Rock the mountain: dois finais de semana ainda é pouco para tanta música | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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Rock the mountain: dois finais de semana ainda é pouco para tanta música

O Rock The Mountain certamente se firmou como o queridinho dos fãs da música brasileira. Na edição de abril, a primeira depois da pandemia, a procura foi tanta que eles tiveram que duplicar o festival. Dois finais de semana com o mesmo line-up. Dois Rock The Mountain. Estratégia que veio para ficar. No fim de semana passado, tivemos os primeiros dias dessa “edição oficial” de 2022. Agora, ansiosos à espera do segundo final de semana, viemos contar pra vocês um pouquinho do que rolou e do que esperar.

De um festival que passa de Jorge Ben Jor por L7nnon, Lulu Santos e Furacão 2000, já adianto: pode esperar muita diversidade, muitos encontros, muitas descobertas musicais (nada de preconceito com artista nenhum, bora de peito aberto!) e muita alegria – sentimentos bem maiores que as filas grandes e que qualquer outro eventual problema.

Foto: Gabi Silveira/Moodgate

O primeiro headliner a subir no palco principal, no sábado, foi Gilberto Gil, esse patrimônio cultural brasileiro que dispensa elogios clichês e rasos. Entregando um setlist bem diferente dos que tem costumado fazer em festivais recentes (Punk da Periferia, por exemplo, a quantos anos que ele não tocava?), Gil cantou com uma alegria que contagiou a todos. Alegria e emoção do início ao fim. Um show que começa com Tempo Rei e acaba com Toda Menina Baiana, não teria como ser diferente, é claro.

Foto: Gabi Silveira/Moodgate

Lulu Santos, o “hit maker” do pop brasileiro dos anos 80, subiu com vigor no palco. O pequeno atraso parece ter sido esquecido pelas pessoas que o esperavam ansiosamente. Com muitos sucessos (“Apenas mais uma de amor”, “Tempos modernos” e “Um certo alguém”, por exemplo) e algumas novas roupagens para eles, Lulu transformou o festival numa pista de dança que juntava passado e futuro. Alguns hits ficaram de fora, é claro, impossível cantar tudo. “Sereia” e “De repente Califórnia” foram dois deles. Um dos muitos pontos altos do show, além dos backing vocals sensacionais, foi quando ele cantou “A Cura”. Depois de alguns anos de pandemia, essa música parece nunca ter feito tanto sentido.


No domingo, um encontro inusitado e maravilhoso: Chico Cesar e Geraldo Azedo. Sabe aquilo que você nunca pensou mas quando vê no palco é como se não pudesse ser de outro jeito? Essa turnê deles já roda o Brasil desde outubro do ano passado e, agora, foi a vez de desembarcar na serra fluminense. Recheado dos maiores sucessos dos dois artistas, o show parece ter embalado até quem não é muito fã. É show pra festival, mesmo, com todo mundo cantando junto. Destaco dois pontos altos, um de cada artista: À Primeira Vista e Dia Branco.

Jorge Ben Jor engrandeceu o palco Floresta na tarde de domingo. Por ser um nome diferente dos já com “carteirinha carimbada” dos festivais mais recentes, Ben Jor era uma das atrações mais esperadas do festival. E com razão. O artista, outro integrante do Olimpo da MPB junto com Gil e Ney, comprovou a força do seu nome e da sua importância histórica para o público mais jovem que talvez não o conheça tanto. Jorge Ben Jor é sinônimo de alegria. Com um setlist também maravilhoso, o artista entregou o retrato de um Brasil que pode e deve ser melhor do que é. Mais alegre, mais potente, colorido e vivo. “Menina mulher da pele preta” e “Que pena (ela já não gosta mais de mim)” poderiam ter entrado, também, vai.

Foto: Gabi Silveira/Moodgate

Uma curiosidade: quando descobriu o trabalho de Jorge Bem Jor, na década de 60, Gil pensou em desistir da carreira musical. Para ele, na época, nada poderia superar a inventividade e a maestria de Ben Jor. Ainda bem que ele não desistiu, né?

A tristeza pela partida da Gal Costa há de ser confortada pela presença de tantos amigos e admiradores dessa rainha – Gil, Os Paralamas, Jorge Ben, Lulu Santos, Ney, Letrux, Céu, Roberta Sá, Bala Desejo, Liniker (e acredito que todo mundo que faz música no Brasil) – que direta ou indiretamente, com certeza a homenagearão. Gil e Os Paralamas, inclusive, têm músicas gravadas por Gal em seus repertórios: Esotérico e Lanterna dos Afogados, respectivamente. Viva Gal Costa. Viva a Música Popular Brasileira. Viva o Rock The Mountain.

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pinheiro.a.ricardo@gmail.com

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