Um ‘até logo’ eletrizante: último show da Pitty tem energia de sobra no Rio de Janeiro

Em clima de despedida – que, na verdade, é só um ‘até logo’ -, Pitty proporcionou uma noite calorosa e emocionante no último sábado (22) na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Com ingressos esgotados e a casa lotada, a expectativa dos fãs estava alta para acompanhar a última apresentação da artista nessa turnê de despedida – que, como ela mesma disse no palco, virou um grande ‘rolê aleatório’ (e que foi muito bem recebido pelo público, diga-se de passagem).

Antes da grande noite começar, um pequeno vídeo de manifesto com reflexões da cantora passou pelo telão. Os corações já começaram a bater mais forte e, assim que acabou, gritos animados recepcionaram Pitty, que finalmente subiu ao palco e começou o show com uma das músicas mais icônicas da sua carreira: Admirável Chip Novo. A música, que faz parte do álbum de estreia da cantora, o Admirável Chip Novo, lançado em 2003, é um dos hits mais aclamados e foi uma escolha certeira para dar início ao espetáculo.

Em seguida, Anacrônico e Teto de Vidro levaram o público ao delírio. Ninguém ficou parado, e a princesinha do rock brasileiro mostrou para que veio. Entre uma música e outra, Pitty parou para bater um papinho com a plateia e falou da relação afetiva que ela tem com o Rio de Janeiro. Ela também aproveitou para falar um pouco mais sobre essa turnê, que passa por todos os discos, eras e fases da cantora – inclusive com direito a muitas canções do lado B.

Na sequência, foi impossível não notar a felicidade da cantora quando começou a tocar Máscara. Todo mundo cantou junto e, para surpresa do público, próximo do final Pitty lançou um ‘freestyle’, que sempre costuma acontecer nessa hora, e deu uma palhinha de Abracadabra, canção da Lady Gaga lançada no início do ano e que faz parte do último álbum da estadunidense, o Mayhem. Foi uma grata surpresa!

Ainda passeando pelos dois primeiros álbuns de estúdio, Pitty emendou um hit atrás do outro com Déja Vu, Semana Que Vem e Na Sua Estante. Antes de começar essa última música, a cantora falou exatamente sobre isso: que uma das coisas mais significativas é quando um artista percebe que certa música deixou ele para ser do mundo. E é exatamente isso que costuma acontecer: muitas músicas da Pitty acabam fazendo parte da trilha sonora das nossas vidas, criando uma relação muito especial e íntima entre os fãs e a artista.

As próximas faixas tocadas foram Roda, do álbum Matriz e que é um feat com o BaianaSystem, e Água Contida, do álbum Chiaroscuro, que emocionou a plateia. Depois, para dar uma animada e deixar o público vibrando, Pitty começou a cantar Memórias, um verdadeiro hino (que teve direito a rodinha punk e tudo!). Brinquedo Torto e uma performance incrível de Desconstruindo Amélia deram continuidade ao show, que já passava de uma hora de duração e ainda mantinha todo mundo completamente extasiado.

Para fechar a primeira parte, Equalize, Setevidas, Me Adora e Serpente fizeram todo mundo na Fundição Progresso cantar em uníssono em vários momentos – uma cena realmente emocionante e arrepiante. Depois disso, Pitty e sua banda saíram do palco por alguns minutos, mas o espetáculo ainda não tinha acabado. O retorno da artista contou ainda com as músicas Um Leão, do álbum Setevidas, e Motor, do Matriz, fechando a noite em grande estilo (e com algumas lágrimas de um público que já está com saudades da diva).