Sepultura 40 anos: Relembre as principais parcerias que a banda já fez | Moodgate
Um novo sentimento para a música
6451
post-template-default,single,single-post,postid-6451,single-format-standard,bridge-core-3.0.1,qode-news-3.0.2,qode-page-transition-enabled,ajax_fade,page_not_loaded,,qode-title-hidden,qode_grid_1400,vss_responsive_adv,vss_width_768,footer_responsive_adv,qode-content-sidebar-responsive,qode-overridden-elementors-fonts,qode-theme-ver-28.7,qode-theme-bridge,qode_header_in_grid,wpb-js-composer js-comp-ver-7.9,vc_responsive,elementor-default,elementor-kit-7

Sepultura 40 anos: Relembre as principais parcerias que a banda já fez

Ao longo de quatro décadas de existência, o Sepultura sempre manteve o Metal como a proposta sonora básica de seu repertório. Por esse motivo, o grupo nunca deixou de lado o peso característico de suas músicas (nem mesmo para lançar uma única balada, ao longo de sua vasta discografia).

Apesar disso, a lista de colaborações que a banda já realizou não inclui apenas nomes ligados à música pesada. Por mais que o Sepultura tenha sim tocado ao lado de nomes como Mike Patton (Faith No More/Mr.Bungle) e João Gordo (Ratos de Porão), o grupo também já explorou de forma mais profunda as diversas possibilidades existentes dentro do Metal, ao realizar parcerias com artistas do naipe de Zé Ramalho, Sabotage e Carlinhos Brown.

Para complementar a nossa matéria sobre a turnê de despedida que celebra os 40 anos do Sepultura, nós preparamos uma lista especial com algumas das melhores parcerias que a banda brasileira mais conhecida do mundo já realizou:

Sepultura + Carlinhos Brown

Essa parceria inusitada foi extremamente importante para a carreira do Sepultura: em 1996, o álbum Roots se tornou o mais aclamado da carreira da banda, muito graças à incorporação de elementos percussivos tupiniquins na sonoridade do Metal. Porém, nem todos sabem que um dos maiores responsáveis pela brasilidade presente neste trabalho é Carlinhos Brown.

Max Cavalera, Andreas Kisser, Paulo Xisto e Igor Cavalera conheceram Brown graças à MTV Brasil: os cinco foram escalados para tocar juntos a música Kaiowas (do álbum Chaos A.D), durante a cerimônia do VMB 1995. Ao verem de perto o virtuosismo do baiano na percussão, os membros do Sepultura se impressionaram e convidaram ele para participar do álbum. Por mais que o conceito de incorporar elementos percussivos tribais a Roots já existisse antes de Brown começar a se envolver no álbum, a presença dele fez muita diferença: além de ter gravado diversos instrumentos de percussão para as faixas Ambush e Endangered Species, o baiano teve uma contribuição fundamental na icônica Ratamahatta –  onde, além de tocar percussão, ele fez dueto com Max Cavalera e assinou como co-compositor.

Com referências a personagens da história do Brasil e locais periféricos abundantes em solo nacional, Ratamahatta traz uma forte temática tribal e é uma das pouquíssimas canções em português já lançadas pelo Sepultura. Ela surgiu através de uma ideia de Brown e se tornou um dos maiores clássicos da história do Metal brasileiro.Carlinhos Brown é uma figura essencial para o megassucesso de Roots e merece muito respeito vindo dos fãs de Metal. Sem ele, o álbum mais bem-sucedido do Sepultura poderia não ter causado todo o impacto imenso que causou.

Sepultura + Mike Patton, Jonathan Davis e DJ Lethal

Carlinhos Brown não foi a única participação especial importante do álbum Roots: o grande renome internacional que o Sepultura possui possibilitou que, na faixa Lookaway, a banda pudesse contar o apoio dos vocalistas americanos Mike Patton (do Faith No More) e Jonathan Davis (do Korn), além do DJ Lethal (do Limp Bizkit e do House of Pain).

Tanto Patton quanto Davis contribuíram gravando vocais para Lookaway. Porém, Davis participou, também, da composição da faixa, assinando sozinho a letra dela. Lethal, por sua vez, ajudou a compor a parte instrumental e gravou scratches para a canção.

Nos anos seguintes, Patton e Davis se apresentaram várias vezes ao lado do Sepultura, mesmo após o fim da formação clássica da banda. DJ Lethal, porém, trabalhou novamente apenas com Max Cavalera (na canção Breed, do Soulfly).

Sepultura + João Gordo

A relação do Sepultura com João Gordo é antiga: por mais que, na década de 1980, existisse, no Brasil, uma certa separação entre os artistas de metal e os artistas de hardcore/punk, o Ratos de Porão pertencia a essas duas cenas musicais, por se enquadrar no estilo Crossover Thrash (que incorpora elementos tanto do Thrash Metal quanto do Hardcore/Punk). Em consequência disso, João conheceu pessoalmente os integrantes do Sepultura logo nos primeiros anos da banda e, já nessa época, ficou amigo deles.

