Do Caos à Catarse: Conheça as eras de Bad Omens | Moodgate
Um novo sentimento para a música
6602
post-template-default,single,single-post,postid-6602,single-format-standard,bridge-core-3.0.1,qode-news-3.0.2,qode-page-transition-enabled,ajax_fade,page_not_loaded,,qode-title-hidden,qode_grid_1400,vss_responsive_adv,vss_width_768,footer_responsive_adv,qode-content-sidebar-responsive,qode-overridden-elementors-fonts,qode-theme-ver-28.7,qode-theme-bridge,qode_header_in_grid,wpb-js-composer js-comp-ver-7.9,vc_responsive,elementor-default,elementor-kit-7

Do Caos à Catarse: Conheça as eras de Bad Omens

Os presságios são mais do que positivos para os shows de fim de ano, apesar de ter tudo, até mesmo nome, para ser o contrário. A banda Bad Omens, de Richmond, Virgínia, desembarca pela primeira vez no Brasil para se apresentar no Knotfest, no segundo dia do festival, em 20 de outubro, domingo, no Allianz Parque. Neste ano, o evento tem como comemoração o aniversário de 25 anos do Slipknot, o que destaca ainda mais a sua segunda edição.

No mesmo dia, se apresentam Till Lindemann, Baby Metal, pod, Poppy, Black Pantera, Ego Kill Talent, Korzus, Papangu, The Mönic e Eskröta. Poppy, cantora de Whitman, Massachusetts, teve participação especial no single V.A.N., da nova era de Bad Omens.

A banda é formada por Noah Sebastian (vocal), Nick Folio (bateria), Nicholas Ruffilo (guitarra) e Jolly Karlsson (guitarra). Noah começou a compor enquanto também era guitarrista para uma banda de Washington, D.C., chamada Immoralist, onde permaneceu até 2014.  Em 2015, surgiu a ideia de formar o que se conhece hoje por Bad Omens, o que levou Noah, Nick, Nicholas e Jolly a fechar contrato com a Sumerian Records. Após o lançamento de seu último álbum, o THE DEATH OF PEACE OF MIND (2023), o quarteto ganhou reconhecimento diante da cena do metalcore, combinando elementos do gênero clássico com influências do rock alternativo, do pop e electro, o que chegou em um som moderno e agressivo.

Com a chegada do Bad Omens no Brasil cada vez mais próxima, a Moodgate vai te levar para dar uma volta pelas eras da banda. Confira:

Bad Omens (2016)

O álbum autointitulado da banda, lançado em 2016, marcou a estreia de Bad Omens no cenário alternativo musical, ganhando foco no metalcore moderno. A banda lançou os singles Glass Houses, Exit Wounds, The Worst in Me e The Fountain para aquecer sua estreia. O disco estabeleceu um som intenso em suas faixas, com gritos, riffs, rangidos e batidas quase que incontroláveis, combinando elementos do metalcore clássico com influências do nu metal, resultando, assim, em um som moderno e contagiante. As guitarras pesadas e os vocais eminentes de Sebastian se alternam com melodias mais suaves e refrões pegajosos, criando um contraste atraente entre elas.

Com 10 músicas, o álbum retrata letras sobre desilusão, confronto, angústia e apatia em meio a uma luta interna, à beira da autodestruição, em completo caos. “Estou paranóico, estou doente, não sou eu mesmo. Eu engarrafei bem e bebi a dor, mas ela não iria ficar para baixo. Agora eu não tenho nada a dar, nada a dizer para mim mesmo”, Noah canta em Malice.

Destaques: Glass Houses, The Worst In Me e Malice

Finding God Before God Finds Me (2018)

Os sentimentos expostos no autointitulado estreante ficam mais densos em Finding God Before God Finds Me, o segundo disco do quarteto. O primeiro single do álbum, Careful What You Wish For, foi lançado em agosto de 2018. Os singles seguintes The Hell I Overcame, Burning Out, Said & Done e Never Know vieram logo depois.

O álbum fala sobre libertação, autoconhecimento, redenção e consequências. Em comparação com o primeiro disco, O FBGFM tem aspectos de coragem, confiança e poder.

Mas, ainda, sim, ele é introspectivo. Noah, apesar de mais seguro de si, nitidamente, além dos confrontos enfrentados e apresentados no disco anterior, ainda aborda seus sentimentos ansiosos e torturantes. “Tenha cuidado com o que você deseja, porque você não tem noção da culpa que eu carreguei até agora sozinho, não é nada que você queira sentir”, Noah reflete e repete diversas vezes durante a canção Careful What You Wish For. Apesar de demonstrar medos e anseios, o vocalista é mais persuasivo nesta e nas outras faixas. Neste single, ele aborda a ideia de não esperar passivamente que as coisas melhorem, incentivando-se a ser mais ousado ao invés de esperar que o mundo ou as circunstâncias mudem sem que atitudes sejam tomadas. Ele demonstra urgência, ou até mesmo desespero, em viver o presente e em enfrentar os problemas diretamente, sem se esquivar deles.

Em Dethrone, Sebastian é mais ousado e mostra que, apesar das dores, ele está cada vez mais forte após seus confrontos com seu passado, seus medos e, em geral, consigo mesmo. “Você achou que poderia cavar fundo o suficiente para me enterrar?

