Por Gabriel Fonseca e Giovana Romberg
A nave de ritmo e poesia do Gustavo Black Alien pousou novamente no palco do circo voador, e dessa vez, apesar do tempo ruim – literalmente falando, vide a água que se derramava em chuva pela Lapa – Gus não mergulhou em águas rasas e mais uma vez quebrou a banca com um Circo Voador lotado até o talo.
A volta de Black Alien ao Circo é como o retorno de um filho a casa. O rapper é uma lenda viva do gênero e a casa é um reduto da cultura hip hop. Sob aqueles holofotes, Gustavo já escreveu muita história e ecoou suas rimas cruas e verdadeiras por diferentes gerações de fãs, e atualmente não poderia diferir! A casa tava cheia de fãs de todas as idades com todas as músicas na ponta da língua. Tendo isso dito, pode se pensar que o show seria tranquilo para o bom e velho Gus, jogando em casa com a torcida a favor, mas não foi bem assim.
Na segunda noite de casa lotada, Black Alien parecia estar com as cordas vocais cansadas. Apesar da falta de seu principal instrumento, ele se empenhou em consagrar seu legado no Circo Voador com muito carisma. Entoando clássicos que celebram toda sua carreira, o show contou com a voz do público vibrando do início ao fim para se fazer parte de mais um capítulo da história de Black Alien. ‘Vai baby’, ‘Au revoir’, ‘Segunda vinda’, ‘Como eu te quero’, ‘Take Ten’ e ‘Que nem o meu cachorro’ foram alguns dos clássicos e hits da noite. O setlist também contou com a participação especial de um fã que representou catando o single Peaky Blinders com maestria.
Gustavo Black Alien ao longo de toda sua carreira conseguiu construir uma obra sólida com rimas cruas e cheias de significado que batem como poesia no interior de cada um daqueles que o ouvem. Cruzando gerações e quebrando barreiras, sua voz é plural e se expressa através daqueles que se identificam e emanam o sentimento de suas canções. Logo, como era de se esperar, Gus entregou mais uma noite histórica, deixando evidente que seu legado ainda vive.