20 anos de American Idiot e sua influência no mundo do rock | Moodgate
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20 anos de American Idiot e sua influência no mundo do rock

Green Day. Uma banda que sempre se caracterizou e destacou pela simplicidade – desde os elementos líricos até os melódicos. O trio composto por Billie Joe Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool, mesmo assim, foi um dos maiores responsáveis pela re-popularização do punk rock no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, além de serem um dos maiores expoentes do pop punk. Após o lançamento de Dookie (1994), um dos álbuns mais aclamados e bem sucedidos da banda, contudo, eles se encontravam num marasmo comercial e crítico, com obras que fizeram pouco sucesso quando comparadas com o trabalho vencedor do Grammy de Melhor Álbum Alternativo em 1995.

Em 2004, contudo, exatamente uma década após, o sucesso comercial foi completamente renovado com o aclamado American Idiot, lançado em 21 de setembro e estreando no topo das paradas da Billboard. Essa foi a primeira vez que um álbum do Green Day ocupou aquelas colocações. Mas qual foi o motivo de tanto sucesso?

A maneira como foi gravado

American Idiot nasceu de uma grande fatalidade: em 2002, a banda iniciou a gravação do projeto Cigarettes and Valentines com uma remodelação no som clássico do Green Day e muita experimentação. No final do mesmo ano, contudo, as fitas mestres foram roubadas. Foi quando o trio, ao invés de regravar tudo, decidiu tomar uma direção completamente nova.

Foi por isso que Billie Joe, Mike e Tré Cool começaram uma competição em que cada um criava faixas de trinta segundos cada, e a junção desses pedaços resultou nas músicas Homecoming e Jesus of Suburbia. Devido ao processo de criação diferenciado, o trio passou a ver as canções com um grau de profundidade maior, como se fossem capítulos de um livro ou atos de uma peça.

Durante as gravações, Billie Joe passou por um período sabático em Nova York, participando de jams em um bar de Manhattan. Foi aí que ele se aproximou dos compositores Ryan Adams e Jesse Malin e criou letras voltadas a conflitos internos cotidianos e a tentativa de continuar aproveitando a vida na cidade mesmo assim: Boulevard of Broken Dreams e Are We The Waiting.

O conceito por trás

American Idiot é um álbum de ópera-rock, ou, para alguns críticos, um álbum conceitual – para a banda é uma “ópera punk rock”. Os conceitos são suficientemente parecidos, já que o importante é entender que esse trabalho funciona através da narrativa de personagens como St. Jimmy, Jesus of Suburbia e Whatsername.

O Jesus do subúrbio é um anti-herói criado por Billie Joe, escrito a partir da perspectiva de um adolescente americano de classe média-baixa que foi criado à base de refrigerante e ritalina. Por odiar a cidade em que mora, ele opta por se mudar dali. Já St. Jimmy é alguém que luta pela liberdade de expressão através da música – principalmente o punk rock. Whatsername surge como a antagonista em She’s a Rebel.

E apesar de toda essa conceituação e a inspiração em obras como Tommy, do The Who, The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, de David Bowie e até mesmo musicais da Broadway como West Side Story, este texto começou explicando que o Green Day é uma banda muito simplista. A história de American Idiot ficou um tanto quanto difusa, já que o trio não sabia bem como seguir a partir de determinado ponto. Por isso, eles determinaram que o ouvinte seria responsável por construir o final a partir da própria imaginação.

O importante é que o tema principal da obra é a raiva vs. o amor, em que o personagem principal, Jesus of Suburbia, precisa escolher entre a rebelião de St. Jimmy ou a ética de Whatsername. Ele escolhe a segunda proposta, e isso resulta no “suicídio” de St. Jimmy – que é, na verdade, uma das faces de sua personalidade.

A temática política

American Idiot tem apenas duas canções explicitamente políticas: o single homônimo e Holiday. Apesar disso, toda a história construída pelo trio tem inspiração em eventos reais que envolveram os Estados Unidos, como a Guerra do Iraque e os mandatos de George W. Bush. Segundo Tré Cool, havia uma esperança real de que o disco funcionasse como uma propaganda de influência para os jovens não votarem em Bush.

Essa conexão que a banda formou entre a vida contemporânea na América do Norte, sua disfunção social e a política do início dos anos 2000 fez com que o álbum tivesse um quê atemporal, visto que, até hoje, suas mensagens se encaixam no contexto político dos Estados Unidos e músicas como American Idiot continuam sendo usadas como mensagem motivacional. Talvez a simplicidade lírica citada seja uma das responsáveis por manter a relevância do disco mesmo após 20 anos do seu lançamento – lembrando que essa característica, aqui, não é algo negativo.

O legado

É impossível falar de Green Day sem pensar em American Idiot. O sucesso dos membros da banda em fazer um trabalho atemporal foi tanto que após a eleição de Donald Trump em 2018 o single voltou a disparar nas paradas – praticamente 15 anos após o seu lançamento. E apesar de não ser o disco mais bem-sucedido da banda comercialmente, é inegável que foi o grande responsável por fazer o Green Day se tornar um fenômeno mundial que transcende as gerações.

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