10 discos clássicos do pop punk que marcaram a cena
A ideia de uma forma de arte inicial com apelo sério ao mainstream esteve aqui o tempo todo. De figuras dos anos 70 (The Buzzcocks, The Undertones), heróis hardcore dos anos 80 (Misfits, Descendents) a hitmakers dos anos 90 (Green Day, Blink-182), as bandas punk sempre defenderam ótimas composições ao lado de sua postura antiautoritária. E o foco do gênero na velocidade, concisão e simplicidade de três acordes é um ajuste natural com os valores centrais do pop.
À medida que a New Wave, o rock alternativo, seguidos pelo ska e até a estética rap entraram na mistura, uma característica permaneceu constante: o pop punk é para adolescentes – ou, pelo menos, para os jovens de coração. É inerentemente malcriado, angustiado, depreciativo e gera divisão. Também consegue ser terno e romântico, prosperando em cenas nostálgicas de primeiros amores que mudam a vida e desgostos trágicos. É o The OC, One Tree Hill e a novela adolescente do rock contemporâneo. A música antiga de artistas de destaque como Blink-182, Simple Plan, Sum 41 e, sim, até Green Day, sempre foi sobre desenvolvimento interrompido, um desejo teimoso de nunca crescer.
Desenhe linhas de batalha, escolha seus lados e prepare-se para a guerra de cuecas, enquanto separamos 10 discos clássicos do pop punk que marcaram a cena.
MILO GOES TO COLLEGE – DESCENDENTS
Nenhum álbum teve um impacto mais profundo no desenvolvimento do pop punk do que o primeiro de Descendents. A banda estava firmemente enraizada na cena hardcore, mas adicionaram melodias cativantes através da entrega grosseira de “Milo Goes to College”. O disco expôs através de letras clássicas quais seriam as principais preocupações para a grande maioria das bandas que ainda estavam por vir.
DOOKIE – GREEN DAY
Se o açúcar tivesse uma encarnação auditiva, viria na forma de “Dookie”. Armados com “Basket Case”, a maioral dos anos 90, e abandonando o subúrbio em “Welcome to Paradise” eles venderam 16 milhões de cópias através de uma simplicidade crua e arrogante o suficiente para arrebentar o mundo. Com um punk de soco no estômago e mentalidade de se curvar, foi o primeiro álbum que pariu uma nova geração de punks, tornando a cena mais jovem e acessível do que nunca.
AMERICANA – THE OFFSPRING
A marca do punk enérgico de Offspring soava como epítome de rebelião. Ouvi-los foi meu primeiro passo para cultivar um gosto musical daquilo que meus pais tocavam no carro. Além de linhas de baixo em ritmo acelerado e efeitos distorcidos que foram codificados para o gênero, “Americana” foi o momento em que a banda quis produzir estrondos pastelões e líricas de humor que se encaixavam perfeitamente nas trilhas de besteirol norte-americano.
ALL KILLER NO FILLER – SUM 41
Quando foi lançado, o disco fez jus à confiança arrogante de seu título. Carregado de canções que só podem ser descritas como uma versão musical de Jackass, esses hooligans punks se tornaram memoráveis por seus videoclipes e hits clássicos como “Fat Lip” e “In Too Deep”. Essa abordagem é “All Killer No Filler” em poucas palavras: um álbum quase impecável disfarçado de piada. Não é que não haja uma música ruim nele; é que quase todas as músicas poderiam ter sido um single.
ENEMA OF THE STATE – BLINK 182
“Enema Of The State” encapsulava perfeitamente toda a inquietação de se tornar um adolescente. Tem um alienígena no meu armário / preciso ir atrás daquela garota, mas vou assistir TV. Naquele momento, o Blink-182 virou “cool”. Um álbum como esse não se torna tão bem-sucedido apenas porque adolescentes querem farra, e sim porque se conectam emocionalmente com ele. A escola foi a última festa da década e eles estavam lá até a polícia chegar.
LET’S TALK ABOUT FEELINGS – LAGWAGON
Muito mais melódico e variado do que qualquer coisa que a banda já havia lançado, o disco estava repleto de riffs de metal, estruturas do gênero pop, cordas, piano e algumas das melhores músicas que o grupo já gravou. Trazendo o sucesso “May 16”, a composição de “Let’s Talk About Feelings” foi a mais madura e experimental de Lagwagon e até os b-sides desse álbum brilham.
FROM UNDER THE CORK TREE – FALL OUT BOY
A memória de “From Under The Cork Tree” é principalmente reservada para os sucessos de rádio. Seja algum fã antigo da banda ou não, “Dance Dance” foi a balada pop punk da época, simbolizando o uso infeccioso de melodia e a distinta linha de baixo de Pete Wentz. O estilo instrumental misturado com o gancho inesquecível hipnotizou a massa por sua capacidade de ser tão pop e ao mesmo tempo tão Fall Out Boy.
RIOT! – PARAMORE
Dentro de uma cena em que a representação de frontwoman a nível mainstream era escassa até Hayley Williams surgir e quebrar o teto de vidro, os vocais matadores e o carisma flamejante da artista a tornaram tão magnética que era impossível “Riot!” não entrar nessa lista. O disco lançou as bases para moldar o som distinto do Paramore, principalmente atrelado a faixas como “Misery Business” e “That’s What You Get”.
OCEAN AVENUE – YELLOWCARD
Yellowcard é um grupo que não atingiu o pico, não se vendeu e nem se autodestruiu. Honestamente, eles nunca tiveram a oportunidade de fazê-lo. Não há duas músicas que soem exatamente iguais e cada faixa brinca com uma fórmula ou ritmo diferente para torná-la experimental e esteticamente interessante. Ninguém diria que um violino não pertence ao pop punk, mas eles não poderiam estar mais errados.
NO PADS, NO HELMET…JUST BALLS – SIMPLE PLAN
Gravado no porão do baterista, Chuck Comeau, em um tempo em que o gênero ainda estava se consolidando, as letras bobas e inconsequentes de No Pads, No Helmet…Just Balls, sangram com o tipo de hipérbole que você usaria respondendo sua mãe no ensino médio. Esse disco tem “Perfect” e “I’m Just a Kid”, quão grande foi 2002?
LIFE’S NOT OUT TO GET YOU – NECK DEEP
Neck Deep se encaixa bem com seus contemporâneos, mas sempre havia algo um pouco diferente – mais alto, atrevido e direto sobre o quinteto moderno. Em 2015, “Life’s Not Out To Get You” explodiu e foi um choque reconfortante de energia. Após seu lançamento, a banda embarcou em uma de suas maiores turnês até hoje, foi capa de todas as revistas de cena, encabeçou a Warped Tour e, sem dúvida, mereceu invadir essa lista por alguns minutos.
Alexandre Bastos Leitão
Seleção de primeira pra quem se amarra no gênero!!!