O último dia do Lollapalooza 2025 chegou neste domingo (30), encerrando uma edição que soube equilibrar expectativas e surpreender o público. Com um line-up diverso, o festival entregou um dia para todos os gostos e estilos, mais focado no alternativo, garantindo momentos incríveis no Autódromo de Interlagos. Esta edição, que começou com expectativas moderadas, conquistou boa parte dos presentes com grandes surpresas e shows marcantes.
Justin Timberlake encerrou o evento com uma viagem nostálgica por seus maiores hits. Mesmo barrando a transmissão ao vivo, não decepcionou os fãs que foram ao festival só para vê-lo. Enquanto isso, o Tool e o Sepultura trouxeram o peso do metal, considerados os grandes destaques da noite para quem acompanhou de casa, dividindo o público entre fãs do gênero e do astro pop. Sem chuva e com menos lama, o clima ajudou a criar um domingo mais tranquilo para quem quis aproveitar ao máximo cada show.
Terno Rei
O Terno Rei subiu ao Palco Budweiser no começo da tarde, recebendo o público com um show coeso e envolvente. Apesar da ambientação simples e do início mais contido, a banda mostrou sua essência melancólica e contemplativa, conquistando aqueles que chegaram cedo ao Autódromo de Interlagos. Aos poucos, Ale Sater e seus companheiros foram se soltando, tornando a experiência ainda mais imersiva, especialmente quando clássicos como Esperando Você e São Paulo ecoaram pelo festival.
Comemorando sua segunda passagem pelo Lollapalooza e prestes a lançar o álbum Nenhuma Estrela, o Terno Rei aproveitou o show para equilibrar nostalgia e novidades. Canções do aclamado Violeta dominaram o setlist, mas Próxima Parada, do disco inédito, deu um gostinho do que está por vir. A transição entre as faixas mostrou como a banda consegue manter sua identidade enquanto se reinventa, prendendo tanto os fãs de longa data quanto os novos admiradores que descobriam o som ali, ao vivo.
Ca7riel & Paco Amoroso
O palco Mike’s Ice pode ter sido pequeno, mas a energia de Ca7riel & Paco Amoroso foi gigantesca. A dupla argentina, que conquistou o mundo com um Tiny Desk viral, trouxe ao Brasil uma mistura explosiva de trap, rock e deboche, fazendo até os mais cansados pularem e abrirem rodas punks. Foi um dos momentos mais intensos do festival!
Ca7riel & Paco Amoroso podem não ser nomes gigantes no Brasil (ainda), mas quem esteve no Lolla 2025 para vê-los fez valer cada minuto. O show começou com Dumbai e terminou com El Único, levando o público ao delírio com letras afiadas e uma sonoridade que passeia entre o caos e a genialidade. Em festivais, nem sempre o público tende a prestar atenção, mas dessa vez, cada olhar estava fixo no palco.
Parcels
Com influências envolvente de disco, funk dos anos 70 e indie pop, o Parcels entregou um show sofisticado e dançante no palco Samsung Galaxy. Do groove irresistível de Overnight ao swing contagiante de Tieduprightnow, a banda australiana fez o público esquecer o cansaço do último dia e se jogar na música sem pausa para respiro. Fez o dia feliz de muitos espectadores.
Em um momento inusitado Parcels trouxe a cantora portuguesa MARO para dividir os vocais em Leaveyourlove – com direito a trecho em português! Entre harmonias impecáveis, jams instrumentais hipnóticas e um jogo de luzes que parecia saído de um sonho, o grupo fez jus ao horário privilegiado e entregou uma das performances mais vibrantes do festival. Com um público gigante, cobrindo todos os “morrinhos” do palco Galaxy e um céu rosa encantador deram um toque especial para apresentação de Parcels.
Foster The People
Retornando pela terceira vez no festival e apesar de alguns altos e baixos, o show de Foster the People no Lollapalooza 2025 teve momentos memoráveis que garantiram a diversão da plateia. Com faixas como “Coming of Age” e “Houdini”, a banda trouxe de volta a energia contagiante dos seus maiores sucessos. Alguns presentes até brincaram ao dizer que eles eram os grandes headliner da noite, uma vez que Justin Timberlake não fez questão de autorizar sua transmissão ao vivo.
Mark Foster, com sua presença de palco única, cativou o público, criando momentos divertidos até mesmo com suas famosas dancinhas, enquanto a banda entregava uma performance de alta qualidade. A sonoridade impecável e a interação constante com o público fizeram com que a plateia se envolvesse totalmente. O carisma de Foster e seus passos de dança e sorrisos, especialmente durante a execução dos clássicos, garantindo que o show fosse uma celebração de energia positiva.
É nostalgia que fala?! Até o Mark Foster tá emocionado! 🥹🤏🏼
— Moodgate ⚡️ (@Moodgate_) March 30, 2025
Quem se lembra do primeiro show do @fosterthepeople no Lollapalooza em 2012?
