Em entrevista ao podcast Corredor 5, Andreas Kisser comentou sobre a estrutura organizacional do Sepultura e como a banda conseguiu superar desafios ao longo dos anos, incluindo a recente saída do baterista Eloy Casagrande. Segundo o guitarrista, disciplina e planejamento foram fundamentais para garantir a continuidade do grupo mesmo nos momentos mais difíceis.
“Enfim, o Sepultura sempre foi caótico nesse aspecto empresarial, mas foi o que foi. Não estou reclamando – tivemos que passar por tudo isso, e essa experiência ajudou a definir nossa identidade artística, os discos que gravamos e os lugares que frequentamos, inclusive a mudança para a Phoenix.”
Kisser explicou que, para evitar crises internas, o Sepultura precisou se adaptar e adotar uma abordagem mais objetiva na tomada de decisões, sem deixar que fatores emocionais interferissem no funcionamento da banda.
“O negócio não pode ficar refém disso; precisa ser objetivo. Se alguém está de mau humor, tudo bem – depois da reunião, a pessoa pode relaxar assistindo a um episódio de Grey’s Anatomy –, mas é necessário definir metas e seguir o plano.”
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Ele também destacou o crescimento do Sepultura durante a pandemia, período em que a banda se manteve ativa e fortaleceu sua relação com os fãs. “Gravamos um disco e, todas as quartas-feiras, promovíamos um evento que incluía conversas com os fãs, entrevistas com amigos músicos, apresentações e vídeos caseiros, além de contar histórias do passado. Tínhamos um verdadeiro contador de histórias. Era uma empresa sólida.”
Essa organização foi essencial para lidar com a saída de Eloy Casagrande. O baterista comunicou sua decisão apenas três semanas antes do primeiro show de despedida, mas a banda conseguiu agir rapidamente e sem turbulências.
“O Eloy definiu sua saída três semanas antes do primeiro show de despedida – que, aliás, foi organizado em 24 horas, com o Grayson já confirmado –, sem desespero ou gritos, mantendo a compostura necessária para seguir adiante.”
Para Kisser, a sobrevivência do Sepultura diante de desafios como a pandemia e a saída de Casagrande só foi possível graças à estrutura e disciplina que a banda construiu ao longo dos anos. “Hoje, nossa organização é tal que não teríamos sobrevivido nem à pandemia, nem à saída do Eloy Casagrande se não estivéssemos tão focados e estruturados.”
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