez.
Seguindo o show, a banda entreteve o público e trouxeram o som alternativo impresso nos detalhes das composições para os telespectadores que não os conheciam. E claro, receberam um feedback muito positivo para aqueles que se abriram naquele momento. A performance terminou com o maior clássico, Inertiatic Esp. The Mars Volta é psicodélico, é latino e com muitos elementos de jazz tornando tudo tão dançante, reflexivo e denso nos detalhes. — Caio Bandeira
HAIM
Em uma noite mágica e há muito esperada, após 11 anos desde sua estreia triunfal, as incríveis irmãs Este, Danielle e Alana, do HAIM, finalmente aterrissaram no Brasil para animar e encantar o público do evento. Vestindo tops com as cores radiantes da bandeira nacional, o trio não mediu esforços para proporcionar uma apresentação inesquecível.
Com o show sendo iniciado com uma intro de Ilariê da Xuxa em espanhol, já era possível sentir que seria algo único. E não diferente, as irmãs chegaram com tudo e deram o pontapé da performance com o single Now I’m In It, seguido por Dont Save, I Know Alone e My Song. Em cada música era notavél a felicidade da audiência em ver as estadunidenses pela primeira vez, criando uma conexão íntima e profunda entre as artistas e seus fãs brasileiros. Mas foi nas coreografias incrivelmente sincronizadas que as irmãs HAIM revelaram seu domínio absoluto do palco, levando o público a um extãnse eufórico com seus movimentos graciosos e cheios de energia.
No auge da surpresa e euforia, um momento icônico marcou a noite. O trio, que tem uma admiração pela brasileira Xuxa, decidiu presentear a plateia um cover arrebatador de Ilariê, que contou com uma recepção caloroa de um público que se entregava a uma explosão de nostalgia e alegria.
Em meio a essa atmosfera eletrizante, um momento de pura emoção tomou conta do palco. A vocalista Este, com lágrimas nos olhos, sentiu a magnitude do amor e da vibração emanados pelos fãs brasileiros. Foi um instante de vínculo genuíno, onde a potência da música superou fronteiras para tocar almas. Ela expressou sua gratidão, afirmando que aquela noite estava sendo a melhor de suas vidas.
A energia contagiante do Rio de Janeiro contagiou as irmãs HAIM, que mostraram grande entusiasmo para explorar a cidade. Em um momento de interação calorosa com o público, Este perguntou animadamente onde seria um bom lugar para dar um passeio. Para surpresa de todos, ela mencionou até mesmo bares alternativos como Macuna e Burkovsky, demonstrando seu conhecimento dos locais culturais cariocas. No entanto, a resposta fervorosa da platéia deixou claro que o local favorito era a lendária Lapa, conhecida por sua vida noturna vibrante e autenticidade. Um coro ensurdecedor de vozes respondeu em uníssono: “LAPA, LAPA, LAPA!” e a sintonia entre a banda e seus fãs era palpável. Este prontamente respondeu, prometendo se encontrar com eles na Lapa após o festival. Inesquecivel esse mood.
E é impossível deixar de mencionar a performance envolvente durante as músicas Gasoline e The Wire. Cada acorde e batida pulsava com uma intensidade visceral, enquanto as irmãs HAIM se entregavam de corpo e alma à música. O palco se transformou em um redemoinho de energia, com o público dançando e cantando em perfeita harmonia. Foi uma experiência hipnótica, uma fusão de sonoridade impecável e paixão avassaladora.
Scracho
Com uma energia contagiante e um astral elevado, a banda carioca Scracho abriu com maestria os trabalhos no palco Corcovado, proporcionando à plateia momentos de pura nostalgia. Esse encontro especial marcou o MITA 2023, trazendo uma vibe totalmente carioca ao festival.
Após um intervalo de oito anos desde o anúncio de uma pausa na carreira, Dedé Teicher, Diego Miranda e Caio Corrêa emocionaram os fãs ao retornarem aos palcos. No ano passado, a banda já havia realizado dois shows memoráveis no lendário Circo Voador, preparando o terreno para o aguardado retorno ao cenário musical. E o MITA foi o lugar perfeito para consolidar esse reencontro tão esperado.
Ao interpretarem grandes sucessos da música popular brasileira, o Scracho resgatou memórias afetivas e matou a saudade do público com precisão. Também trouxeram uma dose de surpresa e ousadia ao homenagearem ícones da música brasileira, como Rita Lee e os Novos Baianos, com a tradicional versão de A Menina Dança, que se tornou uma marca registrada nos setlists da banda ao longo dos anos.
Um ponto extremamente positivo e interessante na curadoria do MITA foi a escolha de bandas que possuem um significado especial para a cidade do Rio de Janeiro, como o Scracho. Essa conexão entre o trio e o local onde o festival acontece cria uma atmosfera singular, trazendo uma identidade local enraizada nas apresentações e no público. No final do show, a banda bateu um papo com a Moodgate e contou sobre à emoção de se apresentar no festival:
Com mais uma edição concluída com sucesso, o MITA se firma de vez na lista dos grandes festivais e já deixa o público com grandes expectativas para 2024. Uma certeza é que a Moodgate e eu, Joel Rocha, estaremos lá!