Day Limns encantou o público com um show intimista na Casa Natura Musical, em São Paulo. Realizado neste domingo (6). Intitulado A Beleza do Caos, a cantora subiu aos palcos às 19h15 e guiou os fãs por uma jornada profunda de reconexão com sua própria arte. Com uma apresentação carregada de sentimentos e uma plateia acolhedora, a proposta do show era de se reconectar com seu eu lírico. Para a performance, Day preparou uma setlist colaborativa com seus fãs, que mesclava desde sons mais antigos a faixas inéditas, nunca tocadas ao vivo.
Com uma cenografia única que reforçava o intuito do espetáculo, ao fundo do palco, uma grande imagem da própria cantora ocupava o cenário, revelando uma proposta tênue: cada pessoa da plateia a enxergava de uma maneira diferente. O visual reforçava assim a essência honesta do projeto, que busca valorizar as múltiplas versões da artista.
Faseado, o show começou com BÔNUS: A CARTA DE VÊNUSNETUNO, faixa que encerra seu mais recente EP, VÊNUSNETUNO II, lançado em 2024. Em seguida, a Day trouxe ao palco MARÉ, canção que refletiu com intensidade a energia do público presente. A emoção se tornou ainda mais palpável com 7 vidas, momento em que os fãs cantaram tão alto que mal se ouvia a cantora.



Em Paradoxal, Day reforçou o caráter colaborativo da noite. Antes de cantar o sucesso do EP A CULPA É DO MEU SIGNO, ela explicou que a escolheu por ser a mais pedida pelos fãs durante a preparação da setlist. Logo em seguida, a cantora inundou a casa de nostalgia ao emendar o cover de Se Der Pra Responder, de 1Kilo – publicado pela cantora em seu canal no YouTube em meados de 2018 – com Geminiana, um de seus singles de autoria mais simbólicos.
Ao longo do show, impossibilitou-se não notar a presença da atmosfera intimista e acolhedora criada entre os fãs e a artista. Com um público fiel, os coros tornavam-se cada vez mais presentes em suas canções. Entre as músicas, Day compartilhou reflexões sobre os momentos vividos até reconhecer a necessidade de se reconectar com sua voz e identidade.
Uma das mais pedidas pelo público! Paradoxal é a música da vez! ✨🥹
— Moodgate ⚡️ (@Moodgate_) April 6, 2025
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Antes de apresentar PURGATÓRIO, a cantora fez uma pausa para refletir sobre experiências pessoais ligadas à sua vivência religiosa. Ela relembrou o sentimento de culpa que carregava nos domingos de Santa Ceia, por ser uma pessoa LGBT em um ambiente onde não se sentia aceita. “Só de pensar que agora, sendo o primeiro domingo do mês, tem várias igrejas e vários lugares acontecendo… pode ter uma pessoa, assim como eu, um LGBT, se sentindo culpado, sabe?”, disse ao público. Ela ainda destacou o privilégio de, atualmente, poder se expressar com liberdade. “E é um privilégio muito grande da gente agora poder celebrar quem a gente é com muito orgulho”, finalizou.

A noite também contou com dois convidados especiais que somaram à narrativa do espetáculo. O primeiro a subir no palco foi Vitão, que foi apresentado como alguém que esteve ao lado de Day durante todas suas versões. A dupla performou dois feats, DOM e Clichê, ambas as faixas que marcaram a trajetória profissional da artista. Posteriormente, a cantora Budah somou à voz de Day Limns durante a canção Câmera Lenta. Juntas, as duas trouxeram para o palco uma química surreal que tornou a performance ainda mais emocional.



“Porque, se eu sou feita do caos e o caos veio antes da luz, então é em mim que ela nasce, é aqui que ela revela sua beleza.” Foi com esse trecho que Day deu início à segunda fase do show, marcada por canções significativas como Finais Mentem e Isso Não É Amor.
A cantora finalizou sua apresentação com SODOMA & GOMOHA, com uma performance energética que fez com que o público tirasse os pés do chão e gritasse por bis, mesmo após a artista deixar o palco.
Day Limns encerra a apresentação com SODOMA & GOMOHA. Uma noite inesquecível na Casa Natura Musical. Vai ficar na memória! ❤️🔥🥹 pic.twitter.com/y94aGvqvWW
— Moodgate ⚡️ (@Moodgate_) April 7, 2025
A fim de resinificar o sentimento da música, Day Limns entregou mais do que um show: uma experiência poética e vulnerável. Como uma declaração artística sobre o valor de acolher todas as próprias fases, A Beleza do Caos deixou de ser apenas um espetáculo para entreter, e se tornou uma performance emocional e significativa, que tocou não só o público, mas também a própria artista.