Para quem não acompanhou a intensa rivalidade entre Kendrick Lamar e Drake ao longo de 2024, o show do intervalo do Super Bowl poderia parecer apenas mais uma apresentação em meio a um jogo morno. Mas a realidade era muito mais explosiva.
As ameaças de processo por parte de Drake lançaram incertezas sobre o setlist de Kendrick, especialmente em relação a Not Like Us — a diss track na qual ele acusa o canadense de comportamento questionável. A dúvida pairava no ar: Lamar ousaria cantar um dos ataques mais diretos da história do rap em um dos eventos esportivos mais assistidos do planeta?
O show começou com Samuel L. Jackson no papel de um provocativo Tio Sam, dando o tom de um espetáculo que abordaria os pesadelos da América contemporânea: a luta racial, a iminente volta de Donald Trump e, claro, o domínio artístico de Kendrick Lamar. Mas a performance também carregava o peso de uma das disputas mais comentadas da música nos últimos anos, culminando no impacto avassalador de Not Like Us, faixa que transcendeu o rap e se tornou um fenômeno cultural.
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O ápice veio no momento que muitos descreveriam como um “funeral” para Drake. Quando Kendrick soltou a frase “Say Drake, I hear you like ’em young”, o estádio inteiro entrou em frenesi. A acusação ecoou com força, relembrando as controvérsias envolvendo Drake e suas interações com jovens celebridades como Millie Bobby Brown e Billie Eilish. Como se não bastasse, Kendrick ainda trouxe Serena Williams — uma das maiores tenistas da história e ex-namorada de Drake — para dançar Not Like Us, tornando a cena ainda mais simbólica.
🚨NOT LIKE US AO VIVO NO #SuperBowl. Esse é o Tweet!
— Moodgate ⚡️ (@Moodgate_) February 10, 2025
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Mesmo sem esse momento incendiário, hits como HUMBLE., DNA., All the Stars e Squabble Up já garantiriam uma apresentação memorável. Com um palco minimalista, mas coreografias afiadas, Lamar mostrou que não precisava de exageros para dominar a noite.
No final, Samuel L. Jackson quase suplicou por um encerramento pacífico, mas não havia como conter a multidão. O Caesars Superdome explodiu ao gritar “A Minor” em uníssono com Kendrick, selando um dos momentos mais icônicos da história do Super Bowl. Uma apresentação simples, brutal e inesquecível — exatamente como queríamos.