Quincy Jones, Lenda da Música e Produtor de “Thriller”, Morre aos 91 Anos
Quincy Jones, lendário produtor musical, compositor e multi-instrumentista, cuja carreira atravessou mais de sete décadas e inúmeros gêneros, incluindo jazz, pop e hip-hop, faleceu aos 91 anos.
“Com corações cheios, mas partidos, anunciamos o falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones”, declarou a família em nota. “Embora essa seja uma perda imensa, celebramos a vida incrível que ele viveu, sabendo que nunca haverá outro como ele.”
Jones foi um dos grandes ícones da música, acumulando 80 indicações ao Grammy e 28 vitórias, incluindo três como Produtor do Ano e prêmios para Álbum do Ano e Canção do Ano. Sua última conquista no Grammy veio em 2019, quando Quincy, documentário semi autobiográfico co-dirigido por sua filha Rashida Jones, ganhou como Melhor Filme Musical.
Como produtor e arranjador, Jones criou alguns dos discos mais emblemáticos do século XX, incluindo Thriller de Michael Jackson, o álbum mais vendido da história, e seu sucessor Bad. Ele colaborou com gigantes de várias eras, como Dizzy Gillespie, Aretha Franklin, Ray Charles, Rufus & Chaka Khan e Al Jarreau, além de ter produzido sucessos como “It’s My Party” de Lesley Gore, a icônica versão de “Fly Me to the Moon” com Frank Sinatra e “Strawberry Letter 23” dos The Brothers Johnson.
Nascido em Chicago em 14 de março de 1933, Quincy Delight Jones Jr. começou no piano ainda jovem e depois passou para o trompete em Seattle. Ele abandonou o Berklee College of Music para excursionar com Lionel Hampton e, depois, mudou-se para Nova York, onde trabalhou como arranjador freelancer para artistas como Ray Charles, Sarah Vaughan, Count Basie, Duke Ellington e Ella Fitzgerald.
Seu primeiro álbum, This Is How I Feel About Jazz, de 1956, deu início a uma prolífica carreira solo que incluía lançamentos marcantes como Big Band Bossa Nova (1962) e Smackwater Jack (1971). Jones explorou o jazz e além com álbuns como You’ve Got It Bad Girl (1973) e The Dude (1981), e em Back on the Block (1989), fundiu suas influências diversas, incluindo o hip-hop emergente, ganhando sete Grammys, entre eles o de Álbum do Ano.
Em 1985, Jones organizou o single “We Are the World” para a USA for Africa, reunindo lendas como Stevie Wonder, Tina Turner, Bob Dylan e Paul Simon. A faixa arrecadou 75 milhões de dólares para a África e conquistou três Grammys, com Jones liderando as gravações e um aviso na entrada: “Por favor, deixem seus egos na porta.”
Além de suas contribuições à música, Jones fez história no entretenimento como o primeiro afro-americano indicado ao Oscar de Melhor Canção Original em 1967 por “The Eyes of Love”. Ele compôs trilhas memoráveis para filmes como In the Heat of the Night e The Color Purple, além de supervisionar o musical The Wiz, onde conheceu Michael Jackson, resultando em uma colaboração que gerou Off the Wall (1979). Na TV, compôs temas icônicos para Sanford & Son e Ironside e produziu programas como The Fresh Prince of Bel-Air e Mad TV.
Entre seus inúmeros prêmios, Jones recebeu o Grammy Legend Award em 1992, os Kennedy Center Honors em 2001, a Medalha Nacional das Artes em 2011 e foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em 2013. Em 2016, alcançou o status de EGOT como produtor da adaptação de The Color Purple para a Broadway, além de receber o Emmy por Roots em 1977 e o Prêmio Humanitário Jean Hersholt do Oscar em 1994.