Para Morrissey, poucas músicas capturam tão bem o espírito provocador e criativo do The Smiths quanto Shoplifters of the World Unite. Escrita ao lado de Johnny Marr, a faixa glam rock lançada em 1987 foi, segundo o vocalista, um dos grandes momentos da banda no Reino Unido.
Embora a letra tenha causado polêmica por fazer referências a Karl Marx e, aparentemente, incentivar o furto, Morrissey sempre defendeu seu significado simbólico. Em entrevista na época, ele esclareceu: “Não é literalmente pegar um pão ou um relógio e colocá-los no bolso do casaco”. Em vez disso, afirmou que se tratava de um “roubo espiritual ou cultural”, ou seja, apropriar-se de ideias e elementos para usá-los em benefício próprio.
Além disso, em uma conversa com a rádio KROQ em 1997, Morrissey voltou a elogiar a canção. Segundo ele, a música foi criada durante o que considera ser o auge criativo do The Smiths. “Um single muito, muito inteligente e um grande momento para a banda na Inglaterra. Provavelmente, os melhores dias da nossa carreira”, disse. Por isso, vê a faixa como um símbolo de rebeldia e liberdade artística.
Assim, mais do que apenas uma música polêmica, Shoplifters of the World Unite representa a ousadia lírica e sonora que consagrou o The Smiths. Mesmo décadas depois, ela ainda ressoa como um retrato fiel da fase mais vibrante do grupo.
