25 anos de Fresno: os segredos, as cores e os sonhos que movem a banda

Com 25 anos de estrada, a Fresno continua se reinventando sem perder o fio emocional que conecta sua trajetória ao público. Em entrevista exclusiva a Moodgate, Lucas, Vavo e Guerra refletiram sobre o futuro da banda, os marcos pessoais e criativos que estão vivendo — como a chegada do primeiro filho de Guerra — e o novo momento artístico que mistura cores, clipes temáticos e até um flerte com o pagode.

Entre piadas sobre o futuro, memórias de infância embaladas por Só Pra Contrariar e confissões sobre o desejo de ter vivido os programas de auditório dos anos 90, a banda mostra que amadureceu sem deixar a leveza de lado. E mais: revelam suas faixas favoritas do álbum Eu Nunca Fui Embora e prometem seguir criando enquanto houver fôlego.

25 anos de banda: o tempo e a vontade de continuar

Joel (moodgate): Bom, gente, queria agradecer esse momento. Pra gente é muito especial porque acompanhamos a banda há muito tempo. E pra começar, queria que vocês falassem sobre esses 25 anos de Fresno.

A gente vê artistas como Gilberto Gil, com 82 anos, fazendo show incrível no Allianz Parque, e outros como Paul McCartney. Daqui a 25, 40, 50 anos… onde vocês se imaginam?

Lucas: 50 anos eu não sei.

Vavo: Eu gostei da comparação: Gilberto Gil, Paul McCartney… e Fresno.

Lucas: Mas é por aí. A gente quer tocar até ser tão velho quanto eles, sem sombra de dúvida. E temos certeza de que, querendo ou não, nossa música marcou a vida dos fãs de uma forma que eles também vão querer ser aqueles velhinhos que levam os filhos e os netos pra ouvir. Isso já acontece — tem muita gente levando os filhos pro show. Então é uma visão que a gente tem: uma banda que dure bastante, revisitando o repertório e criando coisas novas, que é o que nos mantém vivos.

Vavo: Eu tô com 42, o Lucas e o Guerra têm 41. São 25 anos de banda, quase dois terços da nossa vida. A nossa história se confunde com a da banda. Começamos com 17 anos, então é difícil imaginar não fazer isso enquanto ainda for possível. É claro que, com 70 ou 80 anos, a gente não vai fazer uma turnê maluca de 15 shows por mês. Mas imagino a gente tocando por muito tempo ainda.

Vavo (rindo): Eu vou querer camarim próprio, porque não vou mais aguentar o Guerra. Já não aguento hoje, imagina daqui a 40 anos.

Guerra: Eu só quero ter saúde pra isso.

Primeira paternidade e conselhos de estrada

Joel (moodgate): Guerra, você é o único da Fresno que ainda não tem filho… e agora vai ser pai. Como tá sendo isso? O que os teus amigos da banda têm te falado?

Guerra: Eles já estão me aterrorizando o suficiente! (risos) Mas eu tô muito feliz. É um momento único. Eles já passaram por isso e eu acompanhei de perto, é lindo. É um sonho se realizando. Vai vir o Guerrinha aí — já tá no pedal duplo na barriga! (risos) Daqui a pouco ele tá aí com a gente, vou trazer ele no sling, passando o som comigo.

Vavo: Quais as chances de, na hora de batizar, você mudar o nome pra Gustavo?

Guerra: Cara, eu não tenho boas referências desse nome… (risos) Mas se ele nascer azul, eu ponho Gustavo!

A cor azul e a estética dos álbuns

Joel (moodgate): O azul vem se repetindo nas capas dos álbuns da Fresno. Vocês costumam usar cores fortes pra marcar fases e turnês. Como rola essa escolha?

Guerra: São momentos da vida. A gente tava em Lisboa, viu uns táxis com aquela capota azul-turquesa, piramos na cor. O Lucas olhou e falou “essa cor aí, essa cor aí”, e ficou. A vida e o trabalho se misturam muito pra gente. A cor é fruto da nossa lombra mesmo, das sensações.

O trio Fresno em foto promocional do álbum ‘Eu nunca fui embora’ — Foto: Divulgação

E se Fresno não tocasse emo?

Joel (moodgate): Se Fresno não tocasse emo, qual estilo vocês acham que fariam?

Vavo: A gente não combinou. Um, dois, três… Pagode!

Joel (moodgate): Recentemente viralizou uma versão pagode de uma música de vocês.

Lucas: Viralizou porque as músicas já são meio pagodes, não adianta.

Vavo: Tem muita referência do pagode dos anos 90. Só Pra Contrariar, por exemplo.

Lucas: Nos anos 90 a gente só ouvia isso, de verdade. Mas não sei se seríamos uma banda de pagode mesmo…

Guerra: Quando rolou o projeto com Chitãozinho & Xororó, confundiu tudo também. A real é que nossas músicas têm melodia bonita, cabem em vários estilos.

Nostalgia dos anos 90 no clipe com NX Zero

Joel (moodgate): Falando em mistura de estilos, o novo clipe com NX tem uma pegada anos 90. Qual foi a ideia por trás disso?

Lucas: É uma saudade de um tempo que a gente não viveu. A gente queria ter vivido aquilo. É saudade dos programas de auditório, do Jô Soares, dos clássicos do SBT. Pegamos o finalzinho dessa era, mas queríamos ter feito parte de verdade. Então criamos uma realidade alternativa: Fresno e NX Zero em 1993.

Fomos atrás de fazer do jeito certo: usamos câmeras da época, direção de arte dos anos 90, e até o apresentador da época — o Serginho Groisman tá no clipe. É um universo que a gente guarda com carinho.

Foto: Fresno / Gabriel Freitas (insallubre)

Faixas favoritas do álbum Eu Nunca Fui Embora

Joel (moodgate): Pra fechar: qual a música favorita de vocês no álbum Eu Nunca Fui Embora?

Guerra: Me And You.

Lucas: Era Pra Sempre.

Vavo: Eu Nunca Fui Embora.

Guerra: Mas eu gosto de todas, na real. É um disco muito especial.

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