Joyce Manor: A trajetória da banda que conquista fãs com autenticidade e DIY
Em uma noite de karaokê, Barry Johnson e Chase Knobbe decidem fazer algo não tão inusitado assim, pelo menos pra quem gosta de música, essa ideia provavelmente já passou na sua cabeça, começar uma banda. Dali pra frente, após este encontro casual, as coisas foram acontecendo e em 2008 na cidade de Torrance, Califórnia, o Joyce Manor foi fundado.
Desde então, e até atualmente, a banda é formada por Barry Johnson (vocal e guitarra), Chase Knobbe (guitarra) e Matt Ebert (baixo). Nos shows, a banda conta com músicos de apoio, como Neil Berthier (guitarra acústica, sintetizador e vocais) e Neil Hennessy (bateria), ampliando a presença instrumental e a energia nas apresentações ao vivo.
Filosofia DIY
Mesmo com a evolução e popularização de seu som, a banda seguiu com o estilo DIY (Do It Yourself “Faça Você Mesmo”), característica que fez com que ela mantivesse uma forte conexão com a cena underground e permitiu consolidar uma base de fãs extremamente fiel.
Esta abordagem influencia também a postura da banda nos shows, onde são conhecidos por pedir que o público evite fazer mosh pits, criando um ambiente seguro para todos os presentes. Reforçando, assim, sua conexão com o público e mantendo uma imagem acessível e autêntica.
Trajetória Musical
Adotando um som cru e autêntico, que tem como influência bandas de punk rock, pop-punk e emo, geralmente com músicas curtas, diretas e com letras que exploram sentimentos de solidão, ansiedade e reflexões sobre os desafios da juventude, muitas vezes inspiradas em história pessoais e cenas cotidianas.
Seu álbum de estreia “Of All Things I Will Soon Grow Tired” lançado em 2012, experimentou novas sonoridades e ampliou o alcance do grupo logo de cara. Com apenas 13 minutos de duração e a inclusão inesperada de uma versão da faixa “Video Killed the Radio Star” foi uma jogada ousada que refletiu a vontade da banda de desafiar as convenções do punk, mostrando uma faceta melódica e madura, sem perder o espírito independente e rebelde.
Em seu segundo trabalho, digamos que o antecessor da sua principal obra-prima, o disco “S/T” de 2013, tem uma extrema importância na história da banda. É fato que ele tem algumas músicas um pouco esquecidas, mas o grande e incomparável hit do ∫Joyce Manor nasceu aqui. Claro, estamos falando de “Constant Headache”, o seu som mais icônico, indispensável nos shows e que hoje já conta com mais de 51 milhões de streams no Spotify.
Considerado um dos trabalhos mais marcantes da banda, “Never Hungover Again”, de 2014, consolidou Joyce Manor no cenário. Com produção de Joe Reinhart, o álbum foi aclamado pela crítica como “um retrato sincero da vulnerabilidade jovem”. A revista Rolling Stone, por exemplo, elogiou a habilidade da banda em equilibrar intensidade emocional e ganchos melódicos, destacando faixas como “Christmas Card”, “Catalina Fight Song”, “Heart Tattoo” e “Falling in Love Again”.
Em 40 oz. to Fresno, seu mais recente álbum lançado em 2022, Joyce Manor retorna a uma sonoridade mais intensa e direta, revisitando as raízes de seu primeiro álbum, e colhendo novos frutos a partir disso, pois agora conta com uma maturidade evidente. A faixa “Gotta Let It Go” é uma das mais emocionantes, em que a banda captura a nostalgia e a resiliência de forma surpreendente. Este álbum mostra o crescimento de Joyce Manor, ao mesmo tempo em que se mantém fiel ao estilo autêntico que conquistou seus fãs no início de sua carreira.
Atualmente, a banda segue em uma turnê que irá passar pelo Brasil nas próximas semanas. Com shows marcados no Rio de Janeiro, Curitiba e em São Paulo, a expectativa é de fortalecer um vínculo com o público brasileiro e latino americano. Os ingressos ainda estão disponíveis.