🎥: @igorogh pic.twitter.com/muDYhsn04I
Foster the People trouxe um show que, mesmo com o tempo passando, ainda conseguiu garantir bons momentos para seus fãs. A nostalgia foi o ponto alto, com músicas como “Pumped Up Kicks” e “Sit Next to Me” sendo muito bem recebidas pelo público. A performance foi sólida, com a banda mantendo uma boa qualidade técnica e entregando uma sonoridade fiel aos seus álbuns.
O vocal de Mark Foster soou impecável, algo que não havia acontecido em sua última vinda ao festival em 2017. Ele fez questão de se conectar com o público, falando em português e relembrando passagens no Brasil. Ao final, o show foi uma boa celebração de sua trajetória, com o público revivendo os bons tempos de seus maiores hits, garantindo uma apresentação que agradou quem acompanhou a banda desde os primeiros sucessos.
Bush
O Bush não decepcionou seus fãs no Lollapalooza 2025, entregando uma apresentação emocionante que trouxe de volta a energia das décadas passadas. Celebrando 30 anos de carreira, a banda resgatou o melhor de seu legado no grunge.Começando com a clássica Everything Zen, a banda demonstrou o poder do grunge, e logo em seguida, Machinehead incendiu o público, que cantou cada palavra do refrão com fervor.
A interação de Gavin Rossdale com a plateia, sua presença de palco e o carisma foram fundamentais para aquecer a performance, especialmente durante momentos como a execução de More Than Machines, quando ele desceu para cantar com os fãs. A qualidade sonora foi aprimorada ao longo do show, garantindo que o público vivesse a experiência de um Bush vibrante e cheio de energia, com grandes sucessos como Swallowed e Glycerine mantendo a vibe intensa até o final.
Tool
Pela primeira vez no Brasil, o Tool trouxe seu rock progressivo e desafiador para o palco Samsung Galaxy do Lollapalooza 2025. Com músicas que ultrapassam os 10 minutos, a banda hipnotizou a plateia, enquanto Maynard James Keenan, em sua posição discreta no palco, deixou sua voz e energia se destacarem ao lado de visualizações psicodélicas e uma performance avassaladora de Danny Carey.
O que o Danny Carey faz com essa bateria é PERFEIÇÃO. Tool performa 'Pneuma'. #ToolNoMultishow #LollaBrNoMultishow pic.twitter.com/PiVyUMPsXS
— Multishow (@multishow) March 30, 2025
O Tool liberou a transmissão do show no Lollapalooza, uma rara exceção, já que em outros países onde a banda se apresentou nem mesmo o uso de celulares era permitido. No entanto, a filmagem foi restrita a imagens distantes, sem close-ups. Tradicionalmente, a banda não autoriza exibição ao vivo, mas fez uma concessão para o Brasil e Argentina sob essas condições.
Com um show repleto de simbolismos e camadas, a apresentação exigiu total atenção e imersão. Para quem acompanhou de casa, as imagens distantes não conseguiram capturar a intensidade do momento. As projeções psicodélicas no telão ajudaram a revelar os enigmas da banda, enquanto a bateria de Danny Carey, com seu virtuosismo impecável, criou uma atmosfera única.
Sepultura
Sepultura fez um show explosivo que foi pura celebração do metal. A banda revisitou seus maiores clássicos, como “Roots Bloody Roots”, e ainda trouxe algumas faixas de sua fase mais recente, incluindo músicas do álbum “Quadra”. Mas o momento que marcou ainda mais a performance foi a presença de Junior Lima e do Fundador do Lollapalooza Perry Farrell, que subiram ao palco para dar um toque especial na percussão. Em uma verdadeira mistura de gerações, o Sepultura mostrou sua força enquanto metal e rock alternativo se encontraram no palco do Lolla, arrancando aplausos do público que se entregou ao som pesado.
EU VIVI PRA VER O @Junior_Lima NO PALCO COM SEPULTURA 😍 Ele prometeu e cumpriuuuuuuu 🥁✨ #GlôNoLollaBR #LollaBR 🎤 pic.twitter.com/YRKgDOAmTB
— TV Globo 📺 (@tvglobo) March 31, 2025
O Sepultura no Lollapalooza 2025 foi uma despedida grandiosa para a turnê Celebrating Life Through Death. A banda levou o público a uma viagem pelo seu legado, com hits de álbuns como Chaos A.D. e Arise, enquanto celebrava sua trajetória com o novo baterista Greyson Nekrutman. Em meio a riffs pesados e performances intensas, o show contou também com a presença de Perry Farrell, o fundador do festival, que uniu forças com os ícones do metal. Com seu som inclusivo e irreverente, o Sepultura demonstrou que continua sendo uma das maiores forças do metal mundial, sem abrir mão da sua autenticidade. Fechando com chave de ouro.
A edição deste ano provou que, mesmo com os desafios do tempo, o festival continua sendo uma plataforma poderosa para artistas consagrados e revelações, deixando um legado de apresentações inesquecíveis e uma experiência que vai perdurar na memória dos fãs. Com um clima mais ameno e uma programação diversificada.
O Lollapalooza 2025 se despediu em grande estilo, marcando mais um capítulo épico na história do festival no Brasil e na história da Moodgate.
