5 músicas para conhecer a brasilidade de Jorge Ben Jor
A grandeza de Jorge Ben Jor no cenário musical brasileiro é tanta que seus limites ultrapassaram fronteiras e cravaram seu nome em todo o mundo. Com um glorioso início nos anos 1960, o baiano, radicado no Rio de Janeiro, passou pelo Samba, Rock, foi precursor do Samba Rock e, até mesmo, se aventurou no Funk. Incansável no que diz respeito à reinvenção, é autor de uma lista de bons sucessos e coautor em inúmeras parcerias, tanto nas clássicas, como Carolina, Carol Bela com Toquinho, quanto nas menos esperadas. Afinal, você sabia que Jorge Ben tem parceria com Fiuk?
Jorge é filho de Ogum, o que explica seu retorno, aos 84 anos, aos palcos. Nos dias 27 e 28 de maio, no Rio de Janeiro, e 3 e 4 de junho, em São Paulo, o artista se apresentará no MITA. Caso você não possa ir ao MITA, o cantor estará no TURÁ, nos dias 24 e 25 de junho, em São Paulo! Então, se você curte o lirismo crítico e inteligente de Jorge Ben e quer, antes dos festivais, acompanhar seus desdobramentos musicais, fique com estas 5 músicas essenciais que a Moodgate separou para você:
Taj Mahal (1972)
é um clássico que nunca morre. A importância dessa canção para o carnaval é inegável, mas a música não se baseia apenas nisso. Tem muita história, por sinal; só na década de 70, a música recebeu quatro versões diferentes além da original. Uma delas contava com Gilberto Gil – que divide a headline do Turá com Jorge – e outra com a famosa letra romântica que conta a história do príncipe Shah-Jahan com a princesa Nil Mahal. E muitos tererês… – Marcella Fronterota
Charles, Anjo 45 (1969)
Em meio à ditadura militar, Jorge Ben Jor deu vida à Charles, Anjo 45. A canção integrou o disco Jorge Ben (1969), sendo este responsável por sucessos, como País Tropical. Nela, é possível encontrar um Jorge Ben apegado à cultura brasileira, mas de maneira pouco vista em meio ao intragável ufanismo propiciado pelos ditadores, já que o artista construiu sua narrativa inspirado pelos morros cariocas e pela figura – não tão bem quista pela sociedade – de um bicheiro. Por isso, Charles, Anjo 45 é figura indispensável para quem quer se aventurar em Jorge Ben e seus causos de Brasil. – Victor Rufino
Os Alquimistas Estão Chegando os Alquimistas (1974)
Se você quer compreender o esoterismo de Jorge Ben Jor e da música brasileira como um todo, Os Alquimistas Estão Chegando os Alquimistas é o caminho. A primeira faixa do célebre, intrigante e, até hoje pouco explorado, dada a sua profundidade, A Tábua de Esmeralda (1974), é responsável por abrir a mais brilhante era de Jorge Ben: a esotérica. Apegado à alquimia hermética, o artista anunciou a chegada daqueles que são responsáveis por buscar o ouro da vida e deu pontapé à sua nova empreitada enquanto músico, já que se valeu da transmutação proposta pela alquimia e deu nova roupagem à sua criatividade. Definitivamente, uma das melhores, se não a melhor, de sua carreira. – Victor Rufino
Jorge da Capadócia (1975)
Com a chegada de Solta o Pavão (1975), Jorge Ben mostrou que não estava disposto a abrir mão de suas narrativas esotéricas. No disco, manteve todos os elementos medievais introduzidos por seu antecessor, subverteu o Samba com toques dignos de um rockstar, invocou Jesus, mas nada se compara à sua rendição a São Jorge, que, em sincretismo, é Ogum, Orixá que, em seus braços, carrega seu mais brilhante filho. Aqui, é momento de compreender e exaltar Jorge por Jorge. – Victor Rufino
Santa Clara Clareou (1981)
Já em Bem-Vinda Amizade (1981), Jorge Ben Jor traz uma abordagem mais alegre e chegada, ainda mergulhada em sua estratégia musical religiosa. Com fortes presenças marcantes de samba, samba rock e bossa nova, Santa Clara Clareou é uma homenagem à ao seu despertar pela manhã, assim como à própria entidade do título da faixa. A letra repetitiva faz com que a mensagem seja clara: bom dia! Eu estou feliz por mais um dia, um dia bonito, como Deus gosta – palavras de Jorge. – Marcella Fronterota