Na versão Deluxe, Bad Omens ainda faz um cover de Come Undone, de Duran Duran. É uma faixa pulsante, pois mistura os ritmos leves da versão original com o metalcore, repleta de riffs e ecos.

Acabou quando eu digo e você não vai se livrar de mim, então entre no meu fogo ou entre na minha luz. De qualquer forma vai queimar se você não fizer isso direito”, ele se rebela durante a canção.

A guarda se mantém firme pelas 13 faixas do disco, apesar de Noah nunca deixar de expressar sua vulnerabilidade. A diferença é que aqui ele reconhece que, além de todas as controvérsias postas em linha de frente, seja ela uma desilusão ou uma ferida causada em seu passado, sua força não se anula por isso. No entanto, a guarda se baixa em THE DEATH OF PEACE OF MIND novamente. Mas, espere, não é um efeito regresso, é uma catarse, repleta se emoções reprimidas finalmente libertas.

Destaques: Dethrone, Said & Done e Limits

THE DEATH OF PEACE OF MIND (2022)

O terceiro álbum de estúdio de Bad Omens faz jus ao seu título do início ao fim, sendo ele uma jornada sólida e intensa através das emoções humanas. Dessa forma, não há paz e constância em meio a mente e aos pensamentos conturbados que se exploram em THE DEATH OF PEACE OF MIND.

O disco aborda sobre amor, perda, ansiedade e a busca por um propósito em um mundo dominado pelo caos. E essa com certeza é a diferença entre as composições brutas do primeiro álbum, o autointitulado. Lá, o eu lírico se vê tomado pelo caos e, em THE DEATH OF PEACE OF MIND, ele o confronta e busca se manter são, o que, também, não denota uma tarefa fácil.

Apesar de Sebastian ter iniciado a composição de Just Pretend por pura ironia, como ele mesmo disse: “a canção tinha potencial para ser doentia”. E, evidentemente, foi por isso que ele a continuou. O single, por sua vez, fala sobre um amor não correspondido e sobre a batalha para seguir em frente após isso. A faixa começa com uma declaração de não temer a guerra que está sendo travada contra os pecados, demônios e falhas, e Noah usa a frase “just pretend” (apenas fingir, em tradução livre) para retratar seu costume por manter boa aparência, apesar de, pôr dentro, não ter nada de bom.

Na canção autointitulada, Noah declara que o amor é a morte da paz de espírito, o que reforça o que se é gritado na faixa Just Pretend, bem como que sua principal dor em meio as 15 faixas seja a desilusão. Principalmente em Nowhere To Go, The Grey e Miracle, Noah reforça sua busca pela redenção, com autos e baixos, tentando manter o controle em uma batalha mental, junto a um sentimento que resplende ao vazio e a insatisfação. Ao chegar em Miracle, toda essa luta parece ser perdida, mas, ao fim,

Sebastian continua a clamar pela paz e a estabilidade que tanto busca. “Então me dê algo bonito. Então me dê outra coisa, eu preciso de outro milagre. Eu realmente preciso de ajuda, eu preciso de um milagre”, ele canta desesperado.

Sonoramente, o álbum tem aspectos futurísticos, sintetizadores e batidas eletrônicas estão presentes em boa parte, o que o aproxima como um todo ao metalcore moderno, de maneira mais versátil em relação aos trabalhos anteriores. Visualmente, ele se complementa. Os clipes, em questão, foram desenvolvidos com paletas e cenários futurísticos. Like A Villian é claramente inspirado em Blade Runner e em universos cyberpunk.

A guerra travada, a busca por quem é e a superação de medos já trilharam boa parte de um caminho conturbado mente a fora, mas não se conclui, e sim se mantém como ferida aberta.

Destaques: Just Pretend, The Grey e ARTIFICIAL SUICIDE

CONCRETE JUNGLE [THE OST]

Neste ano, o quarteto lançou o álbum CONCRETE JUNGLE [THE OST], continuação de THE DEATH OF PEACE OF MIND, referenciando uma das faixas com o título do álbum. Ele, o último trabalho de Bad Omens até agora, é um divisor de águas. Seu cunho experimental e ambicioso dele não foi bem recebido pelos fãs, isso, no entanto, devido ao uso exagerado de elementos eletrônicos e sintetizadores, que sempre se mantiveram equilibrados anteriormente. E para além disso, ele não é o mais inovador, visto que usa de remixes, lives e elementos musicais contrários que não se voltam entre si, como um redux.

Essa abordagem pode ter funcionado para aqueles que simpatizam com vertentes futurísticas e caóticas ou mais especificamente com um som sintético e industrial. Contudo, evidentemente, o quarto disco de estúdio se desviou bastante das raízes da banda, o que causou um certo desapego emocional com a melodia e a narrativa caótica e densa tanto proposta por Noah. Essas características, em conjunto com o ritmo inconsistente e mudanças de estilo a cada track, resultaram numa narrativa indecifrável e dispersa. É diferente de todos os seus trabalhos discográficos, mas não se põe a frente deles.

Destaques: V.A.N, The Drain e EVEN

About the Author /

gipavan163@gmail.com

Post a Comment