Pioneiros do hard rock na Alemanha, Scorpions voltou ao Rio de Janeiro, uma cidade conhecida e querida pela banda, muito marcada por sua lendária apresentação no Rock in Rio de 1985. Desta vez, vieram com show solo pela turnê Love At First Thing – 40th Anniversary e tocaram para um Qualistage abarrotado de gente de todas as idades, consolidando o atravessamento de gerações do grupo alemão nascido na cidade de Hanôver, que está celebrando 60 anos de carreira.
Com pontualidade, o espetáculo se inicia com um vídeo no telão mostrando um pouco da trajetória da banda. São mostrados diversos vídeos de toda a sua jornada, e trazendo também algumas informações surpreendentes, como já terem tocado em 87 países diferentes e se apresentado mais de 5 mil vezes. Isso é realmente para poucos.
Passar um vídeo de apresentação contendo cinco minutos antes do show, pode ser um movimento arriscado e transformar a ansiedade e inquietação, mas aqui, foi diferente. A expectativa só aumentou e o público vibrava com cada take mostrado. Até que finalmente, após a lenta introdução de Coming Home, os Scorpions sobem ao palco performando o restante da música com muito vigor.



Olhares emocionados na plateia acompanham atentamente cada movimento do vocalista Klaus Meine, que com seus 76 anos de idade, entrega um vocal de respeito. Na sequência, Gas in the Tank, Make It Real e The Zoo conseguem manter a empolgação e fazer o público vibrar a cada vez que os guitarristas Rudolf Schenker e Matthias Jabs caminhavam na passarela que se estendia do palco até a multidão.
Após um discurso relembrando a primeira edição do Rock in Rio, Klaus dedicou Send Me An Angel para Freddie Mercury que, assim como o Scorpions, também tocou com o Queen no festival, porém sendo headliners em dias diferentes.



Um dos assobios mais marcantes da música ecoava. A inconfundível introdução de Wind Of Change causou enorme euforia na plateia, que se preparava para gastar a voz com mais um hit, dos mais emotivos, eu diria. E foi o que aconteceu. No acorde final, os olhos da plateia estavam marejados e cada integrante da banda com um sorriso de gratidão.
O potente sistema de iluminação que brilhava em perfeita sincronia com o instrumental surpreendeu, especialmente no solo de bateria de Mikkey Dee (ex-Motörhead) que abriu os caminhos para Tease Me Please Me e Big City Nights e ambas as músicas foram tocadas por Markus, baterista filho de Mikkey. E o garoto deu conta do recado, um verdadeiro talento passado de pai para filho.
Chegamos no bis final com Blackout, que cumpriu seu papel animando a plateia com o retorno da banda ao palco, mas um sentimento de preocupação rondava pelo ar. Será que eles vão tocar Still Loving You? Bom, para não correr o risco, a plateia decidiu lembrar e em coro gritavam o nome da canção, uma das mais marcantes da história do hard rock. Pedido atendido. Sempre emocionante ter o refrão desse hit cantado de maneira uníssona por centenas de pessoas.
Corações na mão com Still Loving You… Scorpions transformou o Rio em um coral apaixonado. Clássico eterno que toca fundo! ❤️🦂
— Moodgate ⚡️ (@Moodgate_) April 22, 2025
🎥: @lucasksio pic.twitter.com/F2TzMf6Ghs
Para fechar com chave de ouro e deixando a energia lá em cima, Rock You Like Hurricane um grande clássico do rock que demonstra muito bem a essência deste gênero musical que ainda resiste, atravessa gerações e se mantém vivo, assim como diz o escrito na jaqueta de Klaus Meine: Rock N’ Roll Forever.