Depois de “Taking One for the Team” (2016), o Simple Plan finalmente retorna em “Harder Than It Looks”, primeiro álbum dos pop-punks de Montreal sem apoio de uma grande gravadora. Rompendo com “No Pads, No Helmet… Just Balls”, a banda inseriu histórias sobre rebeldia e não combina refrões com otimismo. Embora o pêndulo às vezes tenha oscilado para o pop, o som central permaneceu verdadeiro e convincente.
Há muito sentimento presente no projeto, algo evidenciado pela abertura cansada do mundo “Wake Me Up (When This Nightmare’s Over)”, bem como o incrível single “Ruin My Life” – que apresenta Deryck Whibley, do Sum 41, – e “The Antidote”. Esta última é a escolha do álbum em geral, onde o Simple Plan eleva apostas emocionais ao máximo e lança uma das melhores faixas que a banda já colocou seu nome. O disco carrega provas de resiliência em continuar compondo canções que não são apenas divertidas de ouvir, mas têm um significado mais profundo do que o nível superficial.
A explosão do gênero aumenta durante as melódicas “Million Pictures of You” e “Two”. Já “Anxiety” e “Slow Motion” parecem dispensáveis quando o grupo escolhe se aproximar de seu quarto álbum “Get Your Heart On!” (2011). Pense no Simple Plan fazendo covers de Ed Sheeran e você entenderá. Para integrantes ativos desde 1999, os canadenses estão fadados a tropeçar em obstáculos da previsibilidade. No entanto, quando a composição e produção navegam por experiências de vida, a banda introduz alguns de seus melhores materiais desde 2008. Como é o caso de “Iconic”, que utiliza um refrão de coro semelhante a “Champion” do Fall Out Boy, “Congratulations” e “Best Day of My Life”, epítomes da antiga sonoridade deles.
O Simple Plan está em sua terceira década e certamente não faz música para refletir isso. Assim como Bowling For Soup continua autêntico em seu último lançamento “Pop Drunk Snot Bread”, a mistura de acessibilidade e ouvido para fortes melodias é o que funciona para eles. “Harder Than It Looks” atinge uma zona de conforto, onde ser brilhante e divertido é usado a seu favor, e a clara falta de maquinações cansadas ou cínicas são bastante incomuns para essa fase moderna do pop-punk. Mesmo que o grupo não esteja desbravando trilhas ou inovando de uma forma que nunca foi esperada deles, descartá-lo imediatamente por ser apenas mais um de seus álbuns é perder o ponto; essas razões exatas também são onde seus maiores atributos podem ser encontrados.
João Scalércio
Sempre sensata nas palavras. Parabéns pela crítica!
Alexandre Leitão
Ótimo review!!! Parabéns!!!