A beleza melancólica de Tim Bernardes | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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A beleza melancólica de Tim Bernardes

Martim Bernardes, presente no coração de todos seus fãs como Tim Bernardes, floresceu no mais belo berço musical em junho de 1991. Filho do renomado e multitalentoso Maurício Pereira, Tim teve a música presente em sua vida desde antes de seu nascimento, mas somente aos sei anos entrou para suas primeiras aulas de música. Hoje consolidado na música Indie e na nova MPB, a Moodgate vai caminhar por toda sua trajetória e descobrir quanto talento existe por trás do artista.

Após sua adolescência, Tim entra para faculdade de música em 2009, onde apresenta sua banda que viria se tornar referência no mundo do Indie Rock. Inicialmente cantando covers clássicos de grupos como Os Mutantes, The Beatles e Los Hermanos, a banda lança seu primeiro álbum autoral em 2012 com músicas escritas por Tim Bernardes. Em 2013, um ano após o álbum, o cantor disponibiliza algumas músicas escritas por ele para artistas gravarem, faixas como Papa Perdoa Tom Zé e Zé a Zero de Tom Zé. Somente em 2017, após 5 anos, sua banda entrou em um hiato, e Tim priorizou seus trabalhos independentes para lançar uma de suas mais belas criações musicais: Recomeçar. Quem esperava canções alegres e de amor, como o artista cantava com sua banda, ficou surpreso ao ver todo resultado.

O álbum Recomeçar traz à flor da pele todos os sentimentos existentes dentro daqueles sensíveis a música. Todo planejamento, todo arranjo, cada nota, cada verso desse álbum foi minimamente pensado em gerar no ouvinte os diferentes sentimentos que a música pode nos trazer. Sua abertura com apenas o instrumental da faixa Recomeçar nos traz o conceito do ciclo tendo seu ínicio, história e seu fim de forma parecida, para que o ciclo recomece.

Em Talvez e Quis Mudar, Tim traz seu lado reflexivo à tona, juntando com a quarta faixa do disco, Tanto Faz, para proporcionar uma história de uma desilusão amorosa, podendo facilmente ser analisada, também, por um lado político. Num breve interlúdio, uma orquestra de arrepiar e uma frase de impacto Ela Não Vai Mais Voltar seguida pelo encerramento da primeira parte do disco com a faixa mais reproduzida: Não. Em uma melodia calma, lenta e totalmente melancolica, Tim transmite toda história de um relacionamento frustado. Talvez seja a canção de maior impacto emocional do disco.

A faixa Ela, outra que passou dos seus 10 milhões de reprodução no Spotify, apresenta uma história que pode ser interpretada como se originada de um personagem ou uma autobiografia. Duas pessoas distintas conseguem entender dois conceitos diferentes em tão pouco tempo, isso é sensacional.

O álbum tem seu encerramento com a faixa Recomeçar, acompanhada de um vídeo clipe do artista desmontando seu piado por completo. Uma melodia lenta e pesada, difícil de digerir de primeira, maravilhosa para se ouvir em todos os momentos, na qual Tim mostra para seu público a importância dos recomeços.

É possível dizer que Recomeçar é uma obra prima da nova MPB também por seus feitos. Com o álbum, o cantor foi indicado ao Grammy Latino de 2018 e ficou em segundo lugar entre os melhores álbuns de 2017, segundo a revista Rolling Stone, além de ter ficado em oitavo lugar dentre os Dez Álbuns Fudamentais da Década pela revista O Globo em 2020. Depois de Recomeçar, Tim ganha grande espaço na música clássica brasileira. Com composições em álbuns de artistas como Gal Costa em Realmente Lindo, que viria a ter sua versão futuramente, também marcou presenças com artistas como Rubel, Baco Exu do Blues, Milton Nascimento, Maria Bethânia, Manu Gavassi entre outros artistas brasileiros. Ainda em 2019, Tim gravou a faixa Sonhei que Tu Estavas Tão Linda, para trilha sonora da novela brasileira Éramos Seis, produzida pela TV Globo.

Nesse mesmo período, o lançamento de Só Nós Dois contou para seu público uma linda história de amor que hoje soma mais de 13 milhõs de reproduções no Spotify. O artista mostra que além do dominio do Indie Rock com sua banda, músicas de amor que adotam modelos clássicos ou influências do Indie Folk são também sua especialidade. Após shows nacionais e internacionais, tanto solo como com sua banda O Terno, o musicista brasileiro começa a trabalhar em seu segundo disco solo Mil Coisas Invisiveis. Produzido principalmente durante a pandemia global iniciada em 2020, o cantor tenta passar para seus fãs o aspecto das coisas abstratas. Em tempos onde as coisas concretas e materiais perderam seu valor devido ao isolamento, a música manteve todos os sentimentos vivos dentro da gente.

Novamente Tim lança um projeto perfeito, com ínicio, história, reviravoltas e fim. Instrumentos gravados de forma indepente pelo própio artista e uma mistura de sentimentos confude o ouvinte durante todo o álbum. Já na sua primeira faixa Nascer, Viver, Morrer, Tim introduz 3 estrofes, cada uma iniciando com uma palavra do título da canção. Trazendo lembranças do seu primeiro álbum, entende-se a importância da vida. A música é também acompanhada de um vídeoclipe, no qual o mesmo piano que encerrou Recomeçar está pegando fogo. Para Tim, o sujeito é o fogo. como os versos “Nascer outra vez bem no meio da vida“, “Do silêncio com seu volume gigante“ e “Que prova existir vida antes da morte“.

Na música Fases, Tim conta uma narrativa sobre as fases da vida, como a transição da juventude para maioridade, a saída de casa, os términos de relacionamento e mais uma vez nos deixa claro a importância de lidar com as cicatrizes que adquirimos no caminho e as fases sempre passarão. Em BB(Garupa de moto amarela) Tim teve seu maior alcance em números. Em mais um sucesso romântico, o cantor relata uma bela história que hoje é usada como trilha sonora de muitos casamentos pelo mundo.

Passando pela segunda parte do álbum, o artista nos presenteia com mais 2 belas faixas. Em Última Vez, Tim recorda em detalhes um término dolorido, em que duas pessoas ainda se amam mas precisam seguir caminhos diferentes para obterem sucesso em suas vidas. A Balada de Tim Bernardes é aquela canção que arrepia todo o corpo, com o cantor mostrando, em forma de música, sua vida e relação familiar com todos os mistérios do mundo. Tim oferece grandes reflexões durante a faixa e sempre afirma o quanto a leveza do canto pode nos ajudar a levar a vida, como no refrão (“E por que não cantar? E por que não cantando?”).

Mil Coisas Invisiveis conta com 15 faixas e sem dúvida, vale a pena cada segundo de reprodução. A música Mistificar foi indicada a Melhor Audiovisual de 2023 pelo Prêmio da Música Brasileira. Em um projeto de canções inacabadas deixadas por Erasmo Carlos, Tim teve seu último lançamento Minha Bonita Primavera, que trouxe uma faixa de grande destaque.

Tim Bernardes, junto da sua banda O Terno, novamente anunciaram um hiato por tempo indeterminado e estão em turnê de encerramento. Tim já revelou que dará todo seu foco aos seus projetos solo e shows de apresentação do álbum Mil Coisas Invisiveis, impedidos pela pandemia.

Acima disso, Tim é um nome que tem crescido de forma exponencial no mundo músical e logo se tornará uma referência devido ao inegável talento que vem conquistando o Brasil e o mundo. Sua capacidade de criação harmónica e escrita é surpreendente, e capaz de sensibilizar em qualquer estado de sentimento.

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