Linkin Park — From Zero | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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Linkin Park — From Zero

Durante 21 anos e sete álbuns de estúdio, o Linkin Park conseguiu difundir o próprio nome na cena do nu metal, rap metal e rock alternativo. A trajetória da banda, que angariou milhões de fãs ao redor do mundo, foi interrompida drasticamente em 2017 com o suicídio de Chester Bennington. Um hiato foi anunciado e, para muitos, aquele seria o marco final do grupo. Em 2024, contudo, a vocalista Emily Armstrong e Colin Brittain foram anunciados para completar o conjunto já composto por Mike Shinoda, Brad Delson, Dave Farrell e Joe Hahn. Ali, iniciava-se um novo capítulo, celebrando a história já construída e abraçando um novo futuro.

From Zero é o primeiro álbum lançado desde One More Light (2017) — este, um trabalho muito conturbado, que mais puxava para o estilo pop e eletrônico e, por afastar-se do metal, causou estranhamento e crítica dos fãs. O novo marco, contudo, veio para celebrar tudo o que o Linkin Park já foi, além de ditar as regras sobre como as coisas serão a partir de agora. A voz de Emily, que, no início, causou estranhamento aos mais céticos, hoje une-se aos maiores clássicos e veste-os como uma luva, além de consagrar o novo som com um teor mais fresco.

Os singles The Emptiness Machine e Heavy is the Crown foram os primeiros lançamentos do álbum e também a carta de apresentação de Emily. O vocal, potente, não precisou de maiores introduções. Longe de tentar copiar Bennington, o extensão mais aguda dá uma cara nova para o trabalho da banda, que adotou esse novo tom também nas músicas antigas incluídas nas apresentações ao vivo. A sequência prévia ao lançamento do novo trabalho continuou com Over Each Other e Two Faced.

Over Each Other dá um destaque maior a Emily, que deixa de lado o uso gutural para uma música com roupagem mais pop. Esse é um sentimento que discorre durante o álbum, aliás: cada faixa parece um passeio a alguma parte especial dos 21 anos de história, todas coexistindo e trabalhando perfeitamente. Two Faced, então, abraça o lado mais Hybrid Theory (2000) possível do Linkin Park — o que traz um sentimento muito nostálgico ao mesmo tempo, em que coroa a escolha de colocar Armstrong nos vocais para a continuidade do projeto como uma das melhores até então.

Cut the Bridge, uma das inéditas, vem com um lado mais A Thousand Suns (2010), um dos álbuns mais experimentais do conjunto, que faz uma mistura muito boa entre o metal, o pop e o eletrônico. Casualty promete sucesso entre os fãs mais céticos, já que parece ter saído diretamente de Minute to Midnight (2007), um dos queridinhos. A vibe destrutiva e até mesmo melancólica é muito bem-vinda, ainda mais com um refrão clássico de uma canção de metal.

O único ponto baixo do disco vem com Overflow, que parece ter uma batida experimental demais, algo que flerta com os lançamentos mais recentes, que, consequentemente, não tiveram tanto sucesso com o público. Os vocais são mais etéreos e há a construção de toda uma atmosfera distante do restante das faixas. Falta uma das características marcantes da banda, o refrão poderoso atingido depois de uma ponte bem feita. Já Stained começa com uma batida eletrônica pesada e mais fechada, algo que também puxa aos primeiros trabalhos do Linkin Park, mas alivia com o vocal alto e rouco de Armstrong e, depois, evolui para um pop no refrão não tão marcante quanto outros do álbum.

IGYEIH traz todos os elementos esperados de um lançamento da banda: o gutural de Emily, o rap de Shinoda e uma ponte que leva a um refrão-clímax com o instrumental pesado acompanhando o vocal. O fechamento, com Good Things Go, vem mais suave, com uma letra mais sensível e uma melodia feita para elevar os vocais de Emily a um grau quase angelical.

From Zero é um álbum feito para fãs, bem longe de parecer experimental em qualquer nível. E, ao mesmo tempo, não cai na zona de conforto — tudo é muito novo, a atmosfera, a fase, os vocais, até o instrumental que, como dito anteriormente, subiu o tom para casar melhor com o estilo de Armstrong. Mais do que tudo, os membros parecem ter se divertido com o processo criativo, tecendo uma colcha de retalhos (aqui, no sentido mais positivo da expressão) para mostrar um pouco do que o Linkin Park sempre foi, e também tudo o que ainda pode se tornar.

Nota: 8.6

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