Embora hits costumem ser motivo de orgulho, nem sempre os artistas se sentem da mesma forma que o público. Neste texto, você confere casos de músicos que, ao longo do tempo, passaram a rejeitar — ou até odiar — algumas das músicas mais populares de suas carreiras.
De modo geral, toda banda ou artista tem pelo menos uma canção que se tornou indispensável em seus shows. Frequentemente, esses hits são celebrados por fãs em todo o mundo e funcionam como uma espécie de cartão de visitas. No entanto, a repetição excessiva e o distanciamento emocional podem transformar esses sucessos em um verdadeiro fardo. A seguir, listamos cinco artistas que se cansaram – e não esconderam isso – de seus próprios clássicos.
Beastie Boys – “(You Gotta) Fight for Your Right (To Party!)”
A princípio, essa música foi concebida como uma sátira ao comportamento das fraternidades universitárias. Lançada em 1986, no álbum Licensed to Ill, ela rapidamente se tornou um dos maiores sucessos da banda. Contudo, o que era para ser uma crítica bem-humorada foi interpretado de forma literal pelo público que ela tentava parodiar. Por conseguinte, Fight for Your Right passou a representar exatamente o tipo de mentalidade que os Beastie Boys queriam ironizar, o que gerou desconforto e frustração por parte da banda.
Madonna – “Like a Virgin”
Desde que foi lançada, Like a Virgin virou um símbolo da era de ouro de Madonna. Apesar disso, a artista já demonstrou publicamente o quanto está cansada da música. Segundo ela, é comum que as pessoas acreditem que ela gostaria de ouvir seus próprios hits em qualquer lugar. Entretanto, Madonna afirmou: “Geralmente é ‘Like a Virgin’ — e é justamente essa que eu menos quero escutar”. Ou seja, embora a canção tenha sido um marco, ela se tornou desgastante até para quem a imortalizou.
Led Zeppelin – “Stairway to Heaven”
Stairway to Heaven é, sem dúvida, uma das músicas mais icônicas da história do rock. Mesmo assim, o vocalista Robert Plant já deixou claro que não se sente mais conectado à canção. Certa vez, ele chegou a doar mil dólares a uma rádio apenas para que parassem de tocá-la. Além disso, Plant revelou que não se identifica mais com a letra. Em outras palavras, o que era uma obra-prima para os fãs se tornou algo quase constrangedor para seu intérprete.
Radiohead – “Creep”
Creep foi o single que colocou o Radiohead sob os holofotes internacionais. Mas, o sucesso veio acompanhado de um tipo de atenção que desagradou a banda. A música passou a atrair um público diferente daquele que o grupo desejava alcançar. Com o tempo, os integrantes passaram a se incomodar com a associação constante ao hit. Por consequência, Creep foi sendo cada vez mais excluída dos setlists, enquanto Thom Yorke não escondia sua antipatia pela faixa. Atualmente, a relação do Radiohead com essa música é, no mínimo, ambígua.
Oasis – “Wonderwall”
É quase impossível falar de Oasis sem lembrar imediatamente de Wonderwall. Entretanto, tanto Liam quanto Noel Gallagher já expressaram publicamente seu desdém pela música. Liam foi direto: “Eu não suporto essa maldita música! Toda vez que tenho que cantá-la, sinto vontade de vomitar”. Além disso, Noel reforçou esse sentimento ao dizer que, fora da Inglaterra, é essa canção que define a fama da banda — o que, segundo ele, o incomoda profundamente. Em sua visão, a faixa tem um tom vulnerável que destoa do espírito rock’n’roll que ele tanto valoriza.
Mesmo os maiores sucessos podem se tornar um fardo emocional e criativo para os artistas. Em muitos casos, o distanciamento ocorre porque a música já não representa suas ideias, fases de vida ou intenções originais. Portanto, ainda que os fãs continuem pedindo por essas canções, os artistas preferem deixá-las no passado — ou, no mínimo, tocá-las com certa dose de resistência.
