O que esperar da fusão Anavitória + Samuel Rosa
A parceria entre Anavitória e Samuel Rosa não é uma novidade. Tendo colaborado juntos pela primeira vez no dia dos namorados, no ano de 2019, os artistas não somente performaram ao vivo em Belo Horizonte como reviveram um dos sucesso do Skank, Amores Imperfeitos, consolidando uma parceria frugal que deixou o público com o tal do “gostinho de quero mais”. É expressa a admiração da dupla formada por Ana Caetano e Vitória Falcão pela banda responsável pela autoria da canção Dois Rios, também interpretada pelas cantoras. Podemos dizer que o retorno desse feat promete.
É por isso que Samuel Rosa e Anavitória já estão ensaiando! O trio retorna com a parceria quatro anos após sua última performance juntos no palco do Doce Maravilha, festival que acontecerá na Marina da Glória, Rio de Janeiro, nos dias 12 e 13 de agosto. Detentores de grandes sucessos do MPB, os artistas trazem consigo seu repertório de qualidade e surfam leve e divertidamente na onda do festival, cujo intuito é conectar musicalmente artistas e fãs da música brasileira clássica com artistas mais recentes – um suingue cultural do antigo com o novo. Aqui, você pode ter um panorama do line-up para entender melhor sobre a proposta.
Dá pra dizer que agrada gregos e troianos, não é? Mas não é só sobre isso. A curadoria do festival realizada por Nelson Motta busca explorar o inusitado e, consequentemente, acerta certeiramente num alvo de milhões: um festim cultural que une nomes da música popular brasileira, do rap nacional, do samba, da música clássica, do EDM brasileiro, do funk, entre outros. O importante é o denominador comum: celebrar a força da música do nosso Brasil! Em algum momento, você já pensou em assistir um show do Emicida com a Maria Rita? E a celebração do cinquentenário do Transa, do Caetano Veloso? Você não vai perder essa, não é?
Ana e Vitória já colaboraram com diversos outros artistas, como Nando Reis, Sandy, Duda Beat, Tiago Iorc, a dupla sertaneja Matheus e Kauan e até mesmo o próprio Skank, como supracitado. Mas desta vez, a pegada é diferente: Samuel Rosa é convidado para se juntar a elas e, dessa união, podemos esperar algumas vibrações inéditas. Enquanto o poder das canções de Anavitória exploram uma sonoridade intimista, marcada por compassos mais suaves – como a presença do belíssimo ijexá de Te Amar É Massa Demais –, Samuel trouxe e traz um pop rock mais elétrico e dançante, como o hit Saideira. O que ambos têm em comum? Uma compatibilidade vocal incrivelmente boa.
Nas duas versões de Dois Rios, por exemplo, você pode notar a diferença entre os ritmos e abordagens. Enquanto a versão original do Skank trabalha mais instrumentos e escalas, o cover de Anavitória tem uma composição mais acústica, com a presença de um piano, um violão e os vocais. Mas, ao mesmo tempo, podemos facilmente imaginar uma versão dessa canção onde os três artistas cantam juntos, dada a capacidade de complementaridade de vozes, que rola de uma forma harmônica. Esse detalhe, inclusive, é um dos pontos altos que você pode esperar desse show.
Salve-se também a grandiosidade lírica dos artistas, que são três grandes compositores. Com boas skills poéticas, o último álbum de Anavitória, Cor, é um compêndio de sentimentos que trabalham questões como o orgulho pela origem da dupla – Araguaína e o estado do Tocantins –, autoconhecimento e identidade, e até mesmo introspecção. Quanto aos temas abordados pelo Skank em seus trinta e dois anos de jornada, destaca-se nuances de amor, relacionamentos, cotidiano e reflexões, celebração e nostalgia.
Sobre a apresentação, uma coisa é certa: a fusão Anavitória + Samuel Rosa tem conteúdo de sobra para entreter e, sobretudo, esse conteúdo tem qualidade. Conhecemos o poder singular de cada um desses artistas e podemos tirar a conclusão de que eles têm tudo a ver juntos. A performance ainda promete uma boa química, criatividade conjunta e ótimas canções. Já quanto ao Doce Maravilha, pode manter suas expectativas altas; decerto, você não irá se decepcionar.
