25 anos de There Is Nothing Left to Lose: O Álbum Marcante do Foo Fighters
Lançado no dia 2 de novembro de 1999, There Is Nothing Left to Lose com certeza ocupa um lugar especial no coração de qualquer fã de Foo Fightes. Além de ser considerado por Dave Grohl seu álbum favorito da banda, também foi o primeiro a receber o prêmio de Best Rock Album na cerimônia do Grammy. O single mais famoso, Learn to Fly, também ganhou uma estatueta: Best Short Form Music Video.
“Quando ganhamos o prêmio de melhor álbum de rock, que fizemos no meu porão, fiquei muito orgulhoso – porque o fizemos em um estúdio improvisado de baixa qualidade que nós mesmos montamos. Eu fiquei lá olhando para todos em smokings, diamantes e casacos de pele, e pensei que provavelmente éramos a única banda que ganhou um Grammy por um álbum feito de graça em um porão naquele ano”, disse Grohl em uma entrevista, 11 anos depois da banda vencer na premiação.
A fins de contextualização, depois de um ano e meio vivendo em Los Angeles Dave Grohl decidiu que aquela vida boêmia não era mais para ele. Pelo menos não todos os dias. Por isso, optou por comprar uma casa em Alexandria, na Virgínia, e montar um estúdio de gravação no porão. Isso calhou com a época em que o Foo Fighters se desvinculou da Capitol Records.
Um dos maiores desafios, claro, era produzir um álbum e fazê-lo soar bem sem a ajuda de programas de ponta como o Pro Tools e o AutoTune. Mas os louros comprovaram que o trabalho duro foi bem recompensado. Não à toa que, como dito anteriormente, esse é um dos, se não o, álbum favorito de Dave.
Uma das maiores tendências do final dos anos 1990 e início dos anos 2000 eram as power-ballads, que faziam sucesso imenso com o público e eram sempre uma pedida nas rádios ao redor do mundo. Mas, para quem conhece o Foo Fighters e a carreira de Grohl no Nirvana, sabe da imensa dificuldade de seguir a mesma linha. Por isso, contra todas as inclinações do momento, a banda optou por ser o mais direta quanto fosse possível: bateria, baixo e guitarra.
Aos ouvidos mais atentos, inclusive, There is Nothing Left to Lose pode soar mais modesto do que The Colour and the Shape (1997), que tinha uma abordagem que iniciava suave, mas se tornava mais “agressiva” conforme o compasso das músicas avançavam. A diferença na produção é notável, mas nem melhor e nem pior. Apenas diferente. Mais simples.
O trio composto por Grohl, Taylor Hawkins e Nate Mendel precisou manter a calma para finalizar o projeto, já que o Foo Fighters tinha passado por recentes rompimentos com outros membros – Pat Smear (que voltaria em 2007), Franz Stahl e William Goldsmith, todos exaustos do projeto anterior ou cansados do perfeccionismo do frontman.
There is Nothing Left to Lose surge nessas condições, o que explica o status anterior e a preferência pela simplicidade da bateria, baixo e guitarra. Como qualquer projeto da banda, é enérgico, conta com riffs e refrões marcantes, mas também tem um quê de suavidade, quase como se as músicas tivessem sido beneficiadas com polidez devido às poucas camadas (algo bem diferente do antecessor, que contava com melodias mais complexas).
A sequência de abertura do álbum, com Stacked Actors, Breakout e Learn to Fly dita exatamente como será a experiência do ouvinte pelos próximos minutos. Além de diversas canções grudentas – ou “pop”, mas no sentido literal da palavra – por causa de seus refrões fáceis, há também algumas baladas à lá Foo Fighters, como Ain’t The Life, Last Year e, principalmente, Aurora.
Em 2022 essa canção ganhou um novo significado, muito mais especial e emotivo, tanto para a banda quanto para seus fãs. Essa era a música favorita de Taylor Hawkins, o baterista da banda, que faleceu no dia 25 de março daquele ano. Por isso, Grohl prometeu que Aurora seria parte permanente do setlist – uma belíssima homenagem.
There is Nothing Left to Lose é considerado um marco na carreira do Foo Fighters, muito pelo simbolismo que o álbum representa. Foi durante a turnê desse disco que eles se apresentaram no Rock in Rio 2001 para mais de 100 mil pessoas. O ponto de virada: de uma banda de nicho à atração principal de festivais de música ao redor do mundo.
Andréa Tramujas
Parabéns!!! Adorei, excelente matéria
Almy
Melhor album deles disparado