Em 1994, João chegou a participar do show do Sepultura no Hollywood Rock, cantando a música Crucificados pelo Sistema (do Ratos de Porão). Porém, a primeira colaboração de estúdio entre ele e a banda de Metal mais bem-sucedida do Brasil foi acontecer apenas em 1998, com a gravação da música Reza.

A faixa em questão integrou o álbum Against e foi uma das mais elogiadas deste, que foi o primeiro lançamento do Sepultura com Derrick Green nos vocais. João, porém, era bastante amigo do antigo vocalista, e a sua participação em Reza irritou Max a ponto de custar a relação entre os dois.

Apesar disso, três anos depois, João colaborou novamente com Andreas, Igor, Derrick e Paulo, gravando um cover de Rise Above (do Black Flag) para o álbum Nation. Em 2005, o vocalista do Ratos de Porão ainda participou do DVD Live In São Paulo, cantando Reza ao vivo, com o quarteto.

Sepultura + Jello Biafra

A amizade entre o Sepultura e o politizado ex-vocalista do Dead Kennedys Jello Biafra começou em 1992, quando a banda brasileira e o cantor americano participaram de uma Jam Session ao lado do Ratos de Porão, durante um show em São Paulo. Pouco tempo depois, Jello entregou a Max Cavalera, Andreas Kisser, Paulo Xisto e Igor Cavalera uma letra baseada na teoria conspiratória de que o vírus da AIDS teria sido inventado pela biotecnologia do governo americano.

Por mais que a banda tenha achado a teoria do cantor bastante absurda, a ideia de falar sobre o perigo da tecnologia em mãos erradas agradou ao quarteto. Assim, em 1993, o Sepultura lançou Biotech Is Godzilla, no álbum Chaos A.D. Porém, apesar da letra ser toda de Jello, o americano não participou da gravação da música.

Entretanto, em 2001, o ex-Dead Kennedys colaborou novamente com o Sepultura, na não menos combativa faixa Politricks (do álbum Nation). Dessa vez, Jello não apenas contribuiu como letrista, como também gravou a versão de estúdio ao lado da banda, fazendo um dueto enérgico com Derrick Green (vocalista que passou a ocupar o lugar de Max Cavalera, em 1996).

Sepultura + O Rappa

Em 2001, a banda de Reggae Rock O Rappa convidou o Sepultura para colaborar na faixa inédita Ninguém Regula a América (composição de Marcelo Yuka sobre o imperialismo americano). Com isso, a linha vocal gravada por Marcelo Falcão ganhou um acompanhamento instrumental pesado de Andreas Kisser, Igor Cavalera e Paulo Xisto, além de vocais de apoio agressivos cantados em inglês por Derrick Green.

Ninguém Regula a América foi lançada como uma das 4 faixas inéditas do álbum Instinto Coletivo Ao Vivo e foi uma das últimas canções que Yuka gravou durante a sua permanência n’ O Rappa. Poucos meses depois, o músico foi expulso da banda carioca e, consequentemente, as letras do grupo deixaram de ter um teor político profundo.

Sepultura + Sabotage, DJ Zegon e Bnegão

Em 2002, o Sepultura botou o peso do Metal no Rap, ao gravar uma releitura de Black Steel In The Hour Of Caos, do Public Enemy, para o EP de covers Revolusongs. Essa versão contou com vocais guturais de Derrick Green durante os trechos famosos na voz de Chuck D , mas incluiu apenas parte da letra original, para dar espaço a versos autorais inéditos rimados em português por Sabotage.

Além do lendário rapper paulistano, o Sepultura ainda incluiu outro grande nome do Hip Hop nacional nessa gravação: quem ficou encarregado pelos scratches e pela programação eletrônica foi o DJ Zegon (ex-Planet Hemp; atualmente no Tropkillaz).

Em 2005, o Sepultura decidiu regravar sua versão de Black Steel In The Hour of Caos para o DVD ao vivo Live in São Paulo. Zegon marcou presença novamente, mas, já que Sabotage havia sido assassinado em janeiro de 2003, o rapper convidado para apresentar versos autorais nessa versão ao vivo foi Bnegão.

Sepultura + Zé Ramalho

Em 2003, o Sepultura foi contratado para gravar uma versão pesada de A Dança das Borboletas (clássico de 1976) ao lado de Zé Ramalho (autor da música original), para a trilha sonora do filme Lisbela e o Prisioneiro. A canção, que já era soturna, ganhou uma roupagem arrasadora nessa nova versão – com guitarras pesadíssimas e, até mesmo, versos guturais traduzidos do português para o inglês por Derrick Green.

O resultado dessa união inusitada foi tão sensacional que, em 2013, o Rock in Rio decidiu promover uma apresentação ao vivo entre Sepultura e Zé Ramalho, no Palco Sunset. Devido à curiosidade do público a respeito do que iria acontecer, o show em questão foi um dos mais esperados daquela edição do festival e, quando aconteceu, acabou entrando para a história como um dos melhores encontros que o Rock in Rio já recebeu.

