Conheça a ótima (e não tão comentada) carreira de Will Smith como rapper | Moodgate
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Conheça a ótima (e não tão comentada) carreira de Will Smith como rapper

O fato de Will Smith ser, há décadas, um nome extremamente estabelecido na indústria do cinema fez com que muitos brasileiros ficassem surpresos com o anúncio de que o ator se apresentará no Rock in Rio nesta quinta-feira (19), cantando Raps autorais. Muitas pessoas sequer sabiam da faceta musical de Will, mas ele começou a sua carreira como rapper antes mesmo de se tornar um sucesso em Hollywood.

Will se encantou com o Rap aos 12 anos, graças a seu primo Paul – que, em 1980, apresentou a ele nomes como Grandmaster Flash & The Furious Five, Cold Crush Brothers e Grandmaster Caz. Já nessa época, o artista começou a escrever rimas próprias e a disputar batalhas de improviso, mas, a partir de 1981, ele, curiosamente, foi na contramão da grande maioria dos representantes deste gênero musical, ao parar de incluir palavras de baixo calão em seus versos. Isso porque Will se sensibilizou, após a sua avó Gigi ter encontrado o seu caderno de anotações e deixado o seguinte recado, após ler muitos palavrões:

”Querido Willard,

Pessoas inteligentes não precisam usar esse tipo de linguagem para se expressar. Deus o abençoou com o dom das palavras. Tenha o cuidado de usar seus dons para edificar os outros. Por favor, mostre ao mundo que você é tão inteligente quanto achamos que é”.

Will, de fato, tinha recursos intelectuais para se firmar no Rap, mesmo sem palavrões: ele nunca perdia batalhas de rima e, por isso, acabou se tornando conhecido na cena underground da Filadélfia. Com o passar dos anos, o artista acabou ganhando o apelido de ‘’Fresh Prince’’ e resolveu usar isso como o seu nome artístico.

Em 1985, as coisas começaram a se encaminhar profissionalmente, quando Will ficou amigo do talentoso DJ Jazzy Jeff e montou, ao lado dele, o duo DJ Jazzy Jeff & The Fresh Prince. No ano seguinte, os dois lançaram, juntos, o single Girls Ain’t Nothing But Trouble – que foi bem-sucedido comercialmente e abriu portas para que, em 1987, a Jive Records aprovasse o lançamento do álbum Rock The House.

Esse trabalho de estreia vendeu cerca de 500 mil cópias nos Estados Unidos e rendeu a DJ Jazzy Jeff & The Fresh Prince um certo reconhecimento no meio do Hip Hop. Isso culminou em convites para que, de 1987 a 1988, a dupla dividisse palco com nomes do naipe de Run-DMC, Public Enemy, EPMD, Beastie Boys, Grandmaster Flash, LL Cool J, A Tribe Called Quest, Queen Latifah, Salt N-Pepa e NWA.

O sucesso que Will e Jazzy Jeff experienciaram com Rock The House, porém, nem se compara ao proporcionado pelo álbum duplo He’s The DJ, I’m The Rapper. Ancorado por hits como Parents Just Don’t Understand e Nightmare on My Street, esse lançamento de 1988 foi um marco na história do Hip Hop, chegando a vender mais de 3 milhões de cópias nos Estados Unidos e, com isso, se tornando o 8° disco de Rap mais vendido naquela época.  Por este trabalho,  a dupla DJ Jazzy Jeff & The Fresh Prince venceu, em 1989, o Grammy de ‘’Melhor Performance de Rap’’ (‘’Parents Just Don’t Understand’’ – primeira música a ganhar, após a criação dessa categoria) e os troféus de ‘’Artista de Rap Favorito’’ e ‘’Álbum de Rap Favorito’’, no American Music Awards.

O trabalho seguinte da dupla, porém, não causou o mesmo alvoroço: deslumbrados com o dinheiro e a fama, Will e Jazzy Jeff gastaram boa parte do tempo de produção de And In This Corner (1989) fazendo festas nas Bahamas e, consequentemente, a falta de dedicação rendeu um registro feito às pressas e com pouco  impacto comercial (o álbum não vendeu nem 1/6 do que He’s The DJ, I’m The Rapper havia vendido).

A má administração financeira acabou gerando problemas para a dupla, mas a vida deles mudaria totalmente no ano seguinte: durante uma visita ao The Arsenio Hall Show, Will conheceu o empresário Benny Medina  e, durante a conversa com ele, mentiu dizendo que sabia atuar. O que Will não sabia era que Medina e o produtor Quincy Jones estavam investindo em um projeto de série de TV, mas ainda estavam em busca de um protagonista. Assim, o rapper foi chamado para fazer uma audição presencial na festa de aniversário de Quincy Jones… e, mesmo sem ter nenhuma experiência em artes cênicas, passou.

Em 1990, então, Will virou protagonista da série ‘’Um Maluco no Pedaço’’ (‘’The Fresh Prince in Bel-Air’’, em inglês) e ainda conseguiu colocar o seu amigo DJ Jazzy Jeff no elenco, como o hilário personagem Jazz. Além disso, a dupla ainda ficou responsável por criar e gravar a música-tema original do programa.

