O Fontaines D.C. segue sua evolução com Romance, um álbum que deixa para trás as influências do pós-punk para mergulhar de vez no rock alternativo com nuances de indie. O disco traz uma abordagem mais pop, talvez reflexo da experiência adquirida em grandes palcos durante a turnê com os Arctic Monkeys em 2022 e 2023, que passou por arenas e estádios ao redor do mundo.
Isso é um problema? Longe disso. A mudança foi feita com elegância e autenticidade. Romance é o trabalho mais acessível da banda até agora, mas sem abrir mão de qualidade. Diferentemente de Skinty Fia (2022), as letras aqui têm um tom mais íntimo e emocional, explorando temas pessoais. Exemplos marcantes incluem a inebriante Starbuster, inspirada por um ataque de ansiedade de Grian Chatten, e Here’s the Thing, que aborda um relacionamento conturbado.
O álbum também se aventura em novos territórios sonoros, como a orquestral In the Modern World, que brilha com arranjos de cordas cuidadosamente inseridos. Outro destaque é a melancólica balada Horseness Is the Whatness, uma reflexão profunda sobre o vazio deixado por um amor que não deu certo.
Romance equilibra momentos de pop-rock acessível, como em Bug, com seu estilo cativante e convencional, e Favorite, que resgata o charme do rock acústico do final dos anos 2000, misturando violão rítmico e floreios de guitarra elétrica. Mesmo com a suavização de seu som, a banda não perdeu completamente a energia visceral, evidenciada em faixas como Death Kink, que remete aos seus momentos mais pesados.
O Fontaines D.C. acertou ao explorar novas direções em Romance. Apesar de uma leve sensação de incerteza quanto ao futuro, o álbum é sólido, bem executado e sem faixas descartáveis, consolidando mais um capítulo notável em sua trajetória.