Garbage encanta Curitiba com show intimista na Ópera de Arame

A turnê do Garbage na América do Sul deu uma passada em Curitiba no último domingo (23). O grupo norte-americano, um das mais respeitados da década de 1990, havia visitado a cidade há menos de dois anos, em 2023. Na ocasião, ela abriu o show do Foo Fighters junto com a banda novata Wet Leg, no estádio Couto Pereira.

Dessa vez, Garbage é a atração principal de um mini-festival de bandas femininas. O show começou com a paulistana The Mönic, representando o rock nacional. Na sequência, quem subiu ao palco foi a L7, uma das bandas que marcaram a história do grunge na década de 1980 e 1990.

O show aconteceu no teatro da Ópera de Arame, um dos cartões postais da cidade e um dos lugares mais intimistas para assistir a um show. Não importa onde é o seu assento, a visão será tão incrível quanto a experiência.

The Mönic

Com a casa ainda enchendo, The Mönic mostrou que merecia ser a banda de abertura desse show. Apresentando suas melhores músicas de uma curta carreira, elas deram tudo de si e esbanjaram muita presença e técnica, aquecendo o público.

Foto: Luiz Milcz (Moodgate)

A banda apresentou músicas como Antes Tarde, Aquela Mina, Marte, Atear e mais. Antes de finalizar o show, Dani, a vocalista e guitarrista da banda, desceu do palco e foi para o meio das cadeiras cantar com o público, que correspondeu. Uma das coisas mais legais de assistir a um show é ver os integrantes de uma banda felizes de estar ali, e foi exatamente isso o que aconteceu com a apresentação da The Mönic.

L7

Quando L7 subiu ao palco da Ópera de Arame, a casa já estava mais cheia e o público aguardava ansiosamente pelo início do show. Sem atrasos, a entrada foi insana com uma sequência de The Beauty Process e Scrap.

A banda gostou de ver várias camisetas da L7 e Garbage na plateia, e elogiou a empolgação dos curitibanos. Donita Spark guitarrista da banda, recebeu uma breve aclamação do público e da banda, afinal toda a sua técnica e familiaridade com o instrumento ficou nítida em todo o show.

Na metade da apresentação, as pessoas já não conseguiam ficar em suas respectivas cadeiras, e logo o show começou a ficar mais divertido do que nunca. Entre muitas “air guitar”, mãos pro alto e gritos a plenos pulmões, não há dúvida de que a L7 se sentiu muito bem recebida.

Foto: Luiz Milcz (Moodgate)

A banda ainda apresentou músicas como Fuel My Fire, Andres e Shove, além da mais esperada Pretend That We’re Dead, que com certeza é um dos maiores marcos da história da L7. O show foi finalizado com Fast and Frightening, e a missão foi bem cumprida.

Garbage

O show do Garbage teve alguns minutos de atraso, mas começou com grandes pedradas na setlist, como Queer, Fix me Now e Empty, e logo após sentir a energia dos curitibanos, Shirley Manson agradeceu o público pela presença. Ela contou ainda que o show é o último da turnê da América Latina e que sempre foi inimaginável ver a banda alcançar um público no Brasil.

A vocalista do Garbage também aproveitou para elogiar a L7, não só pela abertura impecável, como pela sua existência. Manson disse todos os adjetivos possíveis para a banda, que também era ovacionada pelo público.

Shirley tirou um momento do show para discursar sobre o mundo atual e falar sobre não só sermos gentis com os outros, mas com nós mesmos. Ela também aproveitou para criticar os políticos que querem dizer o que temos que ser e fazer, afirmando que todos nós compartilhamos o mesmo globo.

Algumas músicas depois, Shirley voltou a falar de política, dessa vez atacando claramente o governo norte-americano e suas decisões em relação às pessoas trans. Novamente, a vocalista foi apoiada e aplaudida pelo público. Então, Cherry Lips foi dedicada a todo mundo, todos os tipos de pessoas.

Ao final do show, os discursos continuaram. Dessa vez, Shirley disse que ficou intimidada no início pela estrutura da Ópera, que permite a quem está no palco ver todos os rostos na plateia. Então, ela disse que logo se adaptou à experiência e que ficou feliz de ver as pessoas sorridentes e felizes.

O show do Garbage chegou ao fim com Push It e When I Grow Up, encerrando a turnê na América do Sul com a total sensação de dever cumprido. Mesmo que a Ópera não tenha lotado, quem esteve presente fez questão de curtir o show com toda a intensidade do mundo, deixando cada uma das bandas felizes ao final da apresentação.