Contudo, mesmo com os dois músicos trabalhando na série de 1990 a 1996, as atividades do DJ Jazzy Jeff & The Fresh Prince continuaram por mais alguns anos: em 1991, a dupla voltou a causar repercussão positiva no mercado fonográfico, com o ótimo álbum Homebase – cujo sucesso comercial foi impulsionado pelo hit Summertime, pela vitória na categoria de ‘’Melhor Álbum de Rap’’ do American Music Awards e, claro, pelo estouro mundial de ‘’Um Maluco no Pedaço’’. Em 1993, a dupla lançou, ainda, um novo álbum de inéditas, intitulado Code Red.

Porém, com o decorrer da série, Will acabou pegando gosto pela arte de atuar e foi melhorando cada vez mais as suas habilidades como ator. Em consequência disso, ele começou a ser chamado para participar de outros trabalhos, como os filmes Bad Boys (1995), Independence Day (1996) e Homens de Preto (1997). Por esse motivo, a dupla DJ Jazzy Jeff & The Fresh Prince chegou ao fim, na primeira metade da década de 1990.

Entretanto, em 1997, Will lançou o seu excelente álbum de estreia em carreira solo Big Willie Style. Esse trabalho vendeu cerca de 12 milhões de cópias ao redor do mundo, não apenas graças ao prestígio que o artista já possuía em Hollywood naquela época, mas também devido à imensa qualidade de faixas como Gettin’ Jiggy With It (que chegou ao 1° lugar das paradas dos Estados Unidos), Miami, Just The Two Of Us e Man In Black (presente na trilha sonora de Homens de Preto). O registro ainda contou com as colaborações especiais de DJ Jazzy Jeff, Nile Rodgers, Jamie Foxx e outros nomes de peso.

Will deu sequência à sua carreira solo, com mais três álbuns de inéditas, intitulados Willenium (1999), Born to Reign (2002) e Lost and Found (2005). Nesses trabalhos, o artista incluiu algumas parcerias com DJ Jazzy Jeff e, também, fez duetos com nomes como Snoop Dogg, Mary J.Blidge, Nicole Schrezinger e Jada Pinkett (esposa de Will, na época).  Todos esse álbuns foram bem-recebidos pela crítica, mesmo não atingindo o mesmo patamar comercial de Big Willie Style.

De 2005 a 2021, porém, Will deixou de lado a sua carreira como rapper, para se dedicar totalmente a atuar. Durante esse período, apenas os seus dois filhos mais novos Jaden e Willow estiveram constantemente presentes no meio musical, enquanto ele gravou somente alguns singles colaborativos – a convite de nomes como Logic (Don’t Be Afraid To Be Different), Bud Bunny (Está Rico) e Joyner Lucas (Will- Remix).

Em um trecho de sua autobiografia publicada em 2021, Will admitiu que atuar proporciona a ele um prazer ainda maior do que fazer música: ‘’Encontrei o meu negócio. O mundo da atuação libertou todos os impulsos artísticos contidos em mim. Foi a primeira tela que pareceu grande o bastante para que eu pudesse expressar minha imaginação. Minha expressão musical sempre pareceu estreita e restringida pelos limites da minha habilidade e dos meus talentos. Fazer música era parecido com morar em um bairro muito bom, enquanto atuar era como ser solto em um universo infinito. Como ator, eu podia ser qualquer pessoa, ir para qualquer canto e fazer qualquer coisa: campeão mundial de boxe, piloto de caça, treinador de tênis, defensor da galáxia, policial, advogado, empresário médico, conquistador, pregador, gênio da lâmpada… eu poderia até ser um peixe. Atuar engloba tudo o que eu sou – contador de histórias, performer, comediante, músico, professor… não me entenda mal: eu gosto muito de fazer música, mas eu AMO atuar’’, escreveu ele.

Entretanto, em 2022, tudo mudou, com o famoso tapa que Will deu no rosto de Chris Rock, durante a cerimônia do Oscar. A agressão acabou custando caro para a carreira do artista: desde o fatídico incidente, Will perdeu contratos e não tem recebido papéis com a mesma constância de antigamente (nos últimos dois anos, ele trabalhou apenas na sequência Bad Boys 4). Por isso, desde abril de 2024 (mês do Coachella – onde o ator reviveu sua faceta rapper pela primeira vez em anos),Will vem investindo em uma tentativa de se reerguer na mídia através da música: ele está fazendo shows em vários países do mundo e planeja lançar o seu 5º álbum solo ainda neste ano.

O vindouro trabalho se chamará Dance In Your Darkest Moments e já conta com os singles promocionais Work of Art (com participação de Jaden e Russ) e You Can Make It (com participação de Fridayy e da Sunday Service Choir), que foram lançados em junho e julho deste ano, respectivamente. Segundo Will, as letras do álbum abordarão o período de ostracismo vivido por ele nos últimos dois anos, após o ataque de raiva que acabou paralisando a sua carreira como ator, no ápice do sucesso .

Confira Work of Art, recente faixa de Smith:

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