Movements estreia no Brasil com show explosivo em São Paulo
Após anos de idas e vindas, cancelamento de show e a pandemia da COVID-19, o Movements finalmente veio ao Brasil. A turnê, produzida pela Solid Music Entertainment, passará por toda a América Latina neste mês de novembro.
A banda, que em 2023 lançou o ótimo RUCKUS!, chegou ao VIP Station, em São Paulo, sob olhares de muita expectativa – não por menos, eles possuem milhões e milhões de plays nas plataformas digitais e têm sido muito bem recepcionados por crítica e público a cada novo trabalho na pista.
Eles se tornaram um dos nomes mais interessantes da cena emo/post hardcore, conquistando ainda mais espaço lá fora por conta de suas apresentações ao vivo. Carismático, o vocalista Patrick Miranda, o maior destaque da performance, disse que os paulistanos foram “uma das mais altas plateias para quem eles já tocaram”. A sensação foi de dever cumprido.
A banda passeou pelas diversas fases da discografia, dando mais protagonismo ao clássico Feel Something (2017) e o novo trabalho. Faixas como Suffer Through, Third Degree e Colorblind enlouqueceram os fãs, que entre moshpits e lágrimas deram conta do recado.
As novas e excelentes I Hope You Choke, Fail You, Killing Time e A.M.P, funcionam ainda mais no tête-à-tête.
Se houve algum ponto “não tão positivo”, foi a duração. Todo mundo queria uma apresentação de 2h, mas a boa setlist convenceu em cerca de 1h30 de gig.
Com grande carga emocional, o cerne que gira em torno da história dos californianos se baseia entre as experiências interpessoais dos integrantes. Temas como ansiedade, luto, depressão e amor são facilmente identificados nas composições do grupo, que parece criar uma relação sólida e até próxima com quem os acompanha.
Tudo isso se dá pelo fato da cena emo, que abre espaço para bandas não tão mainstreams, ter como um de seus pilares a aceitação de diferentes formas e perspectivas do viver.
O Movements desfila bem seu rock alternativo baseado em influências emo, post hc e até uns lapsos de shoegaze, mas o protagonismo fica para a representatividade.
O público se entrega de corpo e alma, clamando por faixas que desconstruam a ideia do amor romântico perfeito, do término conturbado, dos traumas não cuidados. E é exatamente isso que eles dão.
A estreia do Movements no Brasil foi explosiva em todas as suas frentes: no som, na emoção, no sentimento. O grupo, que ainda toca em Curitiba, declarou nas redes sociais que esse show foi um dos melhores da história da banda. Felizmente a recepção de lá pra cá foi tão boa quanto de cá pra lá.
Nos resta aguardar o retorno de quem demorou para finalmente nos descobrir. Essa relação tende a crescer mais e mais, afinal, parece que o sentimento de gratidão e paixão é uma via de mão dupla entre banda e fãs. Ainda bem.