De Loser ao Hiperespaço: Conheça a trajetória de Beck | Moodgate
Um novo sentimento para a música
4503
post-template-default,single,single-post,postid-4503,single-format-standard,bridge-core-3.0.1,qode-news-3.0.2,qode-page-transition-enabled,ajax_fade,page_not_loaded,,qode-title-hidden,qode_grid_1400,vss_responsive_adv,vss_width_768,footer_responsive_adv,qode-content-sidebar-responsive,qode-overridden-elementors-fonts,qode-theme-ver-28.7,qode-theme-bridge,qode_header_in_grid,wpb-js-composer js-comp-ver-7.9,vc_responsive,elementor-default,elementor-kit-7

De Loser ao Hiperespaço: Conheça a trajetória de Beck

De malas prontas para se apresentar no Brasil no começo de dezembro, o cantor, compositor e multi-instrumentista Beck passou por uma caminhada difícil antes de chegar ao estrelato.

Fã de música desde cedo, o músico californiano nascido em 1970 cresceu rodeado por influências vindas de estilos como Folk, Rock, Blues, Funk, Country e Hip-Hop. Os diversos gêneros musicais que o rodeavam fizeram com que o artista moldasse sua sonoridade de forma bastante original.

Seu primeiro single, lançado em 1993, pertencia ao gênero Anti-Folk, que unia a musicalidade do Folk com as letras escrachadas e subversivas do Punk Rock. O nome da música era MTV Makes Me Want to Smoke Crack, e ela foi lançada como um single, que se tornou raridade atualmente, por ter uma tiragem muito limitada.

No mesmo ano, Beck lançou seu álbum de estreia, Golden Feelings, já contendo canção Loser (que, posteriormente, iria se tornar o primeiro grande hit do cantor). O álbum também se tornou raridade, pelo fato da gravadora da época ter distribuído menos de 750 cópias ao mercado, mas isso já foi o suficiente para que o músico passasse a ser disputado por selos um pouco maiores. Assim, em 1994, Beck lançou os álbuns A Western Harvest Field by Moonlight, Stereopathetic Soulmanure e One Foot in The Grave que, juntos, venderam pouco mais de 300 mil cópias – era bem mais do que ele havia obtido com o primeiro álbum, mas ainda era pouco.

Enquanto sua carreira não decolava, Beck se virava como podia: ele passou um bom tempo morando de favor em casas de amigos, até conseguir um lugar para morar sozinho (que era, segundo ele, “um galpão infestado de ratos”). Para pagar as contas, o cantor trabalhava em uma videolocadora, onde recebia 4 dólares por hora de trabalho e era o responsável por “colocar os filmes pornôs em ordem alfabética”.

Tudo mudou, porém, quando, em 1994, ele assinou com a DGC Records e, com eles, lançou o álbum Mellow Gold. O disco teve como carro-chefe a faixa Loser, que tornou-se, enfim, um mega-hit e alavancou a carreira do cantor (embora tenha sido o único grande sucesso comercial do álbum).

Alguns achavam que, depois de Loser, Beck estaria fadado a ser um One Hit-Wonder, mas, em 1996, ele se livrou definitivamente desse rótulo, ao lançar Odelay – aclamado trabalho que venceu o Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa, e também rendeu o prêmio de Melhor Performance Masculina de Rock, nessa mesma premiação, devido à faixa Where It’s At (um dos grandes sucessos do disco). Além disso, Odelay foi incluso na lista dos 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall of Fame.

Seu trabalho seguinte, Mutations (1998), também venceu um Grammy de Melhor Álbum de música alternativa, e incluiu a canção Tropicalia , que não é um cover da canção homônima de Caetano Veloso, mas também se refere ao movimento tropicalista e possui fortes influências de MPB e Bossa Nova, uma vez que Beck é, declaradamente, um grande fã de música brasileira, desde criança. A faixa foi, inclusive, regravada por Beck, em 2011, para um remix que contou com a participação de Seu Jorge cantando versos em português.

Após Mutations, veio Midnite Vultures (1999) – álbum que possui fortíssimas influências de Funk e R&B, ao longo de ótimas canções (como o hit Debra). Porém, nem ele e nem Mutations foram tão aclamados pelos fãs e pela crítica especializada quanto Sea Change (2002) – trabalho que, assim como Odelay, entrou na lista de 500 melhores álbuns de todos os tempos, feita pela revista americana Rolling Stone, em 2003.

Os três álbuns seguintes de Beck – Guero (2005), The Information (2006) e Modern Guilt (2008) – foram bem-aceitos e trouxeram vários hits, como E-Pro, Think I’m In Love, Gamma Ray e Go It Alone (esta, composta ao lado de Jack White). Porém, foi com Morning Phase (2014) que o cantor venceu 3 prêmios Grammy na mesma noite, inclusive o de Álbum do ano – desbancando os gigantes Pharrell Williams, Beyoncé, Sam Smith e Ed Sheeran, que concorriam na mesma categoria, pelos álbuns GIRL, Beyoncé, In The Lonely Hour e X, respectivamente. Vale lembrar que Morning Phase foi inteiramente produzido pelo próprio Beck.

Seu trabalho seguinte (Colors, de 2017) trouxe hits como Wow e Dreams. Por esse álbum, o cantor voltou a ser premiado pela Academia de Gravação, desta vez vencendo seu terceiro Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa.

O álbum mais recente de Beck é Hyperspace (2019) – trabalho produzido por ele, ao lado de Pharrell Williams, entre outros produtores. Em 2023, porém, Beck lançou as faixas Thinking About You e Odissey (esta, ao lado da banda Phoenix), que podem ser parte de um novo álbum, ainda sem previsão de lançamento.

Além dos já citados álbuns de estúdio, Beck também já participou de trabalhos de nomes como Gorillaz, Cage The Elephant, Childish Gambino, Lady Gaga e Paul McCartney. Ele também gravou canções para as trilhas sonoras originais de vários filmes e séries, como Moulin Rouge- Amor em Vermelho (2001), Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças (2004), True Blood (2008-2014), A Saga Crepúsculo: Eclipse (2010), Scott Pilgrim contra o Mundo (2010) e Roma (2018).

O estilo de Beck costuma ser associado ao Pop experimental. Porém, a verdade é que é difícil categorizar a música do cantor em uma única “caixinha”: ao longo de sua carreira, Beck explorou sonoridades características de quase todos os gêneros e épocas, sem nunca entregar um trabalho que soasse repetitivo em relação ao que o antecedeu.

Os shows que Beck realizará no Brasil, neste final de ano, acontecerão no Rio de Janeiro (Vivo Rio, 02 de dezembro) e em São Paulo (festival Primavera Sound; 03 de dezembro). Será a terceira vez do artista no país (ele tocou no Rock in Rio, em 2001, e no festival Planeta Terra, em 2013), e também a primeira em mais de 10 anos.

Com certeza, serão shows imperdíveis e históricos, que devem figurar entre os mais memoráveis que passaram pelo Brasil neste ano! E, desde já, esperamos que Beck não demore mais 10 anos para voltar!

About the Author /

lucaslerock@gmail.com

Post a Comment