Alanis Morissette leva show hipnotizante da Triple Moon Tour a Curitiba

Alanis Morissette entregou ativismo, hits e muita potência vocal em show hipnotizante que transcendeu o público em Curitiba.

Depois de Olivia Rodrigo, Curitiba é novamente a única cidade a receber um show solo de uma das principais atrações do Lollapalooza 2025: Alanis Morissette. A cantora, que foi apresentada ao mundo nos anos 1990, se tornou um dos maiores ícones de sua geração, sendo referência a milhares de artistas mulheres que viriam a seguir.

Faz menos de dois anos que Alanis veio ao Brasil pela última vez. E nesta nova visita com a Triple Moon Tour, ela se apresentou primeiro no Lollapalooza e depois em Curitiba. Sendo um dos shows mais aguardados do ano, a artista conseguiu encantar os curitibanos, entre fãs fiéis e entusiastas, entregando nostalgia, talento, psicodelia e ativismo.

O show começou com a exibição de um vídeo mostrando diversas artistas das gerações mais recentes contando que se influenciam em Alanis Morissette, que sempre foi uma ícone do rock levando o próprio nome como marca artística. Para comprovar seu impacto, a apresentação começou então com Hand in My Pocket, do álbum histórico Jagged Little Pill.

Ao longo de todo o show, Alanis fez questão de destacar a importância da valorização das mulheres, abordando ainda outras temáticas sociais importantes, como o reconhecimento da comunidade LGBTQIA+. Isso não foi feito em grandes discursos, mas sim com imagens mostradas no telão, que serviam de cenário para uma performance impecável que, por si só, já diz tudo. Não há como Alanis Morissette não ser política, já que seu gênero musical é dominado por homens e, muitas vezes, bandas femininas não são levadas a sério e tem seus talentos questionados o tempo todo.

Mantendo praticamente o mesmo setlist dos últimos shows. Mais um single tomou conta da Pedreira: Hands Clean. Com sua guitarra “purpurinada”, Alanis emocionou o público com o hit de 2002, direto do álbum Under Rug Swept.

Alanis ainda esbanjou talento vocal em um trecho de Everything, seguido de mais uma clássica: You Learn, faixa que completa 30 anos em 2025. Durante a música, o público parecia competir com Alanis quem cantava mais alto. De um jeito positivo, claro.

O show ainda contou com um bloco acústico, que resultou em uma performance terapêutica e hipnotizante. Ver Alanis no palco é algo de outro mundo. Talvez, essa experiência seja a definição da palavra “transcender”. Em meio a inúmeros rodopios, notas altíssimas sendo seguradas por vários segundos, a sensação é de que todo mundo deveria ver isso de perto ao menos uma vez na vida.

Entre músicas mais recentes e clássicos que moldaram a carreira, o show seguiu com Rest, Mary Jane e That I Would Be Good. Duas situações inusitadas aconteceram durante a apresentação. A primeira foi durante Ironic, quando Alanis Morissette chamou alguns fãs ao palco para cantarem o início do clássico junto com ela, o que definitivamente foi a realização de um sonho.

Depois, em You Oughta Know, tudo parecia estar indo bem, até que algum problema técnico simplesmente cortou todo o som que saía do palco. Nem Alanis e nem a banda pareciam ter percebido o que aconteceu, e seguiram com o show mesmo assim, completamente no mudo. Poucos segundos depois, o público começou a cantar ainda mais alto para compensar a falha. Felizmente, o som voltou a tempo da canção ser encerrada pela artista, que finalizou o show ao som de Uninvited e Thank U.

A passagem de Alanis Morissette por Curitiba entregou tudo e mais um pouco. Em pleno domingo de casa cheia, a artista mostrou todos os motivos que a destacam como uma das veteranas mais influentes da música das últimas décadas, o que também era visto no contraste gritante de público, que contava com pessoas mais velhas e outras muito jovens.

Alanis sempre será bem recebida no Brasil, inclusive em Curitiba, e estaremos esperando mais uma vez a sua presença entregando uma apresentação impactante de tirar o fôlego.