The Drums prova que a dança e a melancolia combinam em show único em São Paulo
De Nova York, a banda indie The Drums desembarcou em São Paulo para apresentação única na cidade, no VIP Station, nesta quarta-feira (04), pela Solid Musice.
Com diferentes formações ao longo da carreira, a banda está firme e forte com seu membro originário Jonny Pierce (vocal), mas com diferentes posições para o instrumental no atual momento, sendo eles os membros: Johnny Aries (guitarra), Frank Corr (guitarra) e Gavin McDonald (bateria).
Em turnê pela América do Sul, o grupo passou pelo Chile e pela Argentina. Após sua apresentação no Brasil, The Drums seguirá para Peru e Colômbia no fim dessa turnê. A Moodgate conferiu como foi a passagem da banda por São Paulo e, em três palavras, ela foi: nostálgica, vibrante e melancólica.
Não há o que se pensar além das músicas tocadas pelo The Drums e os sentimentos que elas transmitem enquanto se está no show deles. É um momento contagiante, sereno e saudoso. Nele, as letras melancólicas e as melodias envolventes levam o público para um universo musical excêntrico. A performance cuidadosa de Pierce e a sua interação com a plateia tornaram a noite ainda mais especial. Ele, sempre que podia, declarava seu amor pelo Brasil, e ainda disse que amava a conexão que havia criado com o país, bem como que os fãs da América Latina era um dos motivos pelo qual fazia música.
Seu maior hit, Money, foi ainda mais vibrante ao vivo. A faixa possui uma essência despreocupada e divertida, o que foi capturado na plateia assim que ela começou a tocar. As pessoas dançavam, levantavam as mãos e cantarolavam sem parar, em sintonia. A canção, com sua famosa gaita e melodias pop, deixou a casa noturna em um ambiente de luau, onde o dinheiro era a menor das preocupações. E, por coincidência, fazia calor no dia da apresentação dos norte-americanos, em pleno inverno. Em Let’s Go Surfing, não havia ninguém com os pés no chão. Os fãs se jogavam, se descabelavam e cantavam um para o outro. O verso “Oh momma, I wanna go surfin’/ Oh momma, I don’t care about nothing” parecia ser cantado somente pela plateia, de tão alto. Foi um momento visceral.
As músicas mais introspectivas, como por exemplo I Need a Doctor, de Portamento, I Want All e Plastic Envelope, do mais recente álbum, o Jonny, ainda sim conseguiram transmitir uma energia calorosa para o público, que parecia anestesiado e concentrado em cada ação que o vocalista tomava no palco, ora dançando, ora se preparando para vocais mais longos, ora cantando com todo seu fôlego.
Em toda a performance, a sonoridade explodia com a junção da bateria e a guitarra frenéticas, a ponto de tudo se tornar mais forte: tanto as ações de Jonny, com a dos fãs. Ela ditava as regras com seu ritmo.
E, sem dúvidas, é por isso que eles voltam e gostam de estar aqui. A quinta vez de The Drums em São Paulo foi contagiante, nostálgica, síncrona e singular. O que torna seus shows mais especiais, com certeza, é o instrumental arrebatado e a presença de palco de Jonny. Isso deixa a apresentação da banda mais marcante. E seria diferente sem esses fatores, visto que a melancolia e o indie predominam em sua discografia. Sendo assim, é como uma linha tênue, mas a distinção entre a sonoridade de estúdio e ao vivo é a motivação de boa parte da energia que o público transmite, mesmo que em um período curto de tempo, por ser uma hora de show. E isso foi sentido a todo momento em no espetáculo da banda em São Paulo, que com todos esses elementos, se fez memorável para ambas as partes.