Dua Lipa — Radical Optimism
Recentemente, Dua Lipa lançou seu terceiro álbum de estúdio, Radical Optimism, através da gravadora Warner Music. Contendo 11 faixas, sendo três delas os singles Houdini, Training Season e Illusion que já haviam sido divulgados anteriormente, conquistando um considerável número de reproduções nas plataformas de streaming.
A cantora anglo-albanesa prometeu uma mudança de sonoridade nas suas faixas desse novo trabalho, o que realmente ocorreu, mas apesar de bem produzidas, não sustentam o mesmo fundamento de obras antecessoras como o Future Nostalgia, em que o ritmo retrô dance, que agitava as festas nos anos 70, é muito bem definido e explorado.
O álbum começa com End Of An Era e nela já podemos perceber a presença de um arranjo um pouco mais psicodélico, influência de Kevin Parker, produtor do disco e também vocalista da banda Tame Impala.
As letras, de um modo geral, seguem a mesma tradicional fórmula de se fazer música pop. Porém, por falarem de relacionamentos, ainda seguindo esta fórmula, haveria possibilidade de ser mais aprofundada, caminhando por sentimentos mais introspectivos e profundos, o que não acontece. Por outro lado, a superficialidade também pode ter seu valor, ou seja, usar de maneira criativa formas de contar sobre suas relações mas sem tornar aquilo algo pessoal demais. O que também não acontece. A lírica parece estagnar nesse meio termo.
Em Houdini, primeiro single a ser lançado, Dua Lipa faz referência ao famoso ilusionista que nomeia a canção para falar sobre a interação com suposto ficante que deveria se provar antes que ela desaparecesse em um passe de mágica. É uma música bem humorada, com aquele já conhecido ritmo dançante que muita das vezes até foge do convencional, mas permanece na zona de conforto da artista.
Mudando um pouco o ritmo crescente com o qual suas músicas costumam se apresentar, a faixa Falling Forever já inicia com um vocal lançado aos céus que se mantém progredindo até o final. Não faz parte das canções mais faladas do disco, mas vale o destaque por, de certa forma, exigir uma técnica maior para ser cantada, sem se apoiar tanto no beat, que dessa vez acompanha bem sem fazer o papel de “muleta”. Pode ser algo interessante em uma apresentação ao vivo.
Ainda que mantivesse o clichê de falar de términos e relacionamentos, tema recorrente e que sempre vai ter espaço na música pop, faltou uma entrega, seja para o lado mais emotivo de uma música mais intimista, ou, maior inventividade lírica para uma sonoridade extrovertida.
De todo modo, são músicas agradáveis de ouvir se por acaso vierem a tocar na rádio, na academia ou nos corredores de lojas de departamento, que como muitos internautas dizem, parecem ser o ambiente perfeito para várias das músicas de Dua Lipa. Realmente, não há como negar.