Na apresentação que ficou apelidada como ”Zépultura”, os músicos performaram juntos, não apenas A Dança das Borboletas, como também outros três clássicos de Zé Ramalho (Jardim das Acácias, Mote das Amplidões e Admirável Gado Novo), uma música da carreira solo de Andreas Kisser (Em Busca do Ouro – que foi originalmente gravada com vocais de Zé) e o clássico Ratamahatta, do Sepultura.

Em 2024, Andreas Kisser admitiu, durante uma entrevista, que, dentre todas as parcerias que o Sepultura já fez, a realizada ao lado de Zé Ramalho é, com certeza, a sua favorita.

Sepultura + Diversas Orquestras (Família Lima, Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Experimental de Repertório…)

A primeira vez em que o Sepultura incorporou elementos da música clássica ao Metal foi em 2009 – quando a banda incluiu, no álbum A-Lex, uma versão da 9ª sinfonia de Ludwig Van Beethoven que unia instrumentos elétricos com uma orquestra erudita.

Dois anos depois, o grupo se apresentou ao vivo com orquestra pela primeira vez, durante a Virada Cultural de São Paulo. Nessa ocasião, o quarteto performou não apenas a 9ª sinfonia de Beethoven, como também sucessos próprios, ao lado da Orquestra Experimental de Repertório.

Em 2017, o Sepultura incluiu diversos instrumentos eruditos em seu álbum de inéditas Machine Messiah. No mesmo ano, a banda performou algumas das canções desse trabalho no Rock in Rio, acompanhada da Família Lima.

Cinco anos depois, Andreas, Xisto, Derrick e Eloy Casagrande voltaram ao Rock in Rio, para um show em parceria com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Lá, foram performados não apenas clássicos do Sepultura, como também composições de Beethoven, Vivaldi e Stravinsky em versão eletro-erudita.

Sepultura + Les Tambours Du Bronx

Em 2011, os organizadores do Rock in Rio acertaram em cheio ao unir a brutalidade industrial do grupo percussivo Les Tambours Du Bronx ao Sepultura. As duas bandas se encaixaram perfeitamente uma na outra e fizeram um show avassalador no Palco Sunset – incluindo canções do repertório de ambas, além de um cover de Firestarter, do The Prodigy.

A apresentação foi tão boa que, nos dois anos seguintes, a dobradinha entre o Sepultura e o Les Tambours Du Bronx se estendeu para o Wacken Open Air (na Alemanha), o Rock in Rio Lisboa e a edição seguinte do Rock in Rio Brasil. Porém, ao retornarem ao festival onde tudo começou, os dois grupos foram ‘’promovidos’’ para o Palco Mundo – onde eles se apresentaram logo antes das bandas Metallica, Alice in Chains e Ghost. Nessa ocasião, o Sepultura e o Les Tambours Du Bronx fizeram um show matador e gravaram o DVD ao vivo Metal Veins- Alive at Rock in Rio, eternizando em vídeo a força da parceria entre eles.

Sepultura + Steve Vai

Em 2015, o Rock in Rio Las Vegas escalou o Sepultura para fazer uma apresentação conjunta ao lado de um dos maiores guitarristas do mundo: Steve Vai.

Como os artistas tiveram pouco tempo para ensaiar juntos, o show foi majoritariamente do Sepultura e a participação de Vai durou cerca de 15 minutos. Mesmo assim, houve tempo suficiente para Andreas, Xisto, Derrick e Eloy Casagrande tocarem ótimas versões de Bad Horsie (de Steve Vai), Kaiowas e Roots Bloody Roots ao lado do genial músico americano.

O encontro foi um sucesso. Os membros do Sepultura deram bastante espaço para Steve Vai solar com o seu virtuosismo característico e, como era de se esperar, o guitarrista impressionou o público e somou muito na apresentação.

Entretanto, mesmo com toda a sua habilidade, Vai admitiu para Andreas, durante os ensaios, que teve grande dificuldade para conseguir executar Roots Bloody Roots perfeitamente, por não estar habituado a tocar aquele groove tribal brasileiro.

Embora o Sepultura não tenha tocado com Steve Vai novamente, Andreas participou do show que o guitarrista americano fez no Rio Montreux Jazz Festival de 2019.

Sepultura + Emmily Barreto

Em 2020, o Sepultura demonstrou seu apoio à nova geração do rock brasileiro quando colaborou com a vocalista Emmily Barreto (Far From Alaska/Ego Kill Talent) na música Fear, Pain, Chaos, Suffering .

Segundo Andreas, realizar uma parceria com uma vocalista mulher era ‘’uma vontade antiga dos membros do Sepultura” e a voz poderosa de Emmily fez a canção em questão ‘’encontrar um rumo’’.

Fear, Pain, Chaos Suffering foi lançada como a faixa final do álbum Quadra (o mais recente do quarteto). Como o Sepultura irá encerrar as suas atividades em breve, tudo indica que a parceria com Emmily entrará para a história como a última canção inédita lançada pela maior banda de Metal do Brasil.

About the Author /

lucaslerock@gmail.com

1 Comment

  • Maurício Rosa
    Setembro 3, 2024

    Excelente artigo. Parabéns ao autor Lucas Couto !

Post a Comment