O segundo dia do Lollapalooza 2025 trouxe uma combinação de nostalgia e sucessos virais para o Autódromo de Interlagos neste sábado (29). Com um line-up que mesclou diferentes gerações da música pop e rock, Alanis Morissette brilhou como a grande estrela da noite, entregando um show poderoso e deixando claro por que seu nome segue icônico na história da música.
O encerramento ficou por conta de Shawn Mendes, enquanto outros artistas animaram o público ao longo do dia. Com sol forte e uma atmosfera vibrante, dessa vez não teve chuva para interromper a programação, a edição deste sábado se destacou como uma das mais marcantes do festival.
The Marías
The Marías trouxe uma atmosfera etérea e psicodélica, oferecendo um show envolvente para os fãs de Dream Pop. A banda californiana apostou em um repertório romântico e introspectivo, com destaque para faixas como Hamptons e Real Life, que ganharam força ao vivo com a bateria intensa. A dançante Run Your Mouth, misturada a um trecho de Lovefool, conseguiu arrancar alguns passos tímidos da plateia, enquanto Otro Atardecer — parceria com Bad Bunny — animou quem estava mais perto do palco. A vocalista María, sempre carismática, passeou pela grade e interagiu com os fãs, assinou vinil, cantou junto de fãs, garantindo momentos especiais para quem já acompanhava seu trabalho.



Apesar da qualidade sonora e da performance bem executada, o The Marías enfrentou um desafio: conquistar um público que, em grande parte, estava ali para Tate McRae e Shawn Mendes. Muitos permaneceram sentados, apenas assistindo ou mexendo no celular, com exceção de momentos pontuais como No One Noticed, que viralizou no TikTok e chamou mais atenção. No fim, o show serviu como um deleite para os fãs já convertidos, mas teve dificuldade em engajar a plateia mais ampla. Ainda assim, a apresentação reforçou a identidade única da banda e consolidou seu espaço como um dos nomes alternativos mais interessantes do festival.



Benson Boone
Benson fez sua estreia no Lollapalooza Brasil 2025 com o desafio de mostrar que não é apenas um cantor de um hit viral do TikTok. Com 22 anos, o estadunidense foi além do sucesso com Beautiful Things e entregou um show que conquistou quem estava no Autódromo de Interlagos. Vestindo um traje verde e amarelo (em uma clara homenagem ao Brasil e um óculos Juliet, o cantor se jogou no palco, realizando piruetas e atingindo notas altas com uma presença de palco impressionante. Faixas como Cry e Sorry, I’m here for someone else mostraram sua versatilidade, enquanto a atitude Rock’N Roll e os gestos de conexão com o público (inclusive pedindo para guardarem os celulares) conquistaram os fãs que se entregaram ao seu carisma.



