5 artistas femininas independentes da cena brasileira para você conhecer

Em um país extremamente rico no quesito cultural como o Brasil, fica claro que a cena indie e underground consegue se beneficiar ao beber de diversas fontes para construir sons disruptivos. A mistura de influências nacionais e internacionais cria um espaço de experimentação único, e foi entre os anos 1990 e 2000 que o cenário começou a ganhar mais força. MPB, tropicália, rock alternativo, dream pop, afrobeat, samba e R&B são apenas alguns dos ritmos que ajudam a dar vida a artistas que se propõem a criar algo novo e fora da curva.

E, neste dia 8 de março, nada melhor do que falar sobre as mulheres da cena que romperam barreiras e revolucionaram seus gêneros à sua própria maneira. Desde os vocais até bandas exclusivamente femininas, impactar o cenário significa inovar artisticamente, seja com novas sonoridades ou quebrando barreiras sociais e culturais. Por isso, aqui vão cinco artistas brasileiras que conseguiram deixar a sua própria marca.

CSS

O Cansei de Ser Sexy (CSS) conseguiu ser uma banda muito influente no cenário indie, ganhando reconhecimento internacional e, inclusive, entrando na Billboard Hot 100 dos Estados Unidos. Fundada em São Paulo nos anos 2003, a sonoridade irreverente foi o que mais conseguiu destacar o conjunto, que usa e abusa de sintetizadores enquanto toca indie rock e pop. As integrantes Lovefoxx, Luiza Sá, Ana Rezende e Carolina Parra cantam músicas que mesclam o português e o inglês, com produções enérgicas, irônicas e provocativas.

The Mönic

Também fundada em São Paulo, em 2017, a banda The Mönic puxa a sardinha para a música punk, com a rebeldia falando alto através das atitudes dos integrantes, das letras afiadas e da sonoridade enérgica, crua e visceral. Com influências do grunge e do garage rock, o toque contemporâneo e as letras em português dão uma cara muito particular para as produções. Ale Labelle, Dani Buarque, Joan Bedin e Thiago Coiote conseguem ainda mais destaque por causa das apresentações ao vivo explosivas e já performaram no KNOTFEST Brasil e no Rock in Rio, ambos em 2024.

Ana Frango Elétrico

Como um dos nomes mais inovadores da música brasileira contemporânea, a Ana Frango Elétrico mistura de forma única a MPB, o jazz, indie e rock com uma estética muito própria e colorida, além de para lá de irreverente. A artista, carioca da gema e nascida em 1997, começou a ganhar destaque logo no álbum de estreia, o Mormaço Queima (2018), e repetiu o sucesso com Little Eletric Chicken Heart (2019) e Me Chama de Gato que Eu Sou Sua (2023). A sonoridade de suas músicas evoca um universo lírico muito próprio, com muita brasilidade envolvida, e enche os ouvidos graças a espontaneidade que consegue empregar em seus trabalhos.

Far From Alaska

Outra banda brasileira que conquistou seu espaço no cenário internacional foi a Far From Alaska, que conta com Emmily Barreto, Cris Botarelli e Rafa Brasil como integrantes. Um dos maiores destaques é a voz poderosíssima de Emmily, que faz coro com os riffs mais pesados em um stoner rock com roupagem mais moderna. Com participação em eventos como Rock in Rio, Lollapalooza e Download Festival, o trio também chama atenção pela energia nas performances ao vivo e pela interação para lá de simpática com o público.

Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo

Com um som que mistura MPB, rock alternativo e até uma pitada de post-punk, Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo se destaca pela estética com quês de lo-fi e irreverência para arrematar letras sarcásticas. O disco de estreia, Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo (2021), foi produzido por Arnaldo Antunes e se destacou pelo tom crítico das melodias pouco convencionais, com contrastes entre momentos delicados e caóticos graças à mistura entre momentos mais melódicos e explosivos. O uso de vocais quase falados em algumas faixas e letras que oscilam entre o cotidiano e o nonsense dão um tom peculiar ao trabalho da banda.