Silent Planet estreia no Brasil com show catártico em São Paulo

Silent Planet desembarcou neste sábado (12), no Citylights, em Pinheiros, São Paulo, para uma noite que entrou para a memória dos fãs de metalcore. Formada por Garrett Russell, Mitchell Stark, Thomas Freckleton e Alex Camarena, a banda chegou ao Brasil após uma passagem pelo Chile, com grandes expectativas — influenciadas pelos relatos entusiasmados dos amigos do Dayseeker sobre a energia incomparável do público paulistano. Prometendo uma performance intensa, o grupo queria comprovar por si só por que tantos artistas consideram o Brasil um dos melhores palcos do mundo.

A produtora New Direction Produções, em parceria com o selo Banda de Casinha, convidou bandas do gênero para contextualizar o público. Distant Shores vieram de Santos para mostrar seus riffs pesados, um vocal com muita carga. Seguido da Emmercia, com seu som característico com camadas de samples e sintetizadores, sob graves e vocais bem definidos. Nations, na qual há uma parceria de Garrett Russell — vocalista de Silent Planet — em uma música, além de uma relação de longa data com o vocalista, trouxeram a nova faceta da junção do hardcore com metalcore, bateria rápida porém com muita criatividade atrelada a uma guitarra distorcida.

Uma vez montado o palco para a banda californiana, o público clamava pelo início com o coro: “Olê, olé, olé, olê, Silent, Silent”. Quando iniciou o sample de Offworlder, com a plateia celebrando por esse momento, o grupo puxou as palmas ritmadas com os primeiros versos, e posteriormente veio o riff com o grutural junto com o coro, já anunciando que a noite seria épica.

Silent Planet construiu um set promovendo o mais recente álbum Superbloom, mas sem deixar de inserir clássicos de outros álbuns considerado pelo público. Refrões como o de Collider estremecram a casa de eventos com o público revezando em altos gritos e moshs. Em Euphoria, Mitch mostrou sua alta versatilidade tocando guitarra, programando samples e realizando segunda voz, enquanto o breakdown no início de Dreamwalker estimulou todos a baterem cabeça de forma involuntária.

Panic Room, do disco Everything Was Sound, em estúdio já mostra uma carga emocional sob perspectiva de alguém com TEPT, ao vivo remeteu a um trovador obtendo total atenção do público. Isso se deve ao Garrett ter como objetivo usar a música para expressar seus sentimentos com intensidade e sem remorsos. O vocalista, entre músicas, se mostrava altamente contente com a lealdade dos fãs e incentivou as mulheres a participar de alguma forma na cena musical, ocuparem os palcos, seja tocando, cantando ou produzindo.

Garrett tocou guitarra na música menos pesada da setlist, Superbloom, mas sem deixar a densidade. Saíram do palco arrancando mais uma vez o coro de torcida dos fãs. Retornaram ao palco chamando o público para viver aquele momento intensamente mais uma vez, a ponto de ocuparem uma boa parte do palco e com muitos stages dives ao som de Native Blood. A noite foi encerrada com Triology e com o direito ao público tomando conta do microfone, além de stage dive do vocalista.

A estreia do Silent Planet no Brasil foi mais do que um simples show: foi uma troca intensa de energia, afeto e pertencimento entre banda e público. Em meio a riffs potentes, letras carregadas de significado e uma performance visceral, o grupo californiano mostrou que compreende o papel da música como ponte entre experiências e emoções coletivas. O carinho com os fãs, dentro e fora do palco, e o impacto causado por uma plateia apaixonada reforçam o porquê de o Brasil ser um dos destinos favoritos de artistas do metalcore.