Depois de mais de uma década de espera, o System of a Down finalmente retornou ao Brasil e não decepcionou. A banda armênio-americana, liderada por Serj Tankian, entregou uma série de shows históricos, que percorreram Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Foram mais de 200 mil pessoas no total, incluindo um show esgotado no estádio Couto Pereira, duas noites no Allianz Parque e uma noite épica no Autódromo de Interlagos para mais de 70 mil fãs. A Moodgate esteve presente em Interlagos e no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. A seguir, destacamos os 7 momentos mais marcantes da turnê do SOAD pelo Brasil.
1. Setlists variados fizeram cada show ser único
Um dos grandes destaques da turnê foi a variedade do repertório. Cada show trouxe entre 32 e 34 músicas, passeando por toda a discografia da banda — e surpreendendo com faixas raras que há anos estavam fora dos palcos. Em São Paulo ADD retornou após seis anos, e Streamline apareceu após um hiato desde 2005.
No Rio de Janeiro, a banda seguiu surpreendendo. Músicas raras como 36, não tocada desde 2002, surgiram em cena — uma preciosidade ouvida anteriormente apenas em Lima, no Peru. Pictures e Highway Song, do disco Steal This Album!, também emocionaram os mais fiéis, até que Needles reacendeu o frenesi coletivo com seu peso clássico. Já “Mind”, do disco de estreia, foi apresentada na íntegra, o que não acontecia desde 2011. Cada noite trouxe algo diferente, o que tornou a experiência ainda mais inesquecível para quem acompanhou a turnê.
E para surpreender ainda mais, o Autodromo de Interlagos foi o palco do último show da turne e contou com 39 músicas, um tsunami sonoro que lavou a alma de milhares de fãs. De Suite-Pee a Sugar, passando por Careless Whisper (cover do Wham!), Mr. Jack e até Streamline, foi um desfile insano de clássicos e surpresas.
2. Energia, caos e mosh pits por todos os lados
Como esperado, a intensidade dos shows foi traduzida em mosh pits caóticos, rodas punk e uma energia coletiva difícil de descrever. Em Interlagos, era possível ver desde mulheres e jovens até uma criança sobre os ombros do pai girando no redemoinho humano — cena que mostra a força da conexão que a música do SOAD cria.
Tênis, copos e até camisinhas infladas cruzavam o ar enquanto hits como Toxicity” incendiavam o público. O céu foi tomado por sinalizadores durante Sugar, encerrando a noite em êxtase coletivo.
3. Luzes pela Armênia: o impacto do projeto Wake Up!
Em diversas cidades, o público levantou luzes com as cores da bandeira da Armênia durante canções como Soldier Side. A ação simbólica foi organizada pelo projeto Wake Up! e buscou homenagear a origem dos membros da banda e reforçar a luta pelo reconhecimento do genocídio armênio. Emocionante e politicamente potente, o gesto mostrou como os fãs brasileiros também compartilham das causas defendidas pelo grupo.
4. Daron Malakian e suas surpresas no palco
Entre tanto peso e crítica, também houve espaço para o bom humor. Em Curitiba, Daron Malakian arrancou risos do público ao cantar trechos de Every Breath You Take (The Police) e La Isla Bonita (Madonna). No Allianz Parque, ainda soltou Careless Whisper, do WHAM!, antes de emendar Bounce e Lonely Day.


Esses momentos descontraídos ajudaram a equilibrar o tom sombrio e intenso dos shows, aproximando ainda mais a banda de seus fãs.
5. Fãs que viraram o show
Se a banda entregou tudo no palco, o público brasileiro não ficou atrás. Foi impossível ignorar a entrega coletiva, desde os coros que faziam tremer o chão até os figurinos inusitados espalhados pela plateia. As maquiagens inspiradas em Serj Tankian no clipe de Sugar se multiplicaram, criando uma espécie de exército de rostos sombrios e expressivos. Já em Vicinity of Obscenity, não faltaram fãs vestidos de banana pulando e gritando “banana, banana, banana, terracotta, banana” com devoção absoluta. E também tivemos um Pikachu lendário que até participou do mosh no Rio de Janeiro.
Em todas as cidades, a conexão foi visceral: mãos erguidas, olhos marejados e um sentimento de comunhão que só uma banda como o SOAD consegue proporcionar.
6. Já podem pedir a cidadania brasileira
Ao longo da turnê, os integrantes mostraram que também estavam se sentindo em casa. Daron Malakian apareceu no jogo do Santos no Allianz Parque. John Dolmayan foi um dos grandes destaques nos bastidores: no Rio, foi até a área PCD antes do show para tirar fotos com os fãs, distribuiu ingressos de pista premium na porta do hotel e ainda viralizou ao postar no Instagram uma “carteira de identidade brasileira” que ganhou dos fãs, com direito a nome abrasileirado e tudo.
Esses momentos de proximidade e afeto entre banda e público só reforçam o que muitos já dizem nas redes: System of a Down, agora vocês são nossos. Que não demorem mais dez anos pra voltar!
7. A catarse da espera: alma lavada e coração preenchido
Por fim, o que se viu foi um sentimento coletivo de missão cumprida. A espera de dez anos foi recompensada com shows que foram muito além do esperado. Cada riff parecia carregar uma descarga emocional, e cada letra soava como um manifesto. Para muitos, foi mais do que um show – foi uma catarse.



A turnê brasileira do System of a Down reafirmou o poder transformador da música. Foi, sem dúvidas, uma experiência que ficará na memória de uma geração inteira.