Qual o significado de Doomed do BMTH?

Doomed é uma das faixas mais impactantes do That’s the Spirit, quinto álbum de estúdio do Bring Me The Horizon, lançado em 2015. Originalmente, a música foi a primeira a ser composta para o projeto, mas foi a última a ter sido concluída – e há um motivo para isso.

Composta por Oliver Sykes e Jordan Fish, logo na abertura do disco, a música já dá o tom sombrio e introspectivo que permeia o restante do trabalho. Não à toa, ela rapidamente se tornou uma das favoritas dos fãs e um destaque nas apresentações ao vivo, onde seu refrão angustiado ressoa com intensidade.

A faixa não teve o mesmo apelo comercial de hits como Throne ou Happy Song, mas conquistou espaço justamente por sua profundidade lírica e sonoridade distinta. Desta vez, na produção, Sykes e Fish optaram por se distanciar um pouco dos últimos álbuns e experimentar em novas texturas, sintetizadores e vocais. Doomed começa quase como um sussurro, refletindo uma atmosféra claustofóbrica e minimalista, lentamente ganhando força, para explodir no refrão.

Qual o significado de Doomed do BMTH?

Doomed reflete a ideia de aceitar o próprio fim, como se, por exaustão, não houvesse mais forças para lutar contra aquilo que te aflige. Oliver Sykes usou a canção como forma de expor os altos e baixos do vício, da depressão e da sensação constante de estar emocionalmente à deriva. Esses temas já se manifestam nos primeiros segundos da faixa, com efeitos sonoros que simulam o acender de um cigarro, o abrir de uma lata de bebida alcoólica e até gemidos.

A repetição da frase “So come rain on my parade” (então, venha chover no meu desfile) carrega um peso simbólico profundo: é como se o eu lírico estivesse pronto para receber a dor de braços abertos, por já a considerar inevitável – uma entrega quase masoquista ao sofrimento.

A dualidade entre desistência e continuidade se expressa nos vocais e na estrutura rítmica da música. Jordan Fish explica que o refrão principal, “I think we’re doomed” (acho que estamos condenados), é cantado em um falsete suave, contrastando propositalmente com o tom negativo da letra. Os versos são descritos como “claustrofóbicos, estressantes e agitados”, enquanto os refrões trazem uma sensação de alívio, sendo “grandes, espaçosos, soltos e relaxados”.