Neste sábado (14), o segundo final de semana do Best of Blues and Rock tomou conta do Parque Ibirapuera, em São Paulo, com uma noite fria no clima, mas quente na energia. Com público majoritariamente mais velho – e visivelmente incomodado pelo clima, o evento trouxe uma programação potente, mesclando homenagem, peso e espetáculo.
A abertura ficou por conta de uma celebração à memória do Charlie Brown Jr., com Marcão Britto e Thiago Castanho (ex-integrantes da formação original), que emocionaram ao reviver clássicos de uma das bandas mais influentes do rock nacional. Na sequência, a excepcional Larissa Liveir, entregou ótima performance revivendo clássicos com instrumental potente. Logo após, o power trio mineiro Black Pantera subiu ao palco com seu som urgente, político e barulhento no melhor dos sentidos, reafirmando por qual motivo é um dos nomes mais relevantes da nova cena heavy do país.
No entanto, foi Alice Cooper, verdadeiro ícone do rock, quem transformou a noite em espetáculo completo.



A Moodgate esteve presente não só no show, mas também em um encontro com o artista, que esbanjou simpatia e histórias.
Com bom humor, falou sobre como monta seu setlist, priorizando faixas que ajudam a contar uma história teatral em cima do palco.
Além disso, quando perguntado, citou algumas das melhores bandas que já viu ao vivo e artistas recentes que admira (a resposta talvez te surpreenda).
Na coletiva, Alice Cooper falou sobre as melhores bandas que já viu ao vivo: Beatles (“a banda do McCartney é maravilhosa”), The Doors (“uma ótima escolha”) e Hendrix, de quem era amigo: “a gente bebia um pouco demais de vez em quando, rs”.
— Moodgate ⚡️ (@Moodgate_) June 14, 2025
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Por fim, ainda homenageou Brian Wilson (Beach Boys), que faleceu nesta semana. Segundo Cooper, Wilson “mudou a forma como todos escrevemos música”.
O artista também revelou detalhes curiosos da sua trajetória, incluindo sua amizade com Jimi Hendrix com quem, segundo ele, dividiu não apenas palcos, mas muitos drinks. Essas memórias ajudam a entender a dimensão de sua influência e carisma.
No palco, Alice entregou o que se espera dele: um show teatral, divertido e macabro na medida certa. Teve de tudo: decapitação cenográfica, armas falsas, Frankenstein, assassinato de mentirinha… tudo envolto numa narrativa de horror, com o próprio Alice como protagonista. Os clássicos não ficaram de fora: “School’s Out”, “I’m Eighteen”, “No More Mr. Nice Guy”, “Poison” e outras pérolas do repertório incendiaram o público.
‘I’m Eighteen’ ecoando no Best of Blues…E a real é que ninguém aqui quer crescer quando Alice Cooper assume o palco.
— Moodgate ⚡️ (@Moodgate_) June 15, 2025
Quem sente o mesmo aí? 🩸
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A banda que o acompanha também é um espetáculo e merece menção, com destaque para a guitarrista virtuosa Nita Strauss, que roubou os holofotes em diversos momentos, e Tommy Henriksen, produtor e membro do Hollywood Vampires, projeto paralelo de Cooper.
Com esse segundo fim de semana, o Best of Blues and Rock mostra que segue sendo um dos festivais mais consistentes e bem curados do calendário paulistano ao unir gerações com respeito à história e espaço para o novo.



O festival já contou com shows de Dave Matthews Band no último final de semana. Neste domingo, o show principal fica por conta das lendas do Deep Purple. Últimos ingressos disponíveis.