Apesar de sua curta trajetória, Boone já se mostrou mais do que uma aposta no festival. Do programa American Idol para o palco do Lollapalooza, ele tem se dedicado a construir sua carreira com performances cativantes e um estilo que mistura Pop Rock e uma pitada de Rock. A despeito das comparações com Harry Styles e outros artistas similares, Benson já comentou previamente que não enxerga as similaridades. Mesmo sendo um novato, Boone faz questão de demonstrar seu talento vocal e capacidade de envolver uma multidão. Num gesto reminiscente do grande Freddie Mercury, o artista pediu para que os fãs cantassem ao seu comando. O show ainda foi encerrado com Beautiful Things, seu maior sucesso, mostrando que Benson tem mais a oferecer do que um viral da internet.
Tate McRae
Tate McRae não economizou energia em sua estreia no Brasil. Com seu corpo de balé e a presença de palco de uma verdadeira estrela pop, a cantora entregou exatamente o que o público que a aguardava esperava: muitos hits e performances dançantes. O show foi marcado por sensualidade e diversão, com Tate dançando e fazendo carões, principalmente em faixas como uh-oh e Dear God. Apesar de ser uma excelente dançarina, a parte vocal ficou em segundo plano, decepcionando quem esperava mais da performance vocal da jovem diva pop.
Tate McRae mandando ver em seu hit Revolving Door! 💥pic.twitter.com/cifHkEWT97
— Moodgate ⚡️ (@Moodgate_) March 29, 2025
McRae mostrou no palco Budweiser que sua carreira também não é feita apenas de hits virais, mas de uma conexão direta com seus fãs. Ao som de sucessos como you broke me first e Greedy, a cantora fez a plateia vibrar, ainda mais quando revelou que sua primeira fan page era brasileira. Tate encerrou sua performance de forma épica, deixando claro que seu talento vai além da dança e que sua energia contagiante continua a ser o ponto alto de sua trajetória.
Teddy Swims
Teddy Swims entregou um sgiw contagiante e uma voz de fazer qualquer um ter inveja. Com seu vozeirão grave e rouco, o cantor fez do palco Mike’s Ice seu lar, mostrando todo o seu carisma e atitude de popstar. Desde a primeira música, Not Your Man, até a viral Lose Control, Teddy soube como conquistar o público, mesmo com alguns fãs ainda o conhecendo. Com uma mistura de Soul, Blues e R&B, o artista criou um momento muito especial com sua banda e backing vocals, que também se destacaram durante a performance.



Alanis Morissette
Alanis, que esteve no Brasil ano passado, volta este ano fazendo uma estreia arrebatadora no Lollapalooza 2025, sendo sem dúvida a grande protagonista da noite. Em um show poderoso, ela não precisou de mais do que Hand in My Pocket para mostrar que ainda é uma jogadora de nível profissional. Com um setlist focado no clássico Jagged Little Pill e uma performance marcada por vocais de arrepiar, a cantora de 50 anos levou o público ao delírio, relembrando o impacto de suas canções como Ironic, You Oughta Know‘ e All I Really Want. Seu show foi um dos melhores do festival, com uma entrega surreal e uma presença de palco impressionante.
Lens ao vivo e meu coração já tá derretendo! 🥹💖 @Alanis, você sempre entrega TUDO!pic.twitter.com/iYVaFAPaa5
— Moodgate ⚡️ (@Moodgate_) March 29, 2025
A canadense, que é uma referência para artistas como Olivia Rodrigo, mostrou que sua experiência no palco é incomparável. Sem firulas, mas com uma estética grunge que cativou uma imensidão de gente no palco Samsung, Alanis exibiu sua inquietude e sua força, com vocais intensos e mensagens poderosas sobre a violência contra a mulher. O show de 1h30 ficou marcado como um dos grandes momentos do festival, especialmente para o público mais maduro que ali se encontrava.
Shawn Mendes
Shawn Mendes voltou ao Brasil para mais uma apresentação, dessa vez em São Paulo, encabeçando como o grande nome da noite. O show, entretanto, foi uma versão evoluída do que ele já havia feito no Rock in Rio no ano passado. A estrutura do palco foi mais robusta, com cenários e fogos de artifício, mas a sequência de músicas e a energia estavam bem similares à apresentação anterior. Ele repetiu os sucessos Holding Me Back, Wonder e Treat You Better, mas faltou algo que realmente inovasse.
ENTE ISSO! O público cantando Stitches junto com Shawn Mendes bem ALTOOO! 😌🤏😍 pic.twitter.com/HmSz5iFjr2
— Moodgate ⚡️ (@Moodgate_) March 30, 2025
O momento mais especial do show foi quando Shawn cantou Mas Que Nada com músicos brasileiros e surpreendeu o público com a famosa frase “a vida presta!’, dita originalmente por Fernanda Torres, em português. Durante a apresentação, Shawn fez várias interações com o público, pedindo para que cantassem os coros, correu pelas grades com fãs, pegou chapéu, uma bandeira e até deu seu relógio para uma fã. Apesar de alguns momentos mais calmos que fizeram o público se dispersar, o show foi marcado por muita conexão, especialmente no final, com hits como If I Can’t Have You e In My Blood.