Criada em 2012 em Belém do Pará, a banda Molho Negro é formada por João Lemos, Raony Pinehiros e Antonio Fermentão. O trio mistura caos, ironia, sarcasmo e barulho na cena do rock nacional.
O grupo, liderado pelo vocalista e guitarrista João Lemos, já tem quatro discos lançados: o homônimo “Molho Negro” (2012), “Lobo” (2014), “Não é nada disso que você pensou” (2017), “Normal” (2018). Além do single “Contracheque” (2019) e um DVD no Youtube intitulado “33’54” – Molho Negro ao vivo”.
Recentemente, a banda lançou seu quinto álbum, intitulado “Estranho” e sucessor de “Normal”, com 11 músicas marcadas pelo minimalismo nos arranjos.
Segundo João Lemos, o disco, gravado no final de 2020 e finalizado no começo de 2022, no Estúddo Costella, em São Paulo, com Gabriel Zander, foi inspirado na vida real e feito para falar de coisas mais difíceis.
Molho Negro já passou pelos festivais como o Lollapalooza, Festival DoSol, GarageSounds, Abril Pro Rock, Se Rasgum, SIM São Paulo, Virada Cultural de São Paulo, Bananada, Morrostock, Oxigênio Fest e, agora, Primavera na Cidade.
Confira a entrevista:
A banda está comemorando 10 anos de trajetória no mundo da música e como surgiu a ideia de montar o trio em 2012?
“Foi aquele momento meio chave em que você decide que precisa fazer as suas músicas e dizer as coisas com as próprias palavras. Foi quando eu tive também que assumir o papel de cantar, além de tocar guitarra.”
Como escolheram o nome “Molho Negro”? Tem alguma referência?
“A banda foi batizada por um amigo nosso e, até hoje, eu não perguntei a opinião dele sobre o significado do nome. Eu pedi para usar justamente porque achei que não tinha nenhum significado intrínseco, que poderia passar a significar o nome da minha banda.”
Molho Negro é uma banda de rock, originada em Belém do Pará, onde o ritmo predominante é o brega funk, carimbó e tecno brega. Como decidiram correr contra a maré paraense?
“Acho que foi natural. Belém é uma metrópole bem intensa, frenética, e, mesmo os gêneros populares sendo quase que onipresentes na cultura da cidade, também tem de tudo. A gente sempre teve esse perfil de ser os esquisitos da escola.”
E qual a opinião de vocês da cena atual do rock nacional?
“Gosto de acreditar que está aos poucos acordando para a diversidade de gênero, identidade, raça e sotaques que a gente tem aqui no Brasil. Acredito que isso só tem a enriquecer nossa música.”
Vocês tem alguém ou alguma banda que os inspire?
“Várias. Nirvana, Refused, Zefirina Bomba, Lula, Rita Lee etc.”
Recentemente, vocês lançaram o álbum “Estranho”, que teve início de produção durante a pandemia da covid-19, em 2020. Quais os maiores desafios que enfrentaram durante a criação?
“Fazer um disco em etapas, sem ter ideia de como ele ficaria no final, foi um desafio bem grande, aliado a toda a apreensão de uma pandemia acontecendo no mundo. Tornou tudo muito vívido.”
Qual foi a fonte principal de inspiração do novo álbum? E como o definem?
“A vida real, escancarada na nossa cara. Acho que esse álbum resolveu criar coragem e falar de coisas um pouco mais difíceis, talvez seja isso que o defina no momento.”
Quais as expectativas para tocar no Primavera na Cidade?
“As melhores possíveis. Tocar junto de bandas legais dentro de um festival que a gente admira a história é um privilégio muito grande.”
Além dos festivais que já participaram, quais outros vocês têm vontade de tocar?
“Hmmm, no momento, eu acho que gostaria bastante de tocar e viajar pela América Latina. Acho que é algo importante como brasileiro, se reconhecer e identificar como latino sul-americano.”
Obrigada pela entrevista! Para finalizar, poderiam mandar uma mensagem para os fãs que leram a nossa entrevista?
“Obrigado pela atenção e também por lerem até aqui, abração!”