Big Ole Vol. 1 finalmente está entre nós! Este é o oitavo álbum de estúdio da banda A Day to Remember e, como esperado, traz aquela mistura deliciosa de metalcore, pop punk e post-hardcore, subgêneros que costumam andar separadamente em vez de mãos dadas.
O anúncio do álbum deixou os fãs com muitas expectativas, afinal a cada lançamento musical esperamos por um grande hit que não saia de nossas cabeças e que, quando ouvido, nos faça lembrar desses artistas com muito apreço.
Antes de dar o play, veio a dúvida: será que um dia o A Day to Remember vai conseguir fazer algo tão marcante quanto o famoso “Da-da-da-da-da da, da-da-da-da,da” de The Downfall Of Us All, do álbum Homesick de 2009, ou ainda o divertido refrão All I Want do What Separates Me From You de 2010? Fato é que, a cada faixa marcante de uma banda, as expectativas para os próximos lançamentos são sempre maiores.
O álbum Big Ole Vol. 1 teve singles com esse potencial, como Make It Make Sense, que começa pesada e traz um refrão ótimo para curtir com os amigos nos próximos shows, e também LeBron, faixa um pouco menos pesada, mas que tem a cara da banda. Além das músicas novas, A Day to Remember incluiu duas já conhecidas: Miracle e Feedback, dando uma incrementada no compilado.
Em Bad Blood, terceira faixa do disco, vemos um A Day To Remember como uma banda que preza por uma ótima produção, se distanciando de apenas da fórmula mais comum que instrumentos podem fazer. O conjunto adora colocar diferentes sons, vozes, barulhos e tudo mais que pode ser criado dentro de um estúdio. É como se eles pedissem para que a mesa de som fosse explorada em todas as suas funções. O que poderia ser uma bagunça, no entanto, sempre dá muito certo.
O álbum acerta em alternar faixas mais pesadas e intensas entre as mais alegres, por assim dizer, o que é feito com maestria. É claro que isso não é uma novidade, quem é fã de A Day To Remember sabe que eles fazem isso muito bem. Mas ao longo de mais de 20 anos de carreira, é admirável que o grupo consiga se manter firme em sua proposta, mesmo com todas as mudanças que os diferentes estilos musicais passam ao longo dos anos.
É como se eles conseguissem sempre criar algo atemporal, ainda que as diferenças de épocas possam ser identificadas pelo tom de voz e qualidade da gravação. Além da sonoridade, a banda não abandona as mesmas abordagens nas letras: amizade, amadurecimento e crítica social, tudo isso em forma de uma manifestação melódica e gutural ao mesmo tempo.
Falando em temática, em mais uma música de amizade, All My Friends, vemos uma abordagem diferente de Degenerates, por exemplo. Na nova música, a banda celebra a amizade masculina em uma noitada, com os amigos em busca de “problema”, como a própria letra diz. A canção é mais voltada ao pop punk e um pouco menos experimental.
Além dela, a sequência de Flowers, LeBron e Die For Me deixam a garganta descansar um pouco na mesma proposta pop punk, com os vocais melódicos mais em evidência do que os guturais.
A inclusão das já conhecidas Miracle e Feedback casaram perfeitamente com a sonoridade do novo álbum, que fica mais pesado ao chegar nas músicas finais, Same Team e Silence, e fecha o disco com uma faixa que também funcionaria perfeitamente na hora de encerrar um show, Closer Than You Think.
Big Ole Vol. 1 é um álbum que mantém a personalidade da banda, com faixas muito bem produzidas e deixando aquela vontade de vê-los ao vivo, seja novamente ou pela primeira vez. Talvez, o único “defeito” seria a falta de um hit marcante que grude na cabeça e desperte o sentimento de ouvir e pensar “isso é A Day To Remember”. Pode até ser uma conclusão contraditória, mas manter a essência nem sempre é a garantia de impacto.
Com Big Ole Vol. 1, a banda A Day To Remember entrega mais um ótimo trabalho sem decepcionar.