O baterista Eloy Casagrande teve um início marcante em sua trajetória com o Slipknot, que começou meses antes de sua estreia oficial com a banda em abril de 2024. Durante seu processo de audição, ele precisou gravar vídeos com performances de músicas específicas solicitadas pela banda, incluindo uma faixa que nunca foi tocada ao vivo.
A etapa inicial: vídeos enviados do Brasil
Em dezembro de 2023, Eloy, ex-baterista do Sepultura, recebeu o convite para participar de uma audição com o Slipknot por meio do empresário da banda. Antes do encontro presencial, ele precisou gravar performances de seis músicas em um estúdio em São Paulo, como revelou à Veja SP.
“Escolhi três músicas e então eles pediram para eu tocar outras três específicas: Eyeless, Purity e Gematria. Gravei de forma profissional e enviei os vídeos para eles,” explicou Eloy em entrevista à edição de janeiro de 2025 da revista Modern Drummer.
As faixas escolhidas pelo Slipknot
- “Eyeless” e “Purity” são clássicos do álbum autointitulado da banda, lançado em 1999, atualmente em destaque na turnê de 25 anos, Here Comes the Pain.
- “Gematria (The Killing Name)”, do álbum All Hope is Gone (2008), nunca foi apresentada ao vivo e carrega um histórico curioso. O vocalista Corey Taylor já havia comentado ao podcast All Things Music que, apesar de ser uma de suas músicas favoritas, a banda nunca a tocou ao vivo devido a questões de ressentimento relacionadas à sua gravação.
A audição presencial nos Estados Unidos
Em janeiro de 2024, Eloy viajou para Palm Springs, Califórnia, para a etapa final da seleção, que durou 10 dias. Ele descreveu o processo em entrevista ao canal da Warner Brasil:
“Eles adiantaram um dia só para que eu pudesse montar minha bateria do jeito que quisesse. Isso foi importante para que eu ficasse mais tranquilo e ajustasse tudo com calma.”
Nos primeiros cinco dias, a banda ensaiou com setlists variados, simulando shows ao vivo para avaliar não apenas a performance técnica, mas também a interação social.
“Foi um momento muito delicado, porque precisava haver uma conexão musical e social. Todo mundo foi muito receptivo comigo, me deixando à vontade.”
O conselho de Clown
Apesar da receptividade, Eloy admitiu estar nervoso, algo percebido por M. Shawn “Clown” Crahan, um dos líderes do Slipknot. O percussionista deu um conselho que marcou o baterista:
“Ele me disse: ‘Tocar no Slipknot não é sobre perfeição. É sobre energia, impacto. Esqueça a perfeição e aproveite a música.’ Foi um alívio entender que eles buscavam autenticidade e presença, mais do que a execução impecável de cada nota.”
Uma nova era com Eloy Casagrande
Desde então, Eloy Casagrande vem consolidando seu lugar como parte fundamental do Slipknot, trazendo sua energia e experiência para o som visceral da banda. Sua jornada, iniciada com muita dedicação e superação, simboliza o espírito que define o grupo: intensidade e paixão pela música.