A história da Tropicália em 8 álbuns | Moodgate
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A história da Tropicália em 8 álbuns

A Tropicália foi um movimento artístico e cultural que surgiu no Brasil nos anos 60. Ele abrangia várias formas de arte, como poesia, cinema, teatro e arte visual, mas foi conhecido principalmente por sua abordagem inovadora e ousada da música popular brasileira. O movimento foi um marco na história da cultura brasileira e foi reconhecido internacionalmente por sua beleza e subversão.

A Tropicália foi liderada por artistas renomados, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Os Mutantes e Os Novos Baianos, que combinaram rock aventureiro, sons avançados e ritmos tradicionais brasileiros em sua música. Inspirado pelo Summer of Love de 1967, os artistas buscaram tornar a música pop brasileira tão impactante quanto as músicas do Reino Unido, Europa e América. Embora sua música tenha sido influente dentro do Brasil, ela teve pouca exposição fora do país devido ao clima político instável na época.

O período mais frutífero da Tropicália pode ter durado menos de um ano, oficialmente, mas seu impacto continua vivo. Nos oito álbuns selecionados abaixo, apresentados por ano, você pode ouvir como o passado do Brasil se misturou ao seu futuro para criar uma forma pop mutante da música popular brasileira que até hoje ressoa.

Caetano Veloso (1968) – Caetano Veloso

Caetano Veloso lançou seu primeiro álbum em 1968, quatro anos após o golpe militar no Brasil, desafiando a repressão do governo à liberdade de expressão. O álbum é considerado um dos primeiros documentos da revolução da Tropicália e representa a atitude desafiadora e alegre do movimento artístico. Com riffs hipnóticos de guitarra, uma orquestra brilhante e grooves de bossa nova, Veloso mostra sua coragem como um dos grandes intelectuais da Tropicália, escrevendo letras que abrangem desde Sartre até a história colonial do Brasil.

Os Mutantes (1968) – Os Mutantes

Os Mutantes foram uma parte importante da Tropicália, com sua inovação e humor descuidado. Seu álbum de estreia, lançado em São Paulo, foi uma mistura de rock e vanguarda, com composições de artistas renomados como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jorge Ben, além de covers de Mamas and the Papas e Françoise Hardy. O álbum é considerado o melhor e mais representativo da época da Tropicália. Com a ajuda de Rogério Duprat, compositor e arranjador de vanguarda, a banda formada por Rita Lee, os irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias se tornou parte integral do movimento.

Gal Costa (1969) – Gal Costa

Sim, Gal Costa é uma figura importante na cena da Tropicália e sua colaboração com Caetano Veloso é um exemplo de sua habilidade para explorar a bossa nova e outros gêneros simultaneamente. Seu álbum de estreia é uma obra fundamental e marca a evolução da Tropicália, combinando elementos clássicos da bossa nova com experimentações inovadoras. Sua performance em “Baby” com Veloso também é um destaque e mostra sua versatilidade como intérprete.

Jorge Ben Jor (1969) – Jorge Ben

Jorge Ben foi um artista fundamental da Tropicália, mesmo antes de aderir oficialmente ao movimento. Com seu estilo único que mistura samba e R&B, ele ganhou o respeito dos tropicalistas e até recrutou a banda Trio Mocotó para tocar em seus álbuns. Em 1967, ele mudou-se para São Paulo e passou a frequentar a boate Jogral, onde se manteve ativo no cenário musical e fez uso hábil de elementos da Tropicália, como os tratamentos vocais de Rogério Duprat e canções sobre um personagem fictício de “favela Robin Hood”. Este álbum é uma prova do talento e da importância de Jorge Ben para o movimento da Tropicália.

Acabou Chorare (1972) – Novos Baianos

“Novos Bainaos” (1971) dos Novos Baianos é uma mistura única de estilos clássicos brasileiros com folk americano, que reflete a descontração do “White Album” dos Beatles. O álbum é cheio de influências de samba, frevo, forró e outros sons regionais e apresenta faixas como “Brasil Pandeiro”, uma ode à beleza natural chamada “Moraes Moreira” e “Preta Pretinha”, a qual é tão cativantes que se pode não notar a virada progressiva-folk na música “Mistério do Planeta”. O grupo tinha ligações com a bossa nova e seus membros eram amigos de João Gilberto.

Expresso 2222 (1972) – Gilberto Gil

Expresso 2222 é um álbum celebratório lançado por Gilberto Gil depois de ter retornado ao Brasil após o exílio em Londres. Ele tem um som mais minimalista, com violões e percussão simples. O álbum é uma mistura de biografia e ficção científica, refletindo sobre a juventude de Gil, homenageando a infância e fazendo uma viagem simbólica através do tempo. É também uma reflexão sobre o fim do regime militar que ameaçava o povo brasileiro.

Hoje É O Primeiro Dia Do Resto Da Sua Vida (1972) – Rita Lee

“Hoje É O Primeiro Dia Do Resto Da Sua Vida” é o último álbum da cantora Rita Lee com Os Mutantes e a última vez que a formação original da banda gravou junta. É creditado como um álbum solo de Lee, mas é realmente um esforço de toda a banda e destaca Lee com sua voz versátil. É um dos discos mais bem trabalhados dos Mutantes, combinando experimentação musical com multiple narrativas e uma variedade de sons, incluindo rock, piano clássico, sons da natureza, efeitos cibernéticos e dramatizações. Com um design elegante e impacto emocional, continua sendo um retrato definitivo da banda em seu auge.

Transa (1972) – Caetano Veloso

“Transa” é o quinto álbum de Caetano Veloso, lançado após seu exílio na Inglaterra. É um álbum cheio de esperança, com letras desarmantes e uma interpretação encantadora do samba “Mora Na Filosofia”. A incorporação de ritmos de capoeira e referências ao reggae sugere que a resistência continua a ser o centro da música de Veloso. Embora não haja referências diretas à política, a música deste álbum ainda transmita uma mensagem política subjacente.

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