Discos Clássicos: Radiohead - Ok Computer - teste
Este álbum é uma grande reviravolta na música rock. Depois de dois álbuns de sucesso, Pablo Honey (1993) e The Bends (1995), cheios do bom e velho rock inglês com composições inspiradas e originais, os membros do Radiohead sabem que, se querem evoluir em sua música, precisam ir ainda mais longe. Na melodia, nos arranjos, nos efeitos eletrônicos e nesse mundo da tecnologia onde a inovação sempre será o futuro. Se o Pink Floyd havia mostrado o caminho vinte e cinco anos antes, o Radiohead nos apresenta uma nova textura musical, com uma visão de um mundo tecnológico, estranho e frio.
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Discos Clássicos: Radiohead – Ok Computer

Discos Clássicos: Radiohead – Ok Computer

Este álbum é uma grande reviravolta na música rock. Depois de dois álbuns de sucesso, Pablo Honey (1993) e The Bends (1995), cheios do bom e velho rock inglês com composições inspiradas e originais, os membros do Radiohead sabem que, se querem evoluir em sua música, precisam ir ainda mais longe. Na melodia, nos arranjos, nos efeitos eletrônicos e nesse mundo da tecnologia onde a inovação sempre será o futuro. Se o Pink Floyd havia mostrado o caminho vinte e cinco anos antes, o Radiohead nos apresenta uma nova textura musical, com uma visão de um mundo tecnológico, estranho e frio.

 

OK Computer – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

Todo o álbum é, portanto, uma sucessão de canções essencialmente do rock, sublimes na maior parte, excelentes para as demais, mas com uma atmosfera geral de mal-estar, estranheza, medo do futuro e perda de controle sobre o progresso técnico. As letras extraem sua fonte de absurdos, sonhos, situações irreais e futuro incerto.

 

“Airbag” abre as hostilidades, deslumbra com seu enorme riff e com um extraordinário som de bateria. Depois, vem a vez de “Paranoid Android” (um dos muitos singles com “Airbag”, “Karma Police”, “No Surprises”, “Let Down”, “Lucky”) sublime monumento de mais de seis minutos, com um Thom Yorke empurrando sua voz para os céus, como se quisesse imitar sua loucura e paranoia. A parte calma da transição entre dois momentos raivosos nos deixam paralisados, nos levando a arrepios.

 

Enfim, o melhor ainda está por vir com as três músicas “Exit Music”, “Let Down” e “Karma Police”, que se sucedem e deixam o ouvinte de joelhos. Se a maioria dos grupos leva vinte anos para compor três músicas desse calibre, o Radiohead as alinha no mesmo álbum. “Exit Music”, originalmente gravada para o filme Romeu e Julieta (1996), tem o dom de dar arrepios, começando com Thom Yorke e um violão, depois sutis pads de sintetizador e terminando em uma apoteose com a chegada de todo o grupo um pouco mais tarde. E aquela voz… Para ser ouvida bem alto com fones de ouvido, claro. “Let Down” e seu baixo redondo e linear destaca-se pelas muitas harmonias vocais que se entrelaçam para deixá-lo tonto e obrigá-lo a voltar várias vezes para descobrir algo diferente a cada nova audição. Finalmente, “Karma Police” é um delírio paranóico com uma introdução assustadora de piano para terminar com um apocalipse sônico incomparável.

Outro momento forte do disco é a música “No Surprises” com a sua introdução ao xilofone. A canção nos leva ao testemunho de um homem dominado pelas coisas que o cercam, do seu medo e fobia doentia. Aquele que procura apenas um pouco de vida sem surpresas, a sua pequena calma casa, longe de toda essa loucura da cidade. O clipe é como “OK Computer”. A cabeça de Thom Yorke está trancada em um recipiente que é enchido pouco a pouco com água, e podemos ver claramente seu desamparo e a luta para sair dele. As outras músicas são todas ótimas vintages. Um pouco mais de rock, mas sem esquecer essa atmosfera estranha e pesada.

 

Se alguns fãs preferem o período pós “OK Computer”, com as experiências eletrônicas mais ou menos excêntricas e malucas, ou se outros abandonaram o grupo sob o pretexto de que havia abandonado o rock dos dois primeiros álbuns, todos se encontram neste disco. Uma encruzilhada essencial de toda a música moderna e da arte do Radiohead em particular. Acima de tudo, ouça com atenção a voz sintética da música “Fitter Happier”, que lhe explica o que é preciso para ser feliz. Talvez esse seja o futuro… De qualquer forma, é algo assustador.

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