Lorde — Pure Heroine | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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Lorde — Pure Heroine

Lorde — Pure Heroine

Há uma década, Lorde lançava Pure Heroine, seu extraordinário álbum de estreia que desafiou convenções do pop contemporâneo e introduziu ao mundo uma artista notável. Desde então, o disco tem continuado a ecoar com força no mundo da música e, nesse aniversário de dez anos, é impossível não olhar para trás e explorar algumas faixas de um projeto singular que redefiniu o gênero e transformou uma jovem neozelandesa em uma estrela global, deixando uma marca indelével na indústria musical.

Desde o anúncio de um novo tipo de vocalista pop até o retrato vívido da adolescência, o Pure Heroine foi o lar de quatro singles: Tennis Court, Royals, Team e Glory _and _Gore, dois dos quais atingiram o top dez da Billboard Hot 100, a principal parada musical estadunidense. Apesar da popularidade desses dois singles,_ Royals e Team_, o disco tem muito mais a oferecer em sua instrumentação minimalista, o que era raro na época de seu lançamento, e em seus temas de envelhecimento e evolução na vida da perspectiva de uma adolescente.

Pure Heroine abre com uma excelente introdução em Tennis Court. A faixa mistura vocais pop fortes com estilos de produção inovadores de diferentes subgêneros e, na letra, Lorde pergunta ao ouvinte: “você não acha chato como as pessoas falam?”, estabelecendo, ali, os temas do álbum e das canções que sucedem a primeira. Lorde se considerava diferente dos demais e, com sintetizadores ligeiramente misteriosos, Tennis Court é definida por suas batidas sutis. Quando a música alcança o refrão, os instrumentos ficam mais altos e ameaçadores enquanto os beats, que tem influência no hip-hop, se intensificam, tornando a faixa bastante poderosa. Lorde está ciente de como as classes sociais influenciam a experiência adolescente, mas ela simplesmente não se impressiona com a área cultivada nas quadras de tênis, um lugar tido como restrito para pessoas privilegiadas.

Duas faixas depois, o ouvinte encontra Royals, um hit melancólico que serviu como o primeiro single de Pure Heroine. Coescrita com o produtor, Joel Little, Lorde elaborou a letra da música em trinta minutos, um feito duplamente impressionante quando se considera que ela tinha apenas 16 anos na época da escrita. Com uma voz notavelmente madura para a sua época e um instrumental delicado e sublime, a faixa é um exemplo do prenúncio do quão grande Lorde viria a se tornar. A cantora mostra como criar uma música cativante e satisfatoriamente dançante sem recorrer a exageros, explorando temas acerca do consumo ostensivo, da glamorização da riqueza e das divisões de classes sociais. Royals estabelece também os temas líricos do Pure Heroine ao mesmo tempo que lançou a artista para o centro das atenções.

A música chegou ao número um nas paradas musicais da Nova Zelândia, Canadá e Austrália, tornando Lorde a artista mais jovem a liderar a parada Billboard Hot 100 dos EUA desde 1987. A música recebeu três indicações ao Grammy e venceu nas categorias de Canção do Ano e Melhor Performance Pop Solo. A velocidade de ascensão de Royals, desde suas origens tímidas em Auckland até o palco do Grammy, permanece como uma das estreias mais memoráveis da música moderna, num sucesso adequado ao trono para um novo tipo de estrela pop.

Team é o terceiro single do álbum e poderia facilmente servir como uma trilha sonora autêntica da adolescência para muitos. A nitidez e habilidade lírica de Lorde são ainda mais evidentes nessa faixa, cujo tema parece ser uma extensão de Royals. A artista declara que ela e seus amigos optam pelo caminho mais simples da vida e não são atraídos pelo luxo, preferindo o apoio e a compreensão mútua. A música é sustentada pela voz única e envolvente da cantora, que promete unidade durante um refrão melancólico.

Sua voz é enriquecida por reviravoltas sintetizadas, palmas e uma batida contagiante. Embora contenha elementos leves de EDM moderno, esses elementos nunca ofuscam a presença de Lorde. Ela é a líder deste time.

Glory and Gore foi lançada como o quarto e último single do álbum. Escrita por Lorde e Joel Little, a faixa é uma balada Electropop com influências de Chillwave e Hip-hop, caracterizada por sintetizadores pulsantes. A faixa demonstra a habilidade de Lorde em abordar questões sociais profundas em sua música, mantendo seu estilo introspectivo característico e evidenciando seu crescimento como artista. A música explora a complexidade da natureza humana, incluindo a fama, a superficialidade da indústria do entretenimento, a dessensibilização à violência e a natureza paradoxal da obsessão da sociedade tanto pela glória quanto pelo sangue.

Pure Heroine é um álbum com músicas que transcenderam com o tempo, continuam a emocionar e conectar fãs com vivências e descrições nostálgicas e típicas da adolescência, relembrando, também, um período de reinvenção para o pop como